Newsletter ECD #144

Essa é a Newsletter #144, enviada em 09/04/2023, Domingo de Páscoa. Então, antes de mais nada, para quem é cristão, desejo Boa Páscoa. Para quem não é, desejo um dia de muita paz, reflexão, e amor ao próximo.

 

A “nossa” Newsletter, junto com o “nosso” Podcast Áreas Contaminadas, cumpre um papel de dar poder pelo conhecimento, trazendo informações, conteúdos, textos, temas, dicas e notícias sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), e também notícias sobre meio ambiente, ambientalismo, saúde, filmes, livros, músicas, teorias para adiar o fim do mundo e outras coisas, sempre com comentários com o objetivo central de construir um mundo melhor para todas e todos.

Se alguém quiser compartilhar a nossa Newsletter, pode mandar o link para preenchimento do formulário de inscrição, que é esse: https://forms.gle/wJoFfUzv9vSkw19g7 .

Algumas das Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br).

E também, graças ao nosso amigo José Gustavo Macedo, nossa Newsletter está sendo publicada também no site do Sigesp – Sindicato dos Geólogos do Estado de São Paulo, o que é motivo de muita honra para nós!!!! Vejam lá a Newsletter #141 e algumas anteriores

https://sigesp.org.br/noticias/newsletter-ecd-140

 

Aproveito e recomendo aos Geólogos que se filiem ao sindicato, isso é muito importante para toda a sociedade.

 

Essa semana tivemos a honra de ter mais 1 nova inscrição aqui. Somos atualmente em 676. Seja bem-vindo Fernando!!!!!!

 

Gostaria de relembrar que temos uma campanha no “Apoia.Se”, que é muito importante pra gente, pois ela ajuda a mantermos os nossos canais de divulgação científica gratuitos nessa Newsletter e lá no Podcast Áreas Contaminadas. A campanha, para quem quiser e puder contribuir está no site http://apoia.se/ecdambiental

É simples, você faz login na plataforma e escolhe como fazer esse pagamento, com boleto, cartão, etc. A transação é segura como qualquer compra online e mensalmente o Apoia.se faz essa cobrança; se for por boleto, a plataforma te envia os boletos mensalmente.

 

Aproveitando, agradeço aos apoiadores e às apoiadoras atuais, principais responsáveis pela manutenção dos nossos canais de divulgação. Sem a ajuda deles, dificilmente seria possível dedicar todo esse tempo à pesquisa, produção e o desenvolvimento do material gratuito do podcast e dessa Newsletter. Muito obrigado a vocês!!!

 

Ábila de Moraes, Alison Dourado, Allan Umberto, André Souza, Atila Pessoa, Barbara Grossi, Beatriz Lukasak, Bruna Fiscuk, Bruno Balthazar, Bruno Bezerra, Bruno Bonetti, Cristina Maluf, Daiane Teixeira, Daniel Salomão, Diego Silva, Fabiano Rodrigues, Fernanda Nani, Filipe Ferreira, Geotecnysan, Gilberto Vilas Boas, Guilherme Corino, Heitor Gardenal, Heraldo Giacheti, Hermano Fernandes, Jefferson Tavares, João Paulo Dantas, João Lemes, Jonathan Tavares, José Gustavo Macedo, Joyce Cruz, Larissa Macedo, Leandro Freitas, Leandro Oliveira, Lilian Puerta, Luana Fernandes, Luciana Vaz, Luiz Ferreira, Marcos Akira Ueda, Marina Melo, Nádia Hoffman, Paulo Negrão, Pedro Astolfi, Rafael Godoy, Rafael Sousa, Renato Kumamoto, Roberto Costa, Rodrigo Alves, Rodrigo Gaudie-Ley, Silvio Almeida, Sueli Almeida, Tamara Quinteiro, Tatiana Sitolini, Tatianne Grilleni, Tiago Soares, Wagner Rodrigo, Willem Takiya, e mais 7 apoiadores anônimos.

