Newsletter ECD #193

Essa é a Newsletter #193, enviada em 07/04/2024

 

A nossa Newsletter, junto com o nosso Podcast Áreas Contaminadas, cumpre um papel de dar poder a vocês, não um poder competitivo, que visa vencer o outro, mas um poder legítimo, coletivo, de construção, cooperativo, de vencer COM o outro, que visa criar laços e pontes e dividir as conquistas com todo mundo. Um poder pelo conhecimento!!!

Tentamos fazer isso trazendo informações, dicas, conteúdos, textos, novidades e notícias sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), mas não só sobre isso, também sobre meio ambiente, ambientalismo, economia, saúde, filmes, livros, músicas e teorias para adiar o fim da humanidade, sempre com comentários e o nosso olhar sobre essas informações.

Se alguém quiser compartilhar a nossa Newsletter com alguém, pode mandar o link para preenchimento do formulário de inscrição, que é esse: https://forms.gle/wJoFfUzv9vSkw19g7 .

Algumas das Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br).

Graças ao nosso amigo José Gustavo Macedo, nossa Newsletter está sendo publicada também no site do Sigesp – Sindicato dos Geólogos do Estado de São Paulo, o que é motivo de muita honra para nós!!!! Vejam lá a Newsletter #191 e algumas anteriores

https://sigesp.org.br/noticias/newsletter-especial-191   

Essa semana, tivemos a grande alegria de recebermos mais 5 inscrições!!!!! Então, seja bem-vinda, Carla, sejam bem-vindos Zanella, Júlio, Jones e Rodrigo!!!! Temos o prazer de contarmos, agora, com 797 assinantes nessa Newsletter!!!!! São quase 800 pessoas que muito nos orgulham por ceder um pouco da sua atenção para ver a curadoria que fazemos das notícias mais importantes da semana. Para mim é um número muito expressivo, são muitas pessoas querendo saber o que temos para dizer, ouvir as nossas histórias, as nossas indicações. É um auditório grande lotado todas as semanas!!!! Em nome da família ECD, agradeço demais a companhia de vocês, que nos dão a força que precisamos para fazer esse trabalho todas as semanas.

 

Gostaria de lembrar que temos uma campanha no “Apoia.Se”, que é muito importante pra gente, pois ela nos ajuda a manter gratuitos os nossos canais de divulgação científica nessa Newsletter e no Podcast Áreas Contaminadas. A campanha, para quem quiser e puder contribuir voluntariamente conosco está no site http://apoia.se/ecdambiental

É simples e rápido, você faz um login na plataforma e escolhe como fazer esse pagamento, com boleto, cartão, etc. Mensalmente o Apoia.se faz essa cobrança; se for por boleto, a plataforma te envia os boletos mensalmente.

Aproveitando, agradeço aos 60 atuais apoiadores e apoiadoras atuais, principais responsáveis pela manutenção dos nossos canais de divulgação gratuitos. Sem a ajuda deles, dificilmente seria possível dedicar todo esse tempo à pesquisa, produção e o desenvolvimento do material gratuito do podcast e dessa Newsletter. Muito obrigado a vocês!!!

 

Ábila de Moraes, Alison Dourado, Allan Umberto, André Souza, Atila Pessoa, Barbara Grossi, Beatriz Lukasak, Beatriz Ramos, Bruna Fiscuk, Bruno Balthazar, Bruno Bezerra, Carlos Marteleto, Cristina Maluf, Daiane Teixeira, Daniel Salomão, Danilo Tonelo, Diego Silva, Fabiano Rodrigues, Fernanda Nani, Filipe Ferreira, Geotecnysan, Gilberto Vilas Boas, Guilherme Corino, Heraldo Giacheti, Hermano Fernandes, Igeologico, Jefferson Tavares, João Paulo Dantas, João Lemes, Jonathan Tavares, José Gustavo Macedo, Joyce Cruz, Juliana Mantovani, Leandro Freitas, Leandro Oliveira, Lilian Puerta, Luana Fernandes, Luiz Ferreira, Marcos Akira Ueda, Marina Melo, Nádia Hoffman, Paulo Afonso Rodrigues Junior, Rafael Godoy, Rafael Sousa, Renata Machado Lima, Renato Kumamoto, Rodrigo Alves, Rodrigo Gaudie-Ley, Silvio Almeida, Sueli Almeida, Tamara Quinteiro, Tatiana Sitolini, Tatianne Grilleni, Tiago Soares, Vania de Oliveira, Wagner Rodrigo, Willem Takiya, e mais 5 apoiadores anônimos.

