Essa é a Newsletter #191, enviada em 24/03/2024
A nossa Newsletter, junto com o nosso Podcast Áreas Contaminadas, cumpre um papel de dar poder a vocês, não um poder competitivo, que visa vencer ou subjugar o outro, mas um poder legítimo, coletivo, de construção, um poder cooperativo, de vencer COM o outro, que visa criar laços e pontes e dividir as conquistas com todo mundo. Um poder pelo conhecimento!!!
Tentamos fazer isso trazendo informações, dicas, conteúdos, textos, novidades e notícias sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), mas não só sobre isso, também sobre meio ambiente, ambientalismo, economia, saúde, filmes, livros, músicas e teorias para adiar o fim da humanidade, sempre com comentários e o nosso olhar sobre essas informações.
Se alguém quiser compartilhar a nossa Newsletter com alguém, pode mandar o link para preenchimento do formulário de inscrição, que é esse: https://forms.gle/
Algumas das Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br).
Graças ao nosso amigo José Gustavo Macedo, nossa Newsletter está sendo publicada também no site do Sigesp – Sindicato dos Geólogos do Estado de São Paulo, o que é motivo de muita honra para nós!!!! Vejam lá a Newsletter #184 e algumas anteriores
https://sigesp.org.br/
Essa semana, tivemos a grande alegria de recebermos mais 4 inscrições!!!!! Então, sejam bem-vindas Amanda e Caroline. Sejam bem-vindos Klaus e Rogério!!!! Temos o prazer de contarmos, agora, com 790 assinantes nessa Newsletter, são 790 pessoas que muito nos orgulham por ceder um pouco da sua atenção para ver a curadoria que fazemos das notícias mais importantes da semana. Para mim é um número muito expressivo, são muitas pessoas querendo saber o que temos para dizer, ouvir as nossas histórias, as nossas indicações. É um auditório grande lotado todas as semanas!!!! Em nome da família ECD, agradeço demais a companhia de vocês, que nos dão a força que precisamos para fazer esse trabalho todas as semanas.
Gostaria de lembrar que temos uma campanha no “Apoia.Se”, que é muito importante pra gente, pois ela nos ajuda a manter gratuitos os nossos canais de divulgação científica nessa Newsletter e no Podcast Áreas Contaminadas. A campanha, para quem quiser e puder contribuir voluntariamente conosco está no site http://apoia.se/ecdambiental
É simples e rápido, você faz um login na plataforma e escolhe como fazer esse pagamento, com boleto, cartão, etc. Mensalmente o Apoia.se faz essa cobrança; se for por boleto, a plataforma te envia os boletos mensalmente.
Aproveitando, agradeço aos 59 atuais apoiadores e apoiadoras atuais, principais responsáveis pela manutenção dos nossos canais de divulgação gratuitos. Sem a ajuda deles, dificilmente seria possível dedicar todo esse tempo à pesquisa, produção e o desenvolvimento do material gratuito do podcast e dessa Newsletter. Muito obrigado a vocês!!!
Ábila de Moraes, Alison Dourado, Allan Umberto, André Souza, Atila Pessoa, Barbara Grossi, Beatriz Lukasak, Beatriz Ramos, Bruna Fiscuk, Bruno Balthazar, Bruno Bezerra, Cristina Maluf, Daiane Teixeira, Daniel Salomão, Danilo Tonelo, Diego Silva, Fabiano Rodrigues, Fernanda Nani, Filipe Ferreira, Geotecnysan, Gilberto Vilas Boas, Guilherme Corino, Heraldo Giacheti, Hermano Fernandes, Igeologico, Jefferson Tavares, João Paulo Dantas, João Lemes, Jonathan Tavares, José Gustavo Macedo, Joyce Cruz, Juliana Mantovani, Leandro Freitas, Leandro Oliveira, Lilian Puerta, Luana Fernandes, Luiz Ferreira, Marcos Akira Ueda, Marina Melo, Nádia Hoffman, Paulo Afonso Rodrigues Junior, Rafael Godoy, Rafael Sousa, Renata Machado Lima, Renato Kumamoto, Rodrigo Alves, Rodrigo Gaudie-Ley, Silvio Almeida, Sueli Almeida, Tamara Quinteiro, Tatiana Sitolini, Tatianne Grilleni, Tiago Soares, Vania de Oliveira, Wagner Rodrigo, Willem Takiya, e mais 5 apoiadores anônimos.
