Newsletter ECD #124

A “nossa” Newsletter, junto com o “nosso” Podcast Áreas Contaminadas, cumpre um papel de dar poder pelo conhecimento, trazendo informações, conteúdos, textos, temas e dicas que nem todo mundo tem acesso e de dar voz a vocês que comentam, sugerem, indicam, debatem comigo aqui, reconhecendo a importância de todas e todos vocês para o mercado e para o planeta.

É um motivo de orgulho ter vocês aqui conosco lendo, comentando, enviando sugestões, debatendo semanalmente as principais notícias do Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), e também notícias sobre meio ambiente, ambientalismo, saúde, filmes, livros, músicas, teorias para adiar o fim do mundo e outras coisas, sempre com comentários com o objetivo central de construir um mundo melhor para todas e todos.

Se alguém quiser compartilhar a nossa Newsletter com os amigos, as amigas, podem fazer isso tranquilamente ou mandar o link para preenchimento do formulário de inscrição, que é esse: https://forms.gle/wJoFfUzv9vSkw19g7 .

Algumas das Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br).

E também, graças ao nosso amigo José Gustavo Macedo, nossa Newsletter está sendo publicada também no site do Sigesp – Sindicato dos Geólogos do Estado de São Paulo, o que é motivo de muita honra para nós!!!! Vejam lá a Newsletter #123 e algumas anteriores

https://sigesp.org.br/noticias/newsletter-ecd-123    

Aproveito e recomendo aos Geólogos que se filiem ao sindicato, isso é muito importante para toda a sociedade.

 

Essa semana tivemos 1 nova inscrição na nossa Newsletter. Somos em 631 agora. Seja e bem-vindo, Cauê!!!!!!

 

Gostaria de relembrar que temos uma campanha no “Apoia.Se” para mantermos os nossos canais de divulgação científica gratuitos nessa Newsletter e no Podcast. A campanha, para quem quiser e puder contribuir está no site http://apoia.se/ecdambiental

É simples, você escolhe como fazer esse pagamento, com boleto, cartão, etc. A transação é segura como qualquer compra online e mensalmente o Apoia.se faz essa cobrança; se for por boleto, a plataforma te envia os boletos mensalmente.

Essa semana, tivemos a felicidade de receber mais um apoio, novamente da Geotecnysan. Agradecemos muito ao Adalto Barbosa pela ajuda e pelo reconhecimento

Agradeço demais aos apoiadores e às apoiadoras atuais, principais responsáveis pela manutenção dos nossos canais de divulgação. Sem a ajuda deles, dificilmente seria possível dedicar todo esse tempo à pesquisa, produção e o desenvolvimento do material gratuito do podcast e dessa Newsletter. Muito obrigado a vocês!!!

 

Ábila de Moraes, Alison Dourado, Allan Umberto, André Souza, Atila Pessoa, Augusto Amável, Beatriz Lukasak, Bruna Fiscuk, Bruno Balthazar, Bruno Bezerra, Bruno Bonetti, Cristina Maluf, Daiane Teixeira, Daniel Salomão, Diego Silva, Fabiano Rodrigues, Felipe Nareta, Fernanda Nani, Filipe Ferreira, Geotecnysan, Gilberto Vilas Boas, Guilherme Corino, Heitor Gardenal, Heraldo Giacheti, João Paulo Dantas, João Lemes, José Gustavo Macedo, Joyce Cruz, Larissa Macedo, Larissa dos Santos, Leandro Freitas, Leandro Oliveira, Lilian Puerta, Luana Fernandes, Luciana Vaz, Luiz Ferreira, Marina Melo, Paulo Negrão, Pedro Astolfi, Rafael Godoy, Renato Kumamoto, Roberto Costa, Rodrigo Alves, Silvio Almeida, Sueli Almeida, Tamara Quinteiro, Tatiana Sitolini, Tatianne Grilleni, Tiago Soares, Wagner Rodrigo, Willem Takiya, e mais 7 apoiadores anônimos.

 

Gostaria também de convidar vocês a ouvir os primeiros episódios do Screening de Notícias, nosso mini-podcast derivado do nosso Podcast Áreas Contaminadas, apresentado por Lillian Koreyasu Riyis. A ideia com o SdN é trazer as principais notícias do GAC, meio ambiente, economia, saúde e de outros assuntos relacionados, fazendo comentários da nossa visão sobre os fatos, da mesma forma que aqui na Newsletter, mas em formato “podcastal”. Espero que gostem. Temos 07 episódios no ar!!!!!