 

Nessa semana, foi ao ar o Episódio #185 do Podcast Áreas Contaminadas, outro episódio mais curto, técnico, direto ao ponto, com uma explanação com comentários sobre um tema específico. Pensamos que esse tipo de episódio é importante para ajudar as pessoas, falando de temas que discutimos no SENAC, na ABNT, nas reuniões da AESAS, outros fóruns, outras universidades, etc, mas nem todo mundo têm acesso fácil, então, a ideia é intercalar as entrevistas, que são muito legais para conhecermos melhor as pessoas que realmente fazem o nosso GAC, com esses episódios técnicos mais curtos.

Nesse episódio, discuti um tema que novamente tem uma certa relação com a acreditação de amostragem de água subterrânea, que é a amostragem de água pela Metodologia Screen Point. Uma das perguntas que mais são feitas quando falamos sobre essa metodologia é se ela é acreditada (spoiler: não é).

Mas o episódio não é só isso, muito ao contrário. Falamos sobre o que significa, como é, como funciona o Screen Point, sua diferença para o Grab Sampling, as possibilidades técnicas e detalhes operacionais importantes para observarmos, tais como: a impossibilidade de coletarmos mais de uma amostra no mesmo furo na mesma ação, a eventual demora na entrada de água, ponteira descartável, formatos de ponteiras, diâmetros de hastes, espaçadores, isoladores, instrumentos possíveis para a captura de água e limitações, como a pouca produção de água e a turbidez elevada.

Dedicamos muito do episódio a ressaltar que essa ferramenta (e qualquer outra que se proponha a investigar a água subterrânea) só funciona se soubermos com muita precisão, com muito detalhe, quais são as unidades hidroestratigráficas relevantes, onde elas estão, qual a delimitação e qual a composição, no mínimo, granulométrica delas. No caso do Screen Point, uma vez feito esse reconhecimento cuidadoso das unidades hidroestratigráicas, a coleta de água é relativamente simples e muito precisa, ao permitir que a água coletada venha dessa unidade que queremos investigar e, mais importante, que venha somente dela. Para esse objetivo (que deveria ser o objetivo de qualquer investigação de água subterrânea), o Screen Point é uma ferramenta muito eficiente, talvez a mais eficiente por ser muito precisa em suas profundidades e aberturas de portas de amostragem (mais que poços de monitoramento perfurados com Hollow) e por ser de fácil execução (mais que poços pré-montados e muito mais fácil que os poços CMT, por exemplo).

Mas e acreditação? Não é uma amostra acreditável, como discutimos no episódio. Mas, vejam só, eu acho muito, muito, muito mais importante coletarmos água do lugar certo, da profundidade certa, da unidade certa, mesmo que com equipamento inferior, com turbidez na amostra, do que uma amostragem acreditada, calibrada, rastreada, mas coletada do lugar errado, com mistura de unidades, com diluição, que é o que acontece na esmagadora maioria das investigações de água subterrânea, que se baseiam em coletas acreditadas em poços de monitoramento errados (Poções).

Portanto, recomendo que vocês ao menos considerem o uso do Screen Point nas suas investigações de partição para a fase dissolvida.

 

Episódio no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=F_GwXDzcuso

Episódio no Spotify: https://open.spotify.com/episode/4PXImHMjhYOsvTuhFNlXBk?si=e6ZysdSgRT-VFZzi_jhHrg

 

 

Na próxima semana, teremos, no Episódio #186 do Podcast Áreas Contaminadas, uma conversa muito legal com a Giovana Moser, bióloga, sorocabana, atualmente trabalhando prioritariamente com Avaliação de Risco à Saúde Humana na A2J. Ela conta a sua jornada, por diferentes caminhos, que incluem uma passagem importante pela Saúde Pública, ciência que deveríamos nos aproximar mais, para chegar no GAC e ser uma das grandes especialistas em ARSH. Com certeza vocês vão gostar desse papo, não percam!!!!!