Nessa semana, foi ao ar o Episódio #183 do Podcast Áreas Contaminadas. Foi um episódio mais curto, técnico, direto ao ponto, onde em faço uma explanação com comentários sobre um tema específico. Pensamos que esse tipo de episódio é importante para ajudar as pessoas, falando de temas que discutimos no SENAC, na ABNT, nas reuniões da AESAS, outros fóruns, outras universidades, etc, mas nem todo mundo têm acesso fácil, então, a ideia é intercalar as entrevistas, que são muito legais para conhecermos melhor as pessoas que realmente fazem o nosso GAC, com esses episódios técnicos mais curtos.
A ideia do episódio veio de um comentário no LinkedIn do Lucio Alexandre, da Geoambiente – Genuine, na minha postagem sobre o nosso episódio #179, que eu falei sobre medir VOC no saquinho. Ele fez uma pergunta interessante, se deveríamos exigir acreditação de empresas de amostragem de solo também, como é feito com amostragem de água, se isso reduziria os problemas que apontamos no Episódio #179. De lá para cá recebi algumas respostas, conversei com algumas pessoas e fiz uma breve síntese sobre essas respostas e a minha posição sobre o assunto.
No episódio, iniciamos contando mais ou menos como foi a origem das exigências da acreditação 17025 para as análises químicas no GAC, e posteriormente das SMA-90 e SMA-100, que ampliaram essa exigência para as amostragens de água. A seguir, falamos um pouco de como é essa acreditação para a amostragem de água, no que ela se baseia, nos ganhos de qualidade que ela trouxe e discutimos se a etapa que mais ganhou com o aumento da qualidade, que é a retirada de água de dentro do poço até a chegada dessa água ao laboratório é relevante na investigação da fase dissolvida em uma área contaminada. A seguir, transportamos esses conceitos da acreditação atual para as amostragens de solo e discutimos esses conceitos no contexto da amostragem de solo. Em resumo, na nossa opinião, uma eventual acreditação da amostragem de solo daria muito enfoque para uma etapa, o ensaio de campo com PID, que é algo praticamente sem importância para um estudo adequado do solo. Fundamentalmente, uma boa investigação do solo precisa de um bom número de amostras representativas, para isso, precisamos um olhar atento, treinado, capacitado e autônomo em campo e precisamos entender que não é tecnicamente correto mandar uma única amostra de solo por ponto de sondagem ao laboratório, nem selecionar essa única amostra com base em um equipamento que não consegue medir o que realmente queremos medir. Sendo assim, uma eventual acreditação da amostragem de solo não contribuiria muito para uma boa investigação, seria mais efetivo investir em treinamento e capacitação dos profissionais e investir em mais análises e mais amostras.
Curiosamente, uma acreditação nos moldes da acreditação para amostragem de água não impediria a pessoa de fazer medições de VOC no saquinho. A única diferença seria que o PID estaria muito bem calibrado. Algo como medir a massa de algum objeto usando um termômetro calibradíssimo.
Recebemos alguns comentários em diversas redes: LinkedIn, Instagram, YouTube, e-mail WhatsApp, vamos fazer um compilado e trazer para vocês na próxima semana.
E você, o que acha? Mande também seus comentários, observações, sugestões para nós, ficaremos muito contentes em discutir melhor esse tema.
Episódio no Youtube: https://www.youtube.com/watch?
Episódio no Spotify: https://open.spotify.com/
Na semana que vem, no Episódio #184 do Podcast Áreas Contaminadas, traremos mais uma entrevista muito legal, desta vez com Hermano Fernandes, onde falamos sobre trabalho, música, investigação, remediação, modelagem, e muito mais. Com certeza vocês vão gostar!!!!! Não percam!!!