 

Nessa semana, infelizmente, por absoluta falta de tempo, não conseguimos elaborar, escrever, gravar e editar o Episódio #148 do Podcast Áreas Contaminadas. Faremos isso na semana que vem. Será mais um episódio técnico, direto ao ponto, um pouco mais curto, com minhas opiniões sobre um tema específico do GAC. A intenção com esses episódios é aproximar os debates que ocorrem nos fóruns como SENAC, cursos da AESAS, Universidades, bate-papos, etc, dos trabalhadores e trabalhadoras do dia a dia do GAC que não têm tanto acesso a esses debates. O tema dessa semana será “Os Mitos do GAC”. A ideia é fazer uma homenagem ao antigo programa “Caçadores de Mitos” (Myth Busters) e falar sobre algumas das ideias pré-concebidas do mercado do GAC, de onde eles vieram e porque são “Mitos”, ou seja, não estão totalmente alinhadas com a melhor técnica. Espero que vocês gostem.

 

O Nosso Podcast Áreas Contaminadas tem o patrocínio Master da Clean Environment Brasil (www.clean.com.br ), e o Patrocínio Ouro do Laboratório Econsulting (http://econsulting.com.br/) e da Vapor Solutions (www.vaporsolutions.com.br)

 

Hoje vou novamente fazer uma recomendação de música, respondendo a um desejo de algumas pessoas que, nas últimas semanas, me escreveram dizendo que estavam sentindo falta dessas indicações.

A indicação tem a ver com outras mensagens que tenho recebido, e se conectam com essa canção escolhida. Então, juntei as mensagens pedindo dicas de músicas com essas mensagens sobre a vida e o tempo. Após eu recomendar alguns livros, e recentemente tenho insistido na indicação do “Despertar de Tudo” e no “A Sexta Extinção”, algumas pessoas me disseram que gostam das dicas de livros, porém, elas não têm tempo para ler, na verdade não têm tempo para quase nada. Junto com isso, nas últimas 3 semanas, conversei com algumas pessoas sobre temas diversos e, nas conversas, é muito frequente elas reclamarem da altíssima demanda de trabalho, da alta pressão em seus empregos, da falta de tempo de modo geral. Eu mesmo estou com esse problema da falta de tempo e do excesso de demandas. Mais do que “só” falta de tempo, boa parte dos meus interlocutores passaram realmente por maus momentos de saúde física e mental (não são dissociadas, eu sei, só escrevi assim para diferenciar os sintomas) por conta dessa nossa “vida maluca”. São várias que passaram por crises severas, várias (várias mesmo) cogitando abandonar o GAC, quase todas preocupadas com o futuro, tanto o futuro do mercado quanto o do seu próprio emprego, prestes a ser substituído por algum ChatGPT, ou processo automatizado. Algumas têm questionado o seu propósito e estão tentando se reconectar com o que elas consideram verdadeiramente importante.

E aí, no meio disso tudo, ouvi recentemente uma antiga canção que acho que fala um pouco sobre esse momento, esse tema, e realmente parece se relacionar com tudo isso que eu mencionei aqui. É um chamado à nossa reflexão e à nossa reconexão com o que importa. Ela se chama “Tocando em Frente”, de Almir Sater e Renato Teixeira.

 

Ando devagar porque já tive pressa

E levo esse sorriso

Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte

Mais feliz, quem sabe

Só levo a certeza

De que muito pouco sei

Ou nada sei

 

Conhecer as manhas e as manhãs

O sabor das massas e das maçãs

É preciso amor pra poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrir

É preciso a chuva para florir

 

Penso que cumprir a vida

Seja simplesmente

Compreender a marcha

E ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro

Levando a boiada

Eu vou tocando os dias

Pela longa estrada, eu vou

Estrada eu sou

 

Conhecer as manhas e as manhãs

O sabor das massas e das maçãs

É preciso amor pra poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrir

É preciso a chuva para florir

 

Todo mundo ama um dia

Todo mundo chora

Um dia a gente chega

E no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história

Cada ser em si

Carrega o dom de ser capaz

E ser feliz

 

Conhecer as manhas e as manhãs

O sabor das massas e das maçãs

É preciso amor pra poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrir

É preciso a chuva para florir

 

Ando devagar porque já tive pressa

E levo esse sorriso

Porque já chorei demais

Cada um de nós compõe a sua história

Cada ser em si

Carrega o dom de ser capaz

E ser feliz

 

Essa versão do vídeo é muito interessante, é uma versão acústica, ao vivo, onde, após tocar a música, Almir Sater conversa com a saudosa Inezita Barroso e conta a história de como ele e Renato Teixeira compuseram essa linda canção. Parem de ler essa Newsletter e ouçam (mas retomem a leitura depois!!!!!): https://www.youtube.com/watch?v=SWtjTkixv5M  