 

Episódio #129 do Podcast Áreas Contaminadas foi ao ar na última quinta (03/11). Foi mais um episódio mais curto, direto ao ponto, de certa forma técnico, onde falo com um pouco mais de detalhe sobre um tema. A ideia com esse tipo de episódio é levar as grandes discussões, grandes temas, grandes debates para além das paredes das Universidades e fóruns de discussão para as pessoas que trabalham no dia a dia do GAC. O tema escolhido foi o maior e mais relevante caso de contaminação ambiental da história e possivelmente o que impactou o maior número de vidas humanas. Em homenagem ao grande escritor uruguaio Eduardo Galeano, falo sobre “O Caso Potosí”, que é uma cidade no altiplano boliviano, que já foi a maior cidade do mundo em população nos Séculos XVI e XVII por conta da grande extração de prata. Dizem que tanta prata foi extraída de Potosí que seria possível fazer uma ponte de prata de lá até o palácio imperial da Espanha. Vários autores também ressaltam que foi exatamente a prata de Potosí que financiou toda a colonização espanhola e o início da Revolução Industrial. Mas indo para a nossa área, imaginem o impacto ambiental de levar, no Século XVI, 160 mil pessoas para uma cidade no altiplano boliviano. E, pior, para aumentar a produtividade, foi necessário usar o processo de amalgamação, que requer um insumo fundamental: o mercúrio. Inicialmente o mercúrio vinha importado da Espanha, mas depois, passou a vir de uma mina no Peru, a mina de Huancavelica, a mais de 1600 Km de distância, deixando seu rastro de contaminação. Os “trabalhadores” das minas, tanto no Peru, quanto na Bolívia, eram os indígenas, que sofreram muito com os regimes de trabalho, mais ainda com a contaminação ambiental e muito mais ainda com a mudança e apagamento do modo de vida original. Enfim, um caso grandioso que ainda está por ser descoberto

 

Episódio no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=JPsTM6_uq8c

Episódio no Spotify: https://open.spotify.com/episode/4WM8MwyKkkfYKFks0ayVCQ?si=32KZGJ5ERfy9P7pAqSvMvQ

Episódio no Apple Podcasts: https://podcasts.apple.com/br/podcast/epis%C3%B3dio-129-o-caso-potos%C3%AD/id1513230638?i=1000584878512

 

Deixo abaixo algumas referências muito importantes para entender o caso Potosí

"Mita e Encomienda" em: https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/mita-encomienda.htm  

Carlos Walter Porto-Gonçalves e Alexander Panez Pinto em Crítica ao Princípio Potosí: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/217046/Chile%2c para alem do Principio Potosi - 31-10-2020.pdf?sequence=1&isAllowed=y

As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano: https://pt.wikipedia.org/wiki/As_Veias_Abertas_da_Am%C3%A9rica_Latina

Resenha comemorativa dos 50 anos da obra: https://www.brasildefato.com.br/2021/04/24/50-anos-de-veias-abertas-da-america-latina-um-livro-para-entender-a-vida-e-o-mundo

O extrativismo na América como origem da modernidade, por Horacio Machado Aráoz: https://www.travessa.com.br/mineracao-genealogia-do-desastre-o-extrativismo-na-america-como-origem-da-modernidade-1-ed-2019/artigo/e60595d3-d5f1-453b-af0c-832d9e3f5235

Artigo que faz uma resenha desse livro: https://www.researchgate.net/publication/358710002_Resenha_Mineracao_genealogia_do_desastre_O_extrativismo_na_America_como_origem_da_Modernidade

Artigo que fala do mercúrio em Huncavelica: http://acpo.org.br/campanhas/mercurio/rotas.htm

 

 