O Nosso Podcast Áreas Contaminadas tem o patrocínio Master da Clean Environment Brasil (www.clean.com.br ), e o Patrocínio Ouro do Laboratório Econsulting (http://econsulting.com.br/), da Vapor Solutions (www.vaporsolutions.com.br) e agora também da EBP Brasil (https://www.ebpbrasil.com.br/
Domingo passado ocorreu o concurso da Cetesb. Muita gente conhecida, incluindo leitores e leitoras aqui da Newsletter prestaram esse concurso. Desejo boa sorte a todo mundo que está lendo aqui e prestou. Acho algo muito positivo, o serviço público ser fortalecido, e os órgãos ambientais em particular serem aprimorados, desenvolvidos, renovados, receberem mais recursos financeiros, humanos, técnicos e boas condições para que sigam fazendo o papel de defender a sociedade do aumento inexorável da entropia e da degradação ambiental, inerente ao nosso sistema econômico. Mas uma coisa muito interessante e satisfatória a respeito desse concurso específico da Cetesb foi que duas pessoas me contaram que a Newsletter as ajudou na hora da redação. Ajudou a construir os argumentos e a ter um maior repertório para desenvolver o texto. Fiquei, claro, feliz pra caramba!!!!! Espero que ajude mais gente no dia a dia, não só nos concursos!!!!
Vamos agora às notícias da semana:
Recebi essa semana, como sempre, algumas contribuições muito legais de: Manoel Riyis Gomes, Lucas Venciguerra, Filipe Ferreira, Vania de Oliveira, André Souza. Obrigado, pessoal!!! Fico orgulhoso de ter tanta gente boa contribuindo com nosso “espalhamento” aqui!!! Quem identificar erros ou falhas, ou quem tiver dicas, críticas, sugestões para dar, por favor, me mande, para rechearmos esse espaço com as ideias de vocês.
- Recebi, essa semana, algumas vagas de emprego para divulgar: ConAm (Técnico), WSP (Analista Pleno), Tecpam (Analista, em Aparecida de Goiânia-GO), Vsol (Técnico de Amostragem), Kopf (Analista Pleno), Fullgeo (Estágio), WSP (Geólogo/Engenheiro Sênior). Soube também de outras vagas não anunciadas em muitas outras consultorias, se você é um profissional da área, recomendo que entre no site da AESAS e entre em contato diretamente com as empresas associadas (www.aesas.com.br). As vagas que recebo ou vejo, compartilho imediatamente no nosso Canal do Telegram (https://t.me/
- Foram lançados, três cursos da parceria SENAC/AESAS para o início do mês de abril, portanto, quem tiver interesse tem só mais uma semana para fazer a inscrição. Um deles é o de Direito Ambiental de 5 a 26/04, online ao vivo, às sextas pela manhã (09:00-13:00), coordenado pela Erika Von Zuben. O segundo é o de Avaliação Preliminar, de 03 a 29/04, online ao vivo, às segundas e quartas, das 8:00-12:00, coordenado por Rodrigo Cunha. O terceiro, eu tenho a honra de coordenar, que vai contar com várias “feras” como Cristina Maluf, Tamara Dias, Rafael Sato, Bernd Seelhorst, Otavio Gandolfo, Ana Lygia Donzelli, Wagner Rodrigo, e Marcel Rigamonti é o de Métodos de Screening, que começa dia 09/04 e vai até dia 23/04. Esse curso é “misto”, ou seja, terá aulas online ao vivo às terças e quintas, das 8:00-12:00 e um dia de aulas práticas presenciais no Centro Universitário SENAC, dia 23/04, o dia todo. Os três são muito bons, cada um com suas especificidades. Inscrições e maiores informações no site da Aesas: https://www.aesas.com.br/c%C3%
- Nem só de SENAC e AESAS vivem os cursos do GAC. A PUC Minas está oferecendo uma Pós-Graduação online em GAC, e está nos últimos dias de inscrição, já com a turma formada. Sob a coordenação dos professores da PUC: Josias Eduardo Rossi Ladeira e Rafael Colombo Pimenta e do nosso amigo e colaborador de longa data aqui, o Lucas Venciguerra, o curso tem previsão de início em 09/04/2024 e vai até nov/2025. Eu tenho a honra de fazer parte do corpo docente, com um monte de feras, como o próprio Lucas, mais Fabiano Rodrigues, Diego Silva, Guilherme Tavares, Rafael Sato, Calvin Iost, Marco Pede, Heitor Gardenal e muita gente boa. Tem a vantagem de ser um curso online e a desvantagem de ser um curso online. Seja como for, é uma opção interessante, especialmente para quem não pode fazer um curso presencial. Informações e inscrições: https://www.pucminas.br/Pos-