 

Dentro dessa visão, desse tema, dessa preocupação, posso citar um texto interessante de Marcelo Barros, que tenta resgatar a utopia, ao mesmo tempo que vai ao encontro do que escrevemos aqui há 144 semanas, dizendo o seguinte:

“Alguém já afirmou que o mundo atual se tornou perigoso demais para tudo que não seja utopia. Não se trata da fantasia irresponsável que nos afasta da realidade e sim da esperança de um futuro novo possível que nos mobiliza e nos une na luta pacífica pela Justiça, Paz e cuidado com a Mãe-Terra. Quanto mais os tempos se tornam difíceis, mais necessária a teimosia da esperança. Das mais diferentes religiões e diversos caminhos espirituais, vêm o apelo para unirmos a energia espiritual ao compromisso social e político de transformar este mundo e enchê-lo de amorosidade solidária e compassiva. Que, a cada dia, esta seja a prioridade das nossas vidas.”

Que nesse momento de reflexão, possamos COM-VIVER mais e melhor.

https://www.brasildefatope.com.br/2023/01/30/como-recuperar-a-utopia

 

 

Vamos agora às notícias da semana:

 

Recebi essa semana algumas contribuições muito legais de: Manoel Riyis Gomes, Sergio Rocha, Filipe Ferreira, Lucas Venciguerra, Luiz Ferreira. Obrigado, pessoal!!! Fico orgulhoso de ter tanta gente boa contribuindo com nosso “espalhamento” aqui!!!  Quem identificar erros ou falhas, ou quem tiver dicas, críticas, sugestões para dar, por favor, me mande, para rechearmos esse espaço com as ideias de vocês.

 

- Recebi, nessa última semana, algumas vagas de emprego para divulgar: Lead (Analista Comercial), Lets Ambiental (Assistente), Cetrel (coordenador Comercial), ERM. Soube também de várias outras vagas não anunciadas em muitas outras consultorias, se você é um profissional da área, recomendo que entre no site da AESAS e entre em contato diretamente com as empresas associadas (www.aesas.com.br). As vagas que recebo ou vejo, compartilho imediatamente no nosso Canal do Telegram (https://t.me/areascontaminadas)

 

- Estão abertas as inscrições para mais dois cursos da parceria SENAC/AESAS, ambos online ao vivo, que vão se iniciar no mês de maio. Um deles é de Avaliação de Risco Ecológico, um dos grandes temas do momento no nosso mercado, com 28 horas, e aulas às segundas e quartas, das 8:00-12:00. O outro eu tenho a honra e a felicidade de Coordenar, é um curso de Introdução ao GAC voltado a profissionais iniciantes no GAC, estagiários, pessoas que querem entrar no GAC e aquelas pessoas que já trabalham há algum tempo, só que mais em campo, mais com alguma tarefa específica (por exemplo, só comercial, só laboratório, só remediação, só amostragem de água, só sondagem, etc). Esse curso tem uma carga horária de 24 horas e tem um preço especial, que é a metade do preço normal de um curso da parceria SENAC/AESAS. As aulas serão às terças e quintas. Para quem se enquadra nessas categorias acima, é uma excelente forma de ficar por dentro dos pontos básicos do nosso mercado. Informações e inscrições no link: https://www.aesas.com.br/eventos

 

- Um dado interessante que consegui com amigos que trabalham em laboratório de análises químicas e atende o GAC: Em 2022 foram realizadas cerca de 4000 análises de amostras de solo e cerca de 14.000 análises de amostras de água, 3,5 vezes mais. Não tenho dados de anos anteriores, mas imagino que a discrepância já foi maior. No entanto, ainda são feitas muito mais análises de água do que de solo o que, na minha opinião, prejudica a investigação. Se alguém tiver mais dados para complementarmos essa discussão, por favor me mande. Anonimato garantido!!!!!