  

O Nosso Podcast Áreas Contaminadas tem o patrocínio Master da Clean Environment Brasil (www.clean.com.br ), e o Patrocínio Ouro do Laboratório Econsulting (http://econsulting.com.br/), da Vapor Solutions (www.vaporsolutions.com.br) e a EBP Brasil (https://www.ebpbrasil.com.br/pt-br )

 

Essa semana voltamos com as indicações de músicas. Desta vez, uma recomendação do nosso amigo Allan Umberto, grande apreciador de músicas brasileiras “de raiz”. Ele nos recomenda a canção Saga da Amazônia, de Vital Farias, realmente uma bela composição que fala das características naturais da floresta, passa por um pouco do folclore regional e modo de vida local, e separa um bom espaço para falar do povo sofrido da região, identificando claramente opressores e oprimidos. A versão que indico aqui para vocês tem a voz do próprio Vital Farias, acompanhado de Elomar, Geraldo Azevedo e Xangai.

https://www.youtube.com/watch?v=HnX4VFz4EOs  

 

Saga da Amazônia

Vital Farias

 

Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta

Mata verde, céu azul, a mais imensa floresta

No fundo d'água as Iaras, caboclo lendas e mágoas

E os rios puxando as águas

 

Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores

Os peixes singrando os rios, curumins cheios de amores

Sorria o jurupari, uirapuru, seu porvir

Era: Fauna, flora, frutos e flores

 

Toda mata tem caipora para a mata vigiar

Veio caipora de fora para a mata definhar

E trouxe dragão-de-ferro, prá comer muita madeira

E trouxe em estilo gigante, prá acabar com a capoeira

 

Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar

Prá o dragão cortar madeira e toda mata derrubar

Se a floresta meu amigo, tivesse pé prá andar

Eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá

 

O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar

E o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar?

Depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar

Igarapé, rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar

 

Mas o dragão continua a floresta devorar

E quem habita essa mata, prá onde vai se mudar???

Corre índio, seringueiro, preguiça, tamanduá

Tartaruga: Pé ligeiro, corre-corre tribo dos Kamaiura

 

No lugar que havia mata, hoje há perseguição

Grileiro mata posseiro só prá lhe roubar seu chão

Castanheiro, seringueiro já viraram até peão

Afora os que já morreram como ave-de-arribação

Zé de Nana tá de prova, naquele lugar tem cova

Gente enterrada no chão

 

Pois mataram índio que matou grileiro que matou posseiro

Disse um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro

Roubou seu lugar

 

Foi então que um violeiro chegando na região

Ficou tão penalizado que escreveu essa canção

E talvez, desesperado com tanta devastação

Pegou a primeira estrada, sem rumo, sem direção

Com os olhos cheios de água, sumiu levando essa mágoa

Dentro do seu coração

 

Aqui termina essa história para gente de valor

Prá gente que tem memória, muita crença, muito amor

Prá defender o que ainda resta, sem rodeio, sem aresta

Era uma vez uma floresta na Linha do Equador

 

 

Vamos agora às notícias da semana:

 

Recebi essa semana, como sempre, algumas contribuições muito legais de: Manoel Riyis Gomes, Lucas Venciguerra, Fabiano Rodrigues, Wagner Rodrigo, Luiz Ferreira, Miriam Tanaka. Obrigado, pessoal!!! Fico orgulhoso de ter tanta gente boa contribuindo com nosso “espalhamento” aqui!!!  Quem identificar erros ou falhas, ou quem tiver dicas, críticas, sugestões para dar, por favor, me mande, para rechearmos esse espaço com as ideias de vocês.