- Filipe Ferreira nos indicou uma postagem da Cetesb no Instagram muito interessante: a Cetesb, junto com a ANA (Agência Nacional de Águas) em parceria com o MMA, lançou essa semana a 2ª versão do Guia Nacional de Coleta e Preservação de Amostras de Água, Sedimento, Comunidades Aquáticas e Efluentes Líquidos, em um evento no MMA, em Brasília, com a presença da ministra Marina Silva. Aparentemente a nova versão do guia ainda não está disponível online, assim que soubermos mais detalhes, divulgaremos aqui. A grande coincidência está no fato que abordei a 1ª versão desse guia como um dos motivadores da exigência, na SMA-90, da acreditação para amostragem de água, pois havia esse guia recém-publicado à época (A resolução é de 2012, a 1ª versão do guia é de 2011). Lembramos que a ideia é amostragem de água superficial, não água subterrânea e também não é para o GAC e sim, para monitoramentos ambientais de forma mais ampla. Mesmo não sendo diretamente aplicado ao nosso trabalho, é algo de extrema relevância para a proteção das águas, esse direito humano valiosíssimo (mais que um recurso natural, realmente um direito humano que deve ser assegurado como tal), recomendo que baixem e leiam, assim que puderem. https://www.instagram.com/
- Falando em guia publicado, o National Contaminated Land Officers Group, do Reino Unido anunciou que publicou o documento “Regulators Guide to Cover Systems and their Verification”, no CL:AIRE. Este documento pretende ser um recurso informativo sobre áreas contaminadas para os agentes ambientais do governo local. https://claire.co.uk/useful-
- Vania de Oliveira nos indicou um Webinar gratuito, promovido pela Microbial Insights, apresentado por Craig Divine falando sobre “The Sentinel Integrative Passive Sampler for PFAS Measurement in Water”, um amostrador passivo de água capaz de amostrar PFAS, algo muito complexo. Informações e inscrições no site: https://register.gotowebinar.
- Na Sessão PFAS de hoje, Ian Ross, no LinkedIn, nos avisa que a Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA) descreve como os seus dois comités científicos irão progredir na avaliação da proposta de restrição de PFAS na Europa. Os comités científicos de Avaliação dos Riscos (RAC) e de Análise Socioeconômica (SEAC) da Agência avaliarão a proposta de restrição, centrando-se nos diferentes setores que poderão ser afetados. Paralelamente, as cinco autoridades nacionais que prepararam a proposta estão a atualizar o seu relatório inicial para responder aos comentários da consulta. Este relatório atualizado será avaliado pelas comissões e servirá de base para seus pareceres. Acompanhe no site da ECHA. https://echa.europa.eu/nl/-/
- Ainda falando de novos estudos e possíveis proibições, os trabalhadores rurais e as comunidades agrícolas enfrentam um risco aumentado de desenvolver a doença de Parkinson devido ao uso contínuo do agrotóxico paraquate. Em resposta a uma ação judicial movida pela Earthjustice em nome de trabalhadores rurais, organizações de saúde pública e ambientais, a EPA está atualmente reavaliando os riscos do paraquate para a saúde pública e o meio ambiente. O paraquate teve seu uso e comercialização proibidos no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2020 (inicialmente banido em 2017, seu uso foi prorrogado até 2020). Ele consta na Portaria 888, de potabilidade de água, portanto, é uma SQI que deveria ser investigada onde a preliminar apontar que possa ter sido usada. Como curiosidade, o limite é de 13 ug/L. https://earthjustice.org/
https://bvsms.saude.gov.br/
- Mais um produto prestes a ser banido nos EUA pela sua toxicidade: o TCE. Falamos sobre esse assunto em algumas ocasiões, incluindo no Episódio #174, com Paulo Negrão. Mas aqui temos uma história interessante sobre o TCE: Na década de 1980, autoridades federais descobriram que as águas subterrâneas no sul de Tucson estavam contaminadas depois que uma base militar passou décadas despejando produtos químicos tóxicos no solo. Entre eles estava o TCE, produto carcinogênico usado largamente para desengraxar peças metálicas. Os efluentes se infiltraram no solo (fonte secundária), houve partição de parte dessa massa para as águas subterrâneas, transformando a água, que era consumida para abastecimento, de potável em contaminada e imprópria para consumo. Ao saber da contaminação da água (isso que ela não sabia que poderia ainda particionar para a fase vapor), Linda Robles e seu marido, que moravam próximos à base militar, mudaram-se para uma casa recém-construída há alguns quilômetros da área fonte para tentar proteger sua crescente família. Mas a pluma de TCE em fase dissolvida na água subterrânea espalhou-se pelo seu novo bairro – e em breve afetaria a sua jovem família. “Tentei fugir do TCE, mas ele nos seguiu. Para onde quer que a água vá, esses produtos químicos vão junto.” Um drama individual, mas que acontece muito, não só nos EUA, mas também aqui no Brasil. E aí onde você mora, como está a água? https://earthjustice.org/