 

- Recentemente li um livro de economia muito bom, o “Brasil, uma Economia que Não Aprende”, de André Roncaglia e Paulo Gala, que recomendo muito. Em um dos trechos do livro, os autores falam sobre alguns modelos econômicos, e passam por parte da história econômica, teórica e “real”, quando eles tiram uma frase de um industrial estadunidense do setor automobilístico do início do Século XX. Ele diz: “Segurança é bom, mas não paga as contas”, ao se referir à adoção de procedimentos que aumentariam a segurança dos trabalhadores das fábricas. Infelizmente essa não é uma exceção, mas sim uma regra. Obviamente hoje em dia o mesmo industrial não poderia fazer a mesma coisa por conta da legislação e do “mercado”, mas a exploração, a negação de direitos, a desumanização, a priorização dos lucros acima de tudo ainda acontece, vide os trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão recentemente. Hoje a questão da saúde do trabalhador melhorou muito, inegavelmente, mas as questões ambientais, por exemplo, são negligenciadas. Da mesma forma, olhando para o GAC, se a proposta for fazer um estudo como deve ser, mas custando X contra uma proposta para fazer “só o que é essencial aos olhos do órgão ambiental” custando 80% de X, 70% de X, 50% de X, qual seria a escolha da grande maioria dos Responsáveis Legais? E, na ótica dele, talvez ele esteja certo, mas quantos de nós propõem essas “alternativas mais baratas” para eles? E quantos de nós, se fôssemos consultores desse industrial no século XX, proporíamos fazer, na segurança do trabalhador “apenas o mínimo que a legislação exige”? Ou seja, quantos de nós, na prática, pensaríamos o mesmo que ele: “Segurança é bom, mas não paga as contas”?

 

- A EPA atualizou seu documento BMP (Best Management Practices) sobre Green Remediation. O documento tem o título Cleaner Fuels and Air Emissions for Site Cleanups. Esses BMP são interessantes, particularmente esses de Green Remediation, que se preocupam com os impactos causados pelos trabalhos de investigação e remediação. Os seus princípios básicos são: Reduzir o uso total de energia e aumentar a porcentagem de energia proveniente de recursos renováveis (solar, incentivar a Atenuação Natural); reduzir os poluentes atmosféricos e as emissões de gases de efeito estufa (GEE); Reduzir o consumo e preservar a qualidade da água; Conservar os recursos materiais e reduzir o desperdício; Proteger a terra e os serviços ecossistêmicos. O BMP traz alguns números, como as emissões geradas a partir de um volume escavado, com detalhes interessantes. Fala também de uma norma que eu não conhecia, a ASTM E2893: ASTM Standard Guide for Greener Cleanups. Leiam o documento!!!!! https://www.clu-in.org/greenremediation/docs/GR_BMP_fact_sheet_cleaner_fuels_emissions.pdf

 

- Algo que temos que reconhecer é o bom funcionamento de algumas instituições nos EUA, especialmente às que têm interface com saúde e meio ambiente. Dentro do Superfund Research Program há várias entidades diferentes atuando, pesquisando, desenvolvendo e publicando. O NIEH (National Institute os Environmental Health Sciences), por exemplo, acaba de publicar um documento chamado “New Model Estimates PFAS Exposures From Contaminated Drinking Water”. O documento mostra um modelo estatístico desenvolvido por pesquisadores do NIEH para estimar a exposição individual a quatro PFAS comumente encontradas na água potável. O modelo integra dados publicados de vários estudos sobre os níveis de PFAS no sangue humano, juntamente com as concentrações medidas de PFAS na água potável. As ferramentas para estimar a exposição ao PFAS da água potável contaminada podem informar as avaliações e recomendações de risco à saúde pública. As SQIs avaliadas foram: ácido perfluorooctanoico (PFOA), ácido sulfônico perfluorooctano (PFOS), perfluorohexano sulfonado (PFHxS) e ácido perfluorononanóico (PFNA). O modelo previu uma meia-vida média no corpo humano de 3,14 anos para o PFOA, 3,36 anos para o PFOS, 2,35 anos para o PFNA e 8,30 anos para o PFHxS — estimativas mais exatas e precisas em comparação com uma ampla gama de valores de estudos publicados anteriormente. https://tools.niehs.nih.gov/srp/researchbriefs/view.cfm?Brief_ID=339

Aqui o modelo estatístico Bayesiano elaborado pelos autores: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36454223/

 