 

- Recebi, essa semana, algumas vagas de emprego para divulgar: BTX (Estágio), WSP (Em GAC, tem vagas para Engenheiro ou Geólogo Sênior em SP e Engenheiro ou Geólogo Júnior também em SP), Tetra Tech (Especialista Ambiental Júnior e Especialista Ambiental Pleno para GAC), BTX (Geólogo com mais de 5 anos de experiência com GAC), Arcadis (Várias Vagas), Geoambiente S/A (Profissional de GAC com foco em orçamento), Braskem (Inovação Digital), Labgeo (Analista). Como podem ver, são muitas vagas aparecendo, indicando um possível aquecimento do mercado, um momento propício para os trabalhadores e trabalhadoras negociarem melhores condições de trabalho. Soube também de outras vagas não anunciadas em muitas outras consultorias, se você é um profissional da área, recomendo que entre no site da AESAS e entre em contato diretamente com as empresas associadas (www.aesas.com.br). As vagas que recebo ou vejo, compartilho imediatamente no nosso Canal do Telegram (https://t.me/areascontaminadas)

 

- Em abril, teremos alguns cursos online, gratuitos, oferecidos pelo Clu-in, muito interessantes e relevantes para o GAC. Vejam a lista completa: https://www.clu-in.org/live/ . Dentre eles, recomendo:

- Superfund Remedial Program's Approach for Addressing Radioactive Contamination, dia 17/04, às 13:30 (EDT) ou 14:30 de Brasília. Apresentado por Stuart Walker, da USEPA Office of Superfund Remediation and Technology Innovation e moderado pela lendária Jean Balent, também da EPA. É uma atualização do documento e treinamento feito em 2007, que orienta investigações e remediações de “sites CERCLA” com contaminações “radioativas”, ou por radionuclídeos. O foco desta apresentação é uma visão geral dos documentos de orientação recomendados pela EPA, incluindo modelos para conduzir avaliações de risco, e ferramentas de envolvimento significativo com a população durante o processo para determinar níveis de risco para áreas do Superfund contaminados radioativamente. A apresentação tem como objetivo ajudar o público a obter conhecimento das orientações recomendadas pela EPA para facilitar remediações que sejam consistentes com a forma como os contaminantes químicos são tratados, exceto quando são abordadas diferenças técnicas impostas pela radiação. https://www.clu-in.org/conf/tio/remedial-radscleanup/

- ITRC PFAS Beyond the Basics: Sampling, Analysis, Surface Water, & Air Occurrence Training, dia 18/04, às 13:00 EDT, ou 14:00 de Brasília. Este curso fornecerá informações detalhadas sobre a preparação e implementação de eventos de amostragem. Algumas informações detalhadas e estudos de caso são apresentados para amostragem de água superficial e espuma contendo PFAS que pode se formar e agregar na interface água-ar. O treinamento inclui informações sobre análise PFAS e discute técnicas analíticas qualitativas alternativas. A ocorrência de PFAS nas informações obtidas na literatura para ar externo, ar interno, poeira depositada e precipitação será também discutida. https://www.clu-in.org/conf/itrc/PFAS-BTB-1/

 

- Falando em curso, a ABGE anunciou seu curso sobre Classificação de Sondagens em junho. Segundo a ABGE, esse curso tem o objetivo de apresentar de forma expositiva e prática uma metodologia de trabalho para a descrição de amostras de solos e rochas, coletadas em sondagens diretas (trado, percussão e rotativa), numa sequência de trabalho que vai desde o recebimento das amostras, definição dos parâmetros geológicos e geotécnicos e sua apresentação final no Perfil Individual de Sondagem. Visa possibilitar ao profissional a compreensão dos processos que envolvem a descrição de solos e rochas e responder às questões: Que tipo de classificação geológico-geotécnica deve ser dada aos testemunhos de sondagem a percussão, rotativa e mista? Quais são os critérios que garantem a confiabilidade da descrição de testemunhos de sondagem? O curso apoia-se na experiência pessoal do palestrante e em justificativas e tomadas de decisões aceitas pelas normas técnicas vigentes. O palestrante é muito reconhecido nessa área, o Professor Ivan Delatim. https://www.linkedin.com/posts/associa%C3%A7%C3%A3o-brasileira-de-geologia-de-engenharia-e-ambiental_curso-classifica%C3%A7%C3%A3o-de-sondagens-junho-activity-7176928373560991747-f57a