- Essa semana, pesquisando sobre a industrialização em São Paulo e sua relação com as áreas contaminadas, me deparei com um vídeo interessante sobre a vida de Francisco (Francesco) Matarazzo. O vídeo é um pouco “ufanista” demais, traçando Matarazzo como um gênio, um grande homem que fez muito pelo Brasil e, claro, sabemos que não é bem assim. Ainda que deixemos de lado o fato que ele se tornou bilionário e ninguém é bilionário impunemente (1 milhão de segundos são 11 dias e meio, 1 bilhão de segundos são 32 anos!!!!!!), o Conde Matarazzo apoiou o fascismo de Mussolini, o que, na minha opinião, é imperdoável. Mas o interessante mesmo é ver como se formaram as indústrias, começando pelo moinho, chegando ao complexo que ele montou e veio a desembocar em uma das maiores áreas contaminadas do Brasil, em São Caetano do Sul. Muito interessante para quem faz Avaliações Preliminares. https://www.youtube.com/watch?
- Notícia interessante, que aumenta os riscos para quem provoca danos ambientais. As vítimas do rompimento da barragem de Mariana (MG), em 2015, estão buscando cerca de 3 bilhões de libras esterlinas (quase R$ 20 bilhões) em compensação da Vale e Samarco, em uma nova ação judicial lançada nos Países Baixos, disseram seus advogados na terça-feira. A indenização é solicitada em nome de quase 1.000 empresas e mais de 77.000 indivíduos atingidos pelo desastre. O processo foi apresentado na Holanda pela empresa neerlandesa Lemstra Van der Korst e pela empresa britânica Pogust Goodhead, que anteriormente apresentou um processo semelhante na Grã-Bretanha contra a empresa de mineração australiana BHP, uma das controladoras da Samarco. https://economia.uol.com.br/
- Vania de Oliveira nos indicou uma notícia impactante. Explosão de caminhão-tanque em Belo Horizonte causa morte do motorista. Além dessa trágica perda de vida, parte do combustível escorreu em chamas pelas ruas até chegar às casas. A Defesa Civil interditou 4 imóveis e outros 3 parcialmente; 6 famílias precisaram deixar as suas casas às pressas. As imagens são impressionantes. Além do risco agudo altíssimo, ainda há a contaminação dessa área, que precisará ser investigada. O caminhão transportava 23 mil litros de combustíveis e, segundo o Corpo de Bombeiros, cerca de 70% dessa carga vazou com o acidente. O líquido virou um rastro de fogo que atingiu casas, empresas e a rede elétrica da região. O combustível em chamas escorreu cerca de 70 m pela rodovia, seguiu o curso desta de uma rua e se esparramou por mais 30 m. Depois, atingiu becos de uma vila que fica perto da estrada. Os bombeiros calculam que o caminho total do fogo foi de 150 m. As chamas chegaram a 5 m de altura. Segundo o Corpo de Bombeiros, o combustível que vazou também pode ter atingido cursos d’água https://g1.globo.com/jornal-
- Pesquisa publicada na Nature pelo grupo de brasileiros: Christovam Barcellos, Vanderlei Matos, Raquel Martins Lana e Rachel Lowe do do Observatório de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) relaciona a dengue às mudanças climáticas com comprovação por uma simulação numérica. No artigo, Barcellos ressalta que a dengue vem se espalhando para as regiões Sul e Centro-Oeste, onde a doença não era tão comum. Isso está ocorrendo por conta do aumento na ocorrência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações. Além disso, outro fator decisivo seria a degradação ambiental, especialmente no Cerrado, que vem sofrendo com o desmatamento, queimadas e conversão de florestas em pasto. O estudo utilizou técnicas de mineração de dados para avaliar a associação entre anomalias térmicas, fatores demográficos e mudanças nos padrões de incidência de dengue ao longo de um período de 21 anos (2000-2020) nas microrregiões do Brasil. A circulação anterior do vírus (taxas de incidência de dengue entre 2007 e 2013), a urbanização e a ocorrência de anomalias de temperatura por período prolongado foram os principais fatores que levaram ao aumento da incidência de dengue na região central do Brasil. Regiões com altitudes elevadas, que antes funcionavam como barreira para a transmissão da dengue, tornaram-se áreas de altas taxas de incidência. O algoritmo desenvolvido durante este estudo pode ser usado para avaliar cenários climáticos futuros e planejar ações preventivas. https://www.nature.com/