- Uma dica técnica dada na semana passada pela Newsletter Tech Direct nos recomenda ler a página básica da EPA sobre alguns contaminantes. Uma delas é essa, dos solventes clorados, que traz as informações básicas mais importantes para quem vai investigar ou remediar uma área com a presença desses contaminantes. Além das informações básicas, a página indica várias referências importantes sobre o tema. Consultem à vontade: https://www.clu-in.org/contaminantfocus/default2.focus/sec/Chlorinated_Solvents/cat/Overview/

 

- Aqui outra dessas páginas, essa recém atualizada, dos Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (PAHs). Como quase nunca encontramos uma “pluma” de PAHs, é como se eles não existissem para nós. É muito importante que nós possamos aprender mais sobre esses contaminantes que estão presentes nas áreas contaminadas por hidrocarbonetos. https://www.clu-in.org/contaminantfocus/default2.focus/sec/Polycyclic_Aromatic_Hydrocarbons/cat/Overview/

 

- Na Sessão PFAS de hoje, divulgo um evento que, certamente, a maioria de nós gostaria muito de ir. Entre os dias 13 e 14 de julho, haverá o 2º Congresso Internacional sobre PFAS em Paris. A chamada para trabalhos está aberta. Os grandes temas do Congresso são: International Legal Context; Site Investigations; Environmental and Health Risk Assessments, Toxicology & Epidemiology; Remediation Plans and Remediation Goals; Treatment Technologies for Water, Soils and Air; Research & Development. Alguém se habilita?  https://www.webs-event.com/en/event/PFAS/

 

- Uma notícia que interessa àquelas pessoas que pensam em mudar um pouco de área. A “rádio peão” do IBAMA anuncia que haverá, esse ano, um concurso no órgão para contratar quase 2500 funcionários. https://twitter.com/wallacerrlopes/status/1643777260556791810?t=hWjGN2sWIcwNlVnSCUtuGg&s=08

Aqui uma notícia mais “oficial”: https://folhadirigida.com.br/concursos/noticias/noticias-concursos/concurso-ibama-2023-vagas-solicitadas

 

- Dica muito interessante de Sergio Rocha. Uma consultoria ambiental (não de GAC) foi multada em mais de 300 mil reais pelo IBAMA por produzir relatórios falsos. No Licenciamento do Porto de São Sebastião, havia a exigência de monitoramento das tartarugas marinhas durante o processo de dragagem. A consultoria contratada atestou que estava tudo bem, mas não realizou o monitoramento. Talvez por isso tenha “vencido a concorrência”, deve ter dado um preço bem menor que as outras, mas não realizou o serviço. Só que, para o azar dela (e sorte nossa, da sociedade e das tartarugas), o IBAMA fez uma verificação, constatou a irregularidade e multou a empresa. Quantas vezes isso pode ter acontecido com as licitações no GAC? Segundo os pareceres, a empresa de consultoria contratada inseriu informações falsas em seus documentos apresentados como comprovação de execução dos planos e projetos ambientais aprovados. Foram identificadas ainda a prestação de informações contraditórias relacionadas à profundidade máxima atingida após a realização da dragagem, que ultrapassou a cota autorizada, bem como omissão em relação aos impactos provenientes da utilização do equipamento nivelador de fundo, os quais não foram previamente informados ao Ibama, impedindo que o órgão solicitasse medidas mitigatórias adicionais. A conduta da empresa possui previsão de multa no Decreto Federal que regulamenta a Lei de Crimes ambientais. Atenção com o que vocês assinam por aí nos estudos, pessoal. Não é porque nunca aconteceu com alguém do nosso mercado que estamos livres desse risco. Essa é uma resposta que podemos dar aos nossos alunos que argumentam que não conseguem fazer o que é necessário porque “o cliente não quer pagar”. Vamos tentar fazer o melhor possível.   https://www.tamoiosnews.com.br/noticias/cidades/ibama-multa-empresa-de-consultoria-ambiental-em-mais-de-r-300-mil-por-informacoes-falsas/

 

- Éder Barbosa escreve um texto no LinkedIn que relata a publicação de um artigo muito interessante de pesquisadores de Nebraska. Esse artigo publicado confirma que a presença de nitrato na água subterrânea favorece a liberação de urânio nessa água. Como sabemos que nossos aquíferos estão contaminados com nitrato, se houver urânio na formação, há uma grande chance das pessoas estarem consumindo água (mais) contaminada. https://www.linkedin.com/posts/ederbqb_estudo-confirma-que-nitrato-pode-liberar-activity-7045350165909508096-gKTb?  