 

- O ITRC anunciou que vai revisar seu famoso guia de Intrusão de Vapores, de 2007. O grupo atualmente está trabalhando no documento que irá se chamar: “Vapor Intrusion (VI) Pathway Evaluation and Mitigation”. Acompanhem na página do ITRC: https://itrcweb.org/teams/active/vip-update

Enquanto isso, leiam o documento do ITRC “Remediation and Institutional Controls as Vapor Intrusion Mitigation”: https://vim-1.itrcweb.org/remediation-and-institutional-controls-as-vapor-intrusion-mitigation/

 

- Aqui tem um vídeo muito interessante, muito aplicado ao GAC, que explica muita coisa sobre sistemas deposicionais. O vídeo mostra uma simulação de um rio, com canal retilíneo e um fluxo de água acompanhando esse canal. Ao serem colocadas algumas poucas rochas em trechos do rio, há um desvio no fluxo, que se propaga caoticamente, alterando totalmente a forma do canal e criando sistemas deposicionais e regimes de fluxos totalmente diferentes do original, mostrando que pequenas intervenções geram enormes mudanças. São várias camadas de aprendizado em um vídeo simples. Recomendo que assistam e reflitam. https://twitter.com/gunsnrosesgirl3/status/1774659258346287363?t=ckx4JvE-5_t6Bc1s0EtJAg&s=08

 

- EPA emite plano final de remediação de um site Superfund com uma severa contaminação de águas subterrâneas, o famoso caso de New Cassel/Hicksville no condado de Nassau, Estado de Nova York. As águas subterrâneas deste local estão contaminadas com compostos orgânicos voláteis (VOCs), incluindo solventes clorados. O plano de intervenção prevê a instalação de uma rede de poços de bombeamento/extração e tubulação subterrânea num bairro residencial para captar e transportar águas subterrâneas contaminadas para uma nova estação de tratamento. “Garantir o acesso à água potável é uma das missões mais importantes da EPA e este plano de remediação irá promover esse objetivo”, disse a Administradora Regional da EPA, Lisa F. Garcia. “Nosso plano de intervenção é um passo significativo na redução dos impactos potenciais da contaminação química para os residentes do condado de Nassau.” As opções sobre como a água tratada será reintroduzida no meio também serão avaliadas durante a concepção do plano de intervenção, incluindo a reinfiltração da água tratada no solo, descarte em águas superficiais, em uma bacia de recarga ou na rede de esgoto. O plano de intervenção também exige monitoramento de longo prazo da qualidade das águas subterrâneas e baseia-se nas restrições existentes no condado e no estado sobre a utilização das águas subterrâneas para garantir que os poços públicos de água potável não sejam instalados sem licença. https://www.epa.gov/newsreleases/epa-issues-final-cleanup-plan-new-casselhicksville-groundwater-contamination-superfund

 

- Na Sessão PFAS de hoje, foi anunciada a publicação de um documento sobre PFAS, desta vez da Alemanha, onde o cerco está se fechando sobre essas substâncias químicas com a iminência de aprovação da Lei de Proteção dos Solos da União Europeia. O documento anunciado dá suporte às autoridades responsáveis na pré-seleção, avaliação e decisão para um procedimento de investigação e remediação adequados, mostra condições básicas relevantes e medidas de acompanhamento. Devido às diferentes propriedades das substâncias do PFAS, os possíveis procedimentos de remediação também devem ser avaliados com base em substâncias específicas. As vantagens e desvantagens, os requisitos técnicos e de aprovação, bem como a sua sustentabilidade são apresentados para os possíveis métodos de remediação. Não se preocupem, o documento tem versão em inglês também.  https://www.umweltbundesamt.de/en/publikationen/remediation-management-for-local-wide-spread-pfas

 