- Manoel Riyis nos indica uma notícia bastante interessante: O primeiro transplante de rim de porco geneticamente modificado para um paciente humano vivo foi realizado nos EUA essa semana. Em 2021, uma equipe de um hospital em Nova York havia realizado a cirurgia em uma pessoa com morte cerebral atestada. Segundo o anúncio feito ontem pelo Massachusetts General Hospital, o paciente é um homem de 62 anos com doença renal grave que fazia diálise havia sete anos. Após passar por cirurgia de quatro horas, ele se recupera bem. O animal foi escolhido por ter um órgão similar ao dos humanos. Um processo genético retirou os genes suínos que o corpo do receptor poderia rejeitar, além de adicionar outros genes que facilitam a compatibilidade e eliminar os riscos de infecção. Entramos na era da ficção científica? https://g1.globo.com/saude/
- Essa é boa: Associação Brasileira de Carvão Mineral (sim, carvão mineral), para conseguir certificação de sustentabilidade, muda de nome para Associação brasileira de Carbono Sustentável. Sei que vocês estão achando que é piada, mas é verdade. Provavelmente conseguirão certificações de ESG. https://leiaisso.net/41rc0/
- Notícia muito curiosa que guarda semelhança com o caso dos javalis em SP recentemente tratado aqui na Newsletter: lobos, que tinham sido extintos na região próxima dos alpes franceses, uma região agrícola com pecuária leiteira famosa, voltaram a aparecer aos poucos na década de 1930 e se tornaram um problema. Por pressões ambientalistas e por eles terem sido quase extintos, há uma proibição da caça aos lobos, que aumentaram a população e não encontraram mais os hábitats que eles tinham nos séculos anteriores: esses hábitats estavam ocupados pelos agricultores, que, por sua, vez, não ficaram nada contentes em sofrerem ataques das alcateias em seu rebanho. Eles, então, formaram milícias para abater os lobos, e são reprimidos pelas autoridades (diferentes do que acontece aqui, onde as autoridades estimulavam a caça ao javali), o que levou a um confronto sério em 2015, quando os agricultores invadiram a sede de um Parque Nacional e fizeram 3 funcionários de reféns. https://www.uol.com.br/ecoa/
- Para finalizar, Filipe Ferreira nos indicou um story no Instagram que, infelizmente, eu perdi. Mas o story contava uma história (sem trocadilho) interessante: em Berlim há, em muitos lugares da cidade, uma tubulação aérea, suspensa, de cor rosa, com muito destaque. A situação é muito curiosa: Berlim tem “excesso” de água subterrânea, por ter sido construída sobre uma antiga área alagada, uma espécie de “charco”. Berlim, em eslavo antigo, significa justamente “pântano”. As fundações fizeram o nível de água da cidade se elevar muito, causando problemas de estabilidade nas fundações e uma quase inviabilidade de porões e garagens subterrâneas. A Unter den Linden, a Ópera do Estado, está toda em reforma. Uma das causas: a invasão da água subterrânea no porão do belo edifício neoclássico. De 1989 (queda do muro) para cá, o NA médio subiu 0,5 metro. Curiosamente, logo após a queda, os habitantes de Berlim Oriental passaram a economizar água porque os novos preços eram muito caros para eles (não pagavam pela água, pois era subvencionada pelo antigo Estado socialista e agora, na economia capitalista liberal, era salve-se quem puder), facilitando a recuperação do aquífero. E os tubos? Bem, os tubos são usados para bombear água subterrânea em diversos pontos da cidade e jogá-la nos córregos canalizados, mas servem de lembrança para essa situação diferente de uma das maiores e prósperas cidades do mundo.
Amigas e amigos, muito obrigado pela leitura. Acessem também nosso Canal do Youtube (https://youtube.com/c/