 

- Ainda falando de pesquisas sobre águas subterrâneas, recebi uma indicação muito interessante do Filipe Ferreira, sobre uma iniciativa da UNESCO, do CEPAS/USP e do Projeto SACRE, uma reunião online aberta sobre o tema águas subterrâneas voltada aos jovens. A mensagem completa segue abaixo:

Você já pensou em fazer parte de uma rede internacional de jovens entusiastas da água subterrânea? A UNESCO criou o Groundwater Youth Network (GWYN), que tem o objetivo de fornecer um mecanismo de coordenação entre organizações de jovens focadas em águas subterrâneas. A rede contempla a ênfase na inclusão e na diversidade para facilitar a troca global de ideias e contribuir para a resiliência das águas subterrâneas em todo o mundo. O Projeto SACRE e o CEPAS/USP apoiam essa ideia e por isso, a quarta edição do #MeetingOftheWaters, em parceria com a UNESCO, convida você para o encontro virtual "Opportunity to be part of Groundwater Youth Network (UNESCO)" que vai acontecer no dia 12/04/2023 às 14h (Horário de Brasília) pelo Zoom. Faça a sua inscrição através do link: https://unesco-org.zoom.us/meeting/register/tZEucemhrzkpGdG1l_8Ul1gaLXgT-UlFqIso

 

- Essa semana foi publicada uma extensa reportagem tratando da tragédia desse Carnaval em São Sebastião. A chamada é sugestiva: área de risco x área de rico. A praia da Baleia é conhecida por ser o paraíso de boa parte dos milionários de São Paulo. O que pouca gente sabe é que um histórico de fraudes, enganos e ameaças retirou a população tradicional dali — e de quase toda a beira-mar da região. Pela rua Formosa, há uma pista do que aconteceu. Na viela que dá acesso às areias de São Sebastião, em meio aos destroços carregados para lá durante o mortal Carnaval de 2023, há uma placa anunciando: "Você está no território tradicional do remanescente da comunidade caiçara da Baleia". Essa comunidade tradicional foi “expulsa” da região, por meio de diferentes métodos, de aliciamento, convencimento, engano, grilagem, chegando à violência em muitos casos. Após os deslizamentos, além da lama, algo mais mudou por ali: a população está indignada e mobilizada. Subindo o morro da Vila Sahy, o cheiro de lodo e decomposição escancara que o assunto não está enterrado como políticos e empresários gostariam, após o anúncio da construção de casas populares em um prazo de oito meses. O Prefeito garante que desta vez conseguirá executar o projeto, a despeito da oposição da Associação de Moradores de Maresias, que não querem as casas populares ali para não desvalorizar os seus imóveis. Mas, pelos projetos apresentados até aqui, os futuros edifícios para os desalojados serão próximos a áreas sujeitas a alagamento e longe da praia. E a segregação continua, sem pobre nas proximidades para desvalorizar os terrenos dos ricos. Esses pobres, como sempre, ficarão longe dos ricos e perto dos riscos. https://tab.uol.com.br/edicao/litoral-norte/#cover

 

- Essa é uma reportagem legal, que mostra um projeto em que os parques solares são montados elevados cerca de 3 metros em relação ao solo, e com isso, permitem a agricultura no espaço e, melhor que isso, evitam “a contaminação do solo”. Quando li isso, fiquei chocado: como assim? Quer dizer que os parques solares contaminam os solos? Pois é. Isso ocorre principalmente porque o mato não pode crescer sobre as placas, senão essas perdem a sua função. Desta forma, é necessário pulverizar herbicida constantemente e esse agrotóxico contamina o solo. A “energia limpa” não é tão limpa assim. A notícia e o projeto são bem interessantes, a iniciativa é do Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), e funciona da seguinte forma: debaixo das placas solares está instalado um tanque de aquaponia com peixes e criação de hortaliças e verduras. Essa técnica permite a criação de peixes e espécies vegetais ao mesmo tempo, maximizando o uso da água.  https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2023/04/03/sistema-aproveita-solo-debaixo-das-placas-solares-para-plantio-e-criacao.htm

 