- Ainda na Sessão PFAS, ainda sobre o fechamento do cerco na Europa, uma notícia que está abalando o setor ambiental e econômico na França: Os deputados franceses aprovaram a primeira leitura de um projeto de lei que visa restringir a fabricação e venda de produtos não essenciais contendo PFAS, marcando um passo significativo na proteção ambiental na França. A lista de produtos, no entanto, não inclui utensílios de cozinha após protestos dos fabricantes esta semana. O projeto de lei pedia a proibição da fabricação, importação e venda de qualquer produto cosmético, produto de cera (para esquis de neve) ou produto têxtil de vestuário contendo substâncias per e polifluoroalquiladas (PFAS), com exceção de produtos de proteção vestuário para profissionais de segurança e proteção civil a partir de 1º de janeiro de 2026. Embora a fabricação e a venda de têxteis contendo PFAS sejam proibidos a partir de 1 de janeiro de 2030, os utensílios de cozinha – que foram inicialmente incluídos na proibição – foram retirados da lista depois de deputados citarem os argumentos dos fabricantes sobre os riscos para o emprego (como sempre, embora essa seja uma preocupação secundária, os industriais, obviamente estão preocupados com o próprio lucro). No início desta semana, o fabricante de utensílios de cozinha SEB alertou que a proibição dos produtos PFAS colocaria em risco cerca de 3.000 empregos nas suas fábricas regionais, que produzem frigideiras Tefal. Várias centenas de funcionários do SEB reuniram-se na quarta-feira para protestar contra o projeto de lei perto do Parlamento francês. Ou seja, curiosamente os trabalhadores ficam contra os ambientalistas e vice-versa. Lembrando que a União Europeia estuda banir totalmente os PFAS já em 2026. https://www.france24.com/en/europe/20240404-forever-chemicals-french-mps-approve-pfas-product-ban

 

- Belíssima dica de Lucas Venciguerra: vídeo no LinkedIn mostra como é o processo da fabricação do ácido sulfúrico. Como vocês imaginam, é um processo quimicamente complexo, com várias possibilidades de criação de fontes primárias e secundárias. Algo que, certamente, vai ajudar muito as avaliações preliminares nesse tipo de indústria. Mais que isso, é muito interessante para Engenheiros Químicos e pessoas envolvidas em processos industriais. Além do vídeo, a postagem conta com as reações dos processos muito bem descritas. https://www.linkedin.com/posts/moacirgabriel_processos-fabrica%C3%A7%C3%A3o-do-%C3%A1cido-sulfurico-vamos-activity-7180903214190366720-ewCO

 

- Outra dica de vídeo muito legal, essa dada pelo Wagner Rodrigo: uma aula prática sobre permeabilidade do solo da professora Isabo Melina Pascoaloto, com um olhar mais voltado à agricultura, mas bastante interessante para nós, do GAC. O vídeo mostra um experimento que compara a infiltração de água em diferentes tipos de solo. Vale a pena dar uma olhada e refletir sobre como as contaminações ocorrem. https://www.linkedin.com/posts/ibsustentabilidade_meioambiente-ambiental-economia-activity-7181399211119177728-Xi8f

 

- Vocês viram a notícia do abastecimento de água interrompido para 2 milhões de pessoas em Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá, no estado do RJ? Pois é, Fabiano Rodrigues nos indicou uma notícia que aponta a causa: um vazamento grande de tolueno. Técnicos da Cedae e do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), além de agentes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), rastrearam as margens do manancial e localizaram o foco do problema em um ponto do Rio Guapiaçu, em Guapimirim, na Baixada Fluminense. Ainda não se sabe a origem do vazamento  https://www.cartacapital.com.br/sociedade/vazamento-de-poluente-suspende-abastecimento-de-agua-para-cidades-do-estado-do-rio/

 