Na próxima semana, teremos o Episódio #130 do Podcast Áreas Contaminadas. Será o 4º episódio que trata especialmente da II Conferência AESAS. Embora já tenhamos tratado desse assunto nos Episódios #122 (Organização do Evento), #124 (Comparação com Battelle) e #125 (Visão do Cliente), desta vez trazemos uma visão diferente e que normalmente é silenciada nas conversas e análises: os trabalhadores do GAC. Mais precisamente, a visão das jovens mulheres trabalhadoras do GAC. Elas não são chefes, nem gerentes, nem coordenadoras, são trabalhadoras comuns que fazem o dia a dia do GAC acontecer e mantêm a engrenagem girando. Como elas conseguiram ir na Conferência? Quais os destaques? Quais as recomendações e sugestões? Além disso, elas contam suas maravilhosas histórias de como entraram nessa carreira e como elas foram acolhidas pelo nosso mercado do GAC. Foi mais um episódio em que tive várias lições. Não percam, na próxima quinta, no Youtube, Spotify e outros agregadores, as palavras de Heloísa Grana, Isabela Thobias, Milena Emy Matsubara e Tais Avelar Guimarães.

 

O Nosso Podcast Áreas Contaminadas tem o patrocínio Master da Clean Environment Brasil (www.clean.com.br ), e o Patrocínio Ouro do Laboratório Econsulting (http://econsulting.com.br/) e da Vapor Solutions (www.vaporsolutions.com.br)

 

Mais uma vez, muito obrigado!!!!

 

 

Vamos agora às notícias da semana:

 

Recebi essa semana algumas contribuições muito legais de: Manoel Riyis Gomes, Júlio Vilar, Lucas Venciguerra. Obrigado, pessoal!!!!!  Quem identificar erros ou falhas, ou quem tiver dicas, críticas, sugestões para dar, por favor, me mande, para rechearmos esse espaço com as ideias de vocês.

 

- Recebi, nessa última semana, algumas vagas de emprego para divulgar: Waterloo (Comercial), Cetrel (Engenheiro ou Geólogo Sênior). Soube também de várias outras vagas não anunciadas em muitas outras consultorias, se você é um profissional da área, recomendo que entre no site da AESAS e entre em contato diretamente com as empresas associadas (www.aesas.com.br). As vagas que recebo ou vejo, compartilho imediatamente no nosso Canal do Telegram (https://t.me/areascontaminadas)

 

- Já faz cinco semanas que faço indicações de canções aqui, realmente podemos dizer que se tornou uma tradição. Tenho recebido várias recomendações, inclusive tenho algumas armazenadas dos meus consultores musicais, o Tiago Soares e o Mauro Tanaka. Essa semana foi realmente uma semana complexa e muito especial, que ficará na história para que as futuras gerações tentem compreender esse ponto de inflexão muito relevante na história do Brasil. Recebi várias mensagens muito bonitas comentando sobre a emoção que tiveram ao ver as indicações da semana passada (O Sol, do Jota Quest e Maria Maria, do Milton Bituca Nascimento) e de como cada indicação os ajudou nos momentos sucessivos de reflexão, angústia e esperança da semana que passou. Em resumo, dá para dizer que não escutamos mais o medo nem a dor, pois temos a estranha mania de ter fé na vida devido às marcas no nosso corpo. Agora estamos indo, todos juntos, misturando a dor e a alegria para onde tenha sol.

 

Essa é mais uma semana muito especial, então resolvi novamente eu mesmo indicar uma música, ou um par de músicas para vocês.

A primeira dialoga com a música indicada recentemente pelo Tiago Soares, que fala muito sobre o atual momento. Algo como “podem arrancar uma, duas ou dez flores, mas não se pode deter a chegada da primavera”. Essa canção de Beto Guedes complementa isso, falando em sonhar juntos, semear canções, crescer a nossa voz. Chora as perdas que tivemos no caminho, como as 700 mil vidas na pandemia, Dom Phillips, Bruno Pereira e tantos outros, mas ressalta que sabemos a lição, então, vamos criar juntos uma nova canção que venha nos trazer o Sol de Primavera.

 

Quero ver brotar o perdão

Onde a gente plantou juntos outra vez

Já sonhamos juntos

Semeando as canções no vento

Quero ver crescer nossa voz

No que falta sonhar

 

Já choramos muito

Muitos se perderam no caminho

Mesmo assim, não custa inventar

Uma nova canção que venha nos trazer

Sol de primavera

Abre as janelas do meu peito

A lição sabemos de cor

Só nos resta aprender

 

Original: https://www.youtube.com/watch?v=8CoEa3uD_7g

Versão ao Vivo: https://www.youtube.com/watch?v=41cdcdtP8NU

 

Essa segunda fala basicamente sobre o amor, que vale para qualquer pessoa, então, devemos viver tudo que há para viver, afinal, o tempo voa. Especialmente nesse novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera.