- Há algumas semanas, “comemoramos” o Dia Mundial da Água. De lá para cá, recebi e li diversas notícias que falam sobre esse grande tema, o da água e da desigualdade de acesso à água no mundo em (mais um) caso do chamado “racismo ambiental”. Uma das histórias muito interessantes a respeito disso é a famosa, para quem é ambientalista mais velho, “Guerra da Água” na Bolívia. A partir no final dos anos 80 e início dos 90, a Bolívia e boa parte do mundo adotou o chamado “receituário neoliberal”, na época um pensamento econômico hegemônico que buscava diminuir a importância e a influência dos Estados Nacionais e aumentar a participação privada, das grandes corporações em atributos historicamente estatais, como o fornecimento de água para a população. Na Bolívia, há um grande problema de abastecimento de água, particularmente em Cochabamba. Situada em um vale a leste da Cordilheira dos Andes, Cochabamba é marcada pelo clima seco e baixa precipitação pluviométrica. Em 1997, Hugo Banzer, recém eleito Presidente com plataforma liberal, prometeu resolver o problema de abastecimento em Cochabamba. O governo boliviano não tinha recursos para bancar a obra e Banzer recorreu ao Banco Mundial, que condicionou o financiamento à privatização da SEMAPA — a companhia de abastecimento de Cochabamba. Dois anos depois, Banzer assinou um contrato que repassava a distribuição de água para a iniciativa privada por 40 anos. A SEMAPA foi vendida para o consórcio "Aguas del Tunari", formado por 3 multinacionais estrangeiras: a estadunidense Bechtel, a italiana Edison e a espanhola Abengoa. Por exigência do Banco Mundial, a privatização ocorreu sob sigilo, e cláusulas confidenciais do contrato previam a indexação das tarifas de água ao dólar. A população foi proibida de perfurar poços tubulares profundos, e a companhia ganhou o direito de exigir o pagamento de licença pelo direito de coletar água da chuva. Quem quisesse recolher água da chuva com um balde no quintal de casa, por exemplo, precisava pagar a licença. Por conta da necessidade dos lucros (as famosas “metas”), a qualidade dos serviços caiu muito, enquanto as tarifas, vinculadas ao dólar, tiveram um aumento descomunal. Em menos de um ano, as contas de água subiram 350%. O anúncio de um novo aumento das tarifas em janeiro de 2000 foi o estopim da revolta. Sentindo-se lesada pela privatização e vendo o usufruto de um bem vital ameaçado, os bolivianos saíram às ruas. Os manifestantes bloquearam estradas, forçaram o fechamento do aeroporto e ocuparam a Plaza de Armas. Os protestos duraram meses e se espalharam pelo país, chegando à capital, La Paz. Polícia e Exército utilizaram extrema violência para reprimir os manifestantes, resultando na morte de duas pessoas e ferindo centenas. A repressão inflamou ainda mais os ânimos da população, que compareceu em massa aos novos atos. Em 7 de abril, mais de 60 mil pessoas compareceram à manifestação em Cochabamba. O contrato de concessão firmado com a "Aguas del Tunari" foi revogado e a SEMAPA foi reestatizada. O episódio foi narrado no documentário canadense "The Corporation", lançado em 2003. A experiência boliviana exemplifica de forma cristalina os efeitos deletérios da priorização dos interesses econômicos sobre gestão do bem comum. Somente nas últimas duas décadas, centenas de cidades em 37 países reestatizaram seus serviços de abastecimento de água — tanto em países periféricos, como Argentina, Equador e Jamaica, como nos países do capitalismo central, tais como França, Alemanha e Estados Unidos. Como falamos no Dia Mundial da Água, a água deve ser um direito humano de acesso universal, não uma commodity, um produto de interesse econômico. A cidade de São Paulo, e outras do estado de SP estão indo no sentido oposto a esse movimento atual e retornando ao conceito dos anos 90, de privatização dos serviços públicos essenciais.