- Uma nova notícia, indicada por Lucas Venciguerra, que complementa a anterior: Representantes do INEA e da Cedae afirmaram nesta quinta-feira que há indícios de que o vazamento de tolueno saia de um oleoduto da Petrobras. As imagens são impressionantes, é uma mancha realmente de grande extensão, não foi um tanque que vazou, ou um caminhão tombado, é muito tolueno!!!!! A Transpetro informou que "não identificou qualquer despressurização nos dutos que passam pelo município de Magé" e "mobilizou imediatamente suas equipes para a região com o objetivo de realizar inspeção visual na faixa de dutos". "Até o momento não foi localizada nenhuma anormalidade". Segundo a Cedae, uma investigação vai identificar se essa contaminação saiu ou não do oleoduto, uma vez que a Petrobras afirma que não tem usado o duto para transporte de substâncias. "Vamos ver se essa contaminação não vem do solo ou se é anterior a este processo ou não. Vamos checar se em razão das cheias por causa das chuvas, se tinha substância no solo e emergiu contaminando os rios. Nosso trabalho agora é restabelecer a produção e abastecimento de água", afirmou o presidente da Cedae. Não conheço a região, nem trabalhei muito com vazamentos em dutos, mas acho muito difícil ter essa quantidade de LNAPL trapeado no solo e as cheias trazerem tolueno para cima. Como sabemos, a maior massa do LNAPL fica trapeada no centro dos poros. Na manhã de quarta, a concentração observada nas amostras chegou a 59 ug/L no ponto do Rio Guapiaçu onde aparece o vazamento, entre Cachoeiras de Macacu e Guapimirim, acima do VI, que é de 30 ug/L. Lembrando que essa é a concentração em um rio!!!!! Imaginem na água subterrânea!!!!!! Para a nossa sorte, alguns amigos do GAC vão participar dessa investigação. Espero ter notícias para compartilhar com vocês!!! https://g1-globo-com.cdn.ampproject.org/c/s/g1.globo.com/google/amp/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/04/04/imagem-aerea-mostra-mancha-em-rio-que-desagua-no-manancial-de-captacao-da-cedae-no-sistema-imunana-laranjal.ghtml

 

- Vejam que notícia absurda foi compartilhada por Miriam Tanaka: Uma operação conjunta entre as forças de segurança pública e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apreendeu cerca de 37 toneladas de agrotóxicos ilegais, em Caldas Novas. Sim 37 toneladas de agrotóxicos ilegais!!!!!!! Durante a ação, também foram localizadas milhares (!!!!) de embalagens novas e reutilizadas, rótulos e lacres falsificados de grandes produtores nacionais. Foram identificados três endereços e dezenas de máquinas que eram utilizadas para embalar, armazenar e manipular os defensivos agrícolas falsificados/adulterados. Uma pessoa foi presa por crime contra a saúde pública. Os responsáveis foram chamados “piratas do agro”. Se os agrotóxicos legais já são um problema ambiental e de saúde, imaginem os ilegais e falsificados!!!! https://www.jornalopcao.com.br/policia/piratas-do-agro-operacao-apreende-37-toneladas-de-agrotoxicos-ilegais-595651/

 

- Ainda na Sessão agrotóxicos, estudo realizado na Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) que investigou os efeitos de resíduos dos pesticidas parationa-metílica (MP) e imazapique (IMZ) em tilápias, peixe mais consumido e criado em cativeiro no Brasil. O MP e IMZ são borrifados nas plantações de cana-de-açúcar na região de Presidente Prudente, interior de São Paulo. Devido à sua toxicidade, há uma preocupação crescente com os resíduos desses produtos no solo e na água, que podem afetar diretamente os ecossistemas aquáticos (vejam um exemplo de estudo ecotoxicológico, importantíssimo no GAC). O IMZ é um herbicida seletivo autorizado para uso no Brasil no plantio do amendoim, arroz, cana-de-açúcar, milho, pastagem, soja, sorgo e trigo. Porém, é considerado altamente tóxico e pode causar danos ao meio ambiente e à saúde humana. O uso da parationa-metílica (MP), do grupo dos organofosforados, é permitido até o limite de concentração de 9,3 µg/L nos Estados Unidos, mas proibido no Brasil por seus efeitos tóxicos. O resultado dos testes feitos com tilápias em tanques de água no laboratório com diluição de pesticidas (em quantidades abaixo dos limites) revelou que os animais sofreram lesões significativas, evidenciando impacto na saúde das tilápias e indicando alto potencial de dano às comunidades aquáticas e ecossistemas aquáticos. https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2024/04/06/pesticidas-usados-na-cana-de-acucar-causam-morte-de-tilapias.htm