 

Eu vejo a vida melhor no futuro

Eu vejo a vida mais clara e farta

Repleta de toda satisfação

Que se tem direito do firmamento ao chão

 

Eu quero crer no amor numa boa

Que isso valha pra qualquer pessoa

Que realizar a força que tem uma paixão

 

Eu vejo um novo começo de era

De gente fina, elegante e sincera

Com habilidade

Pra dizer mais sim do que não

 

Hoje o tempo voa, amor

Escorre pelas mãos

Mesmo sem se sentir

Não há tempo que volte, amor

Vamos viver tudo que há pra viver

Vamos nos permitir

 

Versão acústica (2000): https://www.youtube.com/watch?v=me2Xv_Np9xA

 

 

Vocês, que têm habilidade de dizer mais sim do que não e que querem inventar uma nova canção, vamos juntos. O sol de primavera nasceu.

 

 

- Júlio Vilar recomendou essa postagem de Matthew Pendelton no LinkedIn, sobre condutividade hidráulica, que dialoga bastante bem com o nosso Episódio #128, onde falamos sobre ensaios de determinação de K. Pendleton fala sobre as incertezas nos ensaios tipo Slug Test (como o mau desenvolvimento dos poços) e recomenda o uso de teste de bombeamento de baixa vazão. Ele chama a atenção para um dado do Freeze & Cherry (1979) que aponta para uma variação de 5 ordens de grandeza na condutividade hidráulica em areias finas, ressaltando a necessidade de se determinar o K por meio de ensaios.  https://www.linkedin.com/posts/matt-w-pendleton_how-and-how-often-are-you-getting-estimates-activity-6993635408119025664-OiPI/?utm_source=share&utm_medium=member_android

 

- Dica muito importante de Willem Takiya. Uma postagem de Taryn McKnight no LinkedIn, que fala que a EPA dá passo importante para a regulação dos PFAS na água de consumo humano, ao incluir alguns desses compostos no CCL5 – Contaminant Candidate List, publicado a cada 5 anos. Eles se juntam ao PFOA e PFOS. Vale a pena prestar muita atenção.  https://www.epa.gov/newsreleases/epa-issues-final-list-contaminants-potential-regulatory-consideration-drinking-water

 

- Outra dica muito legal de Júlio Vilar, na Sessão PFAS: crocodilos têm efeitos autoimunes decorrentes da exposição a PFAS. É uma linha de evidência importante que indica que 14 PFAS causam danos à saúde. Foram avaliados 49 crocodilos em Cape Fear River por dois anos. A conclusão mais impactante do estudo é que: “A qRT-PCR genetic analysis revealed significantly elevated levels of interferon-alpha (INF-α) responsive genes in the Cape Fear River alligators: their levels were 400 times higher than those of the Lake Waccamaw alligators, which had much lower PFAS blood concentrations.”  Ou seja, há uma correlação importante entre os PFAS e o aumento de 400 vezes nos níveis de interferon-alfa. https://news.ncsu.edu/2022/10/alligators-exposed-to-pfas-show-autoimmune-effects/

 

- Lago Poopó, o segundo maior da Bolívia, está seco e agora é um deserto. Isso fez com que um modo de vida milenar fosse perdido. Os urus se autodenominam "povo de água".  O lago tem sido vítima durante anos do desvio de suas águas para atender às necessidades de irrigação da região, e de acordo com especialistas, sua recuperação é cada vez menos provável. O povo uru hoje tenta se dedicar à agricultura de quinoa. https://twitter.com/muquchinchi/status/1588488695828873217?t=bSImk1I_XvoR-7RohQRe2w&s=08

 

- Não deveríamos esquecer nunca, mas sei que o assunto “esfriou”. Seja como for, a tragédia de Mariana completou 7 anos nessa última semana (05/11). Para “comemorar”, segundo essa notícia, a Samarco não quitou nenhuma multa ambiental imposta pelos órgãos ambientais brasileiros, mas já retomou sua produção há 2 anos, portanto, já está operando e acumulando lucro, com LO emitida pela SEMAD-MG. Ninguém foi punido criminalmente e os supostos crimes provavelmente vão prescrever.  https://www.poder360.com.br/meio-ambiente/samarco-retomou-operacoes-sem-quitar-multas-com-ibama/

https://observatoriodamineracao.com.br/exclusivo-sete-anos-apos-o-desastre-de-mariana-ninguem-foi-punido-e-crimes-podem-prescrever/