História da “Guerra da Água”: https://twitter.com/historia_pensar/status/1638769043493511168?s=08

Assistam ao documentário legendado aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lCq11HmcJ74

 

- Dica muito interessante de Luiz Ferreira: A agência Repórter Brasil desenvolveu um mapa interativo chamado “O Mapa da Lama”, ferramenta que revela as mais de 700 áreas que podem ser soterradas pelo rompimento de barragens de mineração espalhadas em todo o território nacional. Muito interessante, recomendo que vocês deem uma olhada no mapa.  https://reporterbrasil.org.br/mapa-da-lama-confira-se-sua-casa-seria-soterrada-pelo-rompimento-de-uma-barragem-de-mineracao/

 

- Vocês já ouviram falar da Lei de Moore, certo? A Lei de Moore é a especulação que "o número de transistores dos chips teria um aumento de 100%, pelo mesmo custo, a cada dois anos". Ou seja, a capacidade de processamento por $ investido dobra a cada dois anos. Mas esse fio de Caio Almendra traz um resumo das ideias de David Greaber (sim, ele de novo) sobre tecnologia. A tese dele é simples e contrária ao senso comum: comparado ao século XX, o avanço tecnológico está freando. Pensando na comparação entre a capacidade imaginativa da sociedade, representada pela literatura e demais obras culturais sobre o futuro, e o efetivamente alcançado, do final do século XIX até meados do século XX, as promessas foram atingidas. Daí em diante, não mais. O que realmente interessava é que Graeber colocou uma causa nessa diferença: os tais “bullshit jobs” e o fim das utopias. No passado o avanço tecnológico ocorria pela alocação de recursos na ciência livremente. Hoje, a ciência é feita por “produtivismo”, o que é improdutivo. Ao invés de recursos e tempos livres para pesquisar, os cientistas agora tinham tempo controlado e recursos controlados. O que significava que a maior parte do tempo de tais pesquisadores era gasto justificando como gastaram o tempo deles. Ideias grandiosas e difíceis foram preteridas em nome de pequenos avanços garantidos. E os avanços ficaram menores, menores, menores, até quase parar. O tempo do pesquisador passou a ser majoritariamente de “Bullshit Jobs” (como justificar o controle de gastos), do que da ciência. Assim, nessa década, a Lei de Moore não só errará, como o aumento da capacidade de processamento terá um completo fim. Assim, a frenagem do desenvolvimento científico importará numa frenagem no desenvolvimento tecnológico em algum tempo. Isso, também, reflete uma realidade sombria contemporânea: perdemos a capacidade de pensar na geração dos nossos netos, devido a catástrofe climática. E chegamos em outro grave problema da ideologia liberal, particularmente na ciência: ao negar a frenagem científica e manter viva a mentira de que as coisas estão sempre melhorando, o otimismo liberal condena o mundo à morte. "A avanço da ciência resolverá o aquecimento global", dizem os negacionistas climáticos. Será? Precisamos efetivamente refletir se estamos evoluindo, para quê fim e o porquê.    https://twitter.com/CaioAlmendra/status/1640742665737195523?t=uxe7GJNC7k4UJw0l6_Cb6Q&s=08

Aqui a palestra: https://www.youtube.com/watch?v=4Q84ar89Oxo

 

- Para finalizar, ainda falando de tecnologia, uma dica interessante de Marcelo Sabbatini, também no Twitter, o ChatPDF, uma inteligência artificial semelhante ao ChatGPT. Esse último é considerado aquele aluno que não leu o texto, mas que mesmo assim responde a pergunta com bastante convicção e acaba até convencendo. Na nova ferramenta, você faz upload de um arquivo PDF e imediatamente o chatIA faz uma síntese e levanta questões para aprofundar. Clicando nas setinhas, ele responde às perguntas. Com isso ele se torna um assistente de leitura. Bons testes: https://twitter.com/marsabbatini/status/1642225276842127365?t=TqKxgTn6yj8XhrcnTnEmxw&s=08

 

 

Amigas e amigos, muito obrigado pela leitura. Acessem também nosso Canal do Youtube (https://youtube.com/c/ecdtraining ), Canal do Telegram, ficado em vagas de emprego (https://t.me/areascontaminadas ) Página no Facebook (https://www.facebook.com/ecdambiental ) e Perfil no Instagram (@ecdambiental). Mais uma vez peço que acessem o https://apoia.se/ecdambiental para vocês conhecerem melhor a nossa campanha e, se quiserem e puderem, contribuírem conosco

 

Por hoje é isso. Aguardo os comentários, sugestões e críticas. Se tiverem dúvida, estou à disposição.

 

Se alguém não quiser mais receber as minhas mensagens, é só responder esse e-mail com o texto REMOVER

 

 

 

Marcos Tanaka Riyis

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