 

- Outra dica muito boa de Luiz Ferreira: Estudo liderado pela Fiocruz identificou a presença de mercúrio em amostras de cabelo de cerca de 300 pessoas analisadas no Alto Rio Mucajaí, na Terra Indígena Yanomami do estado de Roraima, em nove aldeias, mostraram que todos os participantes estão contaminados por mercúrio. Os maiores níveis de exposição foram detectados em indígenas que vivem nas aldeias localizadas mais próximas aos garimpos ilegais de ouro. O estudo 'Impacto do mercúrio em áreas protegidas e povos da floresta na Amazônia: uma abordagem integrada saúde-ambiente' foi conduzido pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), que contou com o apoio do Instituto Socioambiental (ISA). Das 287 amostras de cabelo examinadas, 84% registraram níveis de contaminação por mercúrio acima de 2,0 µg/g. Já 10,8% ficaram acima de 6,0 µg/g. Para a OMS, níveis acima de 6 μg/g podem trazer sérias consequências à saúde. https://www.socioambiental.org/noticias-socioambientais/pesquisa-todos-os-yanomami-de-9-aldeias-assediadas-pelo-garimpo-estao

 

- Dentre as grandes consequências das mudanças climáticas que retroalimentam as mudanças climáticas está o chamado “branqueamento” dos corais, ou seja, O tecido desses organismos fica translúcido, revelando seu esqueleto e causando a diminuição da capacidade reprodutiva e a redução das taxas de crescimento e de calcificação, o que pode provocar a morte dos corais. Esse fenômeno é causado pela acidificação dos oceanos, que por sua vez é causada pelo aumento da temperatura e maior concentração de CO2 no ar e nos oceanos. Segundo o PNUMA, os recifes de corais abrigam 25% da fauna marinha, incluindo cerca de 65% dos peixes. Ou seja, esses ecossistemas funcionam como condomínios subaquáticos, onde moram diversas espécies de peixes, tartarugas e invertebrados, além de ser fonte de alimento e abrigo para outras espécies que estão de passagem. Um levantamento realizado pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) alerta que, se algo não for feito de maneira urgente, 90% dos recifes de corais podem desaparecer até 2050. https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/opiniao/2024/03/31/nova-epidemia-de-branqueamento-ameaca-sobrevivencia-de-recifes-de-corais.htm

 

- Recentemente, um artigo publicado no British Medicine Journal apresentou uma ampla revisão de estudos sobre os malefícios dos alimentos ultraprocessados, associando-os a 32 efeitos prejudiciais à saúde. Já está estabelecida a conexão entre seu consumo e o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes, problemas cardiovasculares e obesidade. A relação entre esses alimentos e o aumento do risco de diversos tipos de câncer também tem sido objeto de estudo há anos. Infelizmente, os brasileiros moradores das periferias tendem a consumir mais alimentos ultraprocessados, e essa tendência é atribuída à escassez de opções saudáveis a preços acessíveis. Mais um exemplo d desigualdade afetando os riscos e a saúde dos individuos. https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/opiniao/2024/04/01/a-nova-cesta-basica-os-ultraprocessados-e-o-cancer.htm

 

- Para finalizar, mais uma dica de vídeo bem interessante, de Luiz Ferreira. O Departamento Florestal de Andhra Pradesh, na Índia, conduziu recentemente um experimento no Parque Nacional Papikonda que confirmou o conhecimento indígena da tribo Konda Reddi. As autoridades cortaram a casca da espécie Terminalia tomentosa e confirmaram a afirmação da tribo de que estas árvores armazenam água natural, especialmente durante o verão. No vídeo dá pra ver a árvore jorrar água a uma distância maior que 3 metros, uma pressão significativa. https://www.linkedin.com/posts/alexpassini_water-nature-india-activity-7181636652195307520-O2x3?utm_source=share&utm_medium=member_android

 

 

 

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SINDICATO DOS GEÓLOGOS DO ESTADO DE SÃO PAULO

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