 

- O Agente Laranja é um herbicida químico desfolhante, usado pelo Reino Unido e EUA em suas guerras no Sudeste Asiático entre as décadas de 1940 e 1970. Foi usado pela primeira vez pela Inglaterra na Malásia durante a Emergência Malaia (1948-1960), onde a ideia era destruir a floresta e assim retirar a vantagem tática da guerrilha malaia. O nome oficial do Agente Laranja é 3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina, também conhecida como TCDD , que é um produto químico muito tóxico, que pode causar danos agudos severos (até a morte), é carcinogênico e teratogênico. Além disso, é extremamente persistente. O Agente Laranja foi produzido nos Estados Unidos a partir do final da década de 1940 e foi usado na agricultura industrial e também foi pulverizado ao longo de ferrovias e linhas de energia para controlar a vegetação rasteira nas florestas. Durante a Guerra do Vietnã, os EUA adquiriram mais de 20 milhões de galões, produzidos por nove empresas químicas, sendo a mais famosa a Monsanto (hoje da Bayer). O governo do Vietnã diz que até quatro milhões de pessoas no Vietnã foram expostas ao desfolhante e hoje até três milhões de pessoas sofrem doenças por causa do Agente Laranja, sendo a grande maioria composta por crianças com malformações congênitas. O composto não causou danos à saúde somente nos oprimidos, mas também nos invasores. O Exército dos EUA documentou casos de vários tipos de câncer em veteranos expostos e um estudo feito pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças mostrou um aumento na taxa de mutações congênitas nos filhos de militares. O Agente Laranja também causou enormes danos ambientais no Vietnã. Mais de 3 milhões de hectares de floresta foram desfolhados, uma enorme tragédia ambiental. Como se isso não fosse suficiente, o problema chegou aqui: O Agente Laranja foi um dos herbicidas encontrados por ambientalistas em áreas do chamado Arco do Desmatamento na Amazônia Brasileira. Leiam o fio do Twitter que explica tudo isso e aponta as referências.    https://twitter.com/DennisAlmeida82/status/1587609454132056065?t=f8bIoGELcrjcl__nK5AsCA&s=08

 

- Semana passada falei sobre o Ecofascismo, conceito que parece estar por trás dos eventos de protestos em galerias de arte na Europa. Lembrei de um livro do Dan Brown, o Inferno, que li há algum tempo, que tinha conceitos que se aproximavam do Malthusianismo, onde o vilão tinha esse tipo de ideia, que o mundo estava em colapso por causa da superpopulação, portanto, a culpa era dos pobres e tinham que ser dizimados, deixando apenas alguns “escolhidos”. Certamente vocês já ouviram essa ideia em filmes, livros e na vida real, certo? Enfim, li outros livros do Dan Brown e, de foram um pouco mais sutil, a ideia neomalthusiana volta a aparecer. Essa ideia é o cerne do ecofascismo que, a despeito de sua roupagem verde, é fascismo, portanto, deve ser combatido. A culpa pela crise não é dos pobres, não é dos oprimidos, e isso já é fato consumado. A defesa desse tipo de ideia não encontra respaldo na ciência, é apenas uma desculpa para mais opressão, para o racismo, para a xenofobia, misoginia, para o ódio a pobre e tudo aquilo que vocês já sabem. Especificamente sobre o livro Inferno, estava pesquisando para esse texto e achei essa resenha bem legal que relaciona o conceito do neomalthusianismo com o livro. https://www.deviante.com.br/noticias/ciencia/o-neomalthusianismo-de-dan-brown/

 

- Essa semana li várias coisas legais sobre um tema que gosto bastante e está intimamente ligado à questão ambiental e também tem grande relação com o que fazemos no GAC, que é o Decrescimento. Em um momento de esperanças renovadas, talvez aprendermos mais sobre uma das propostas sistematizadas para amenizar a crise ambiental/civilizatória possa ser restaurador e nos dar aquela ponta de esperança. Vamos à Sessão Decrescimento:

 

- A Professora Kimberly Nicholas explica no Twitter o que é Decrescimento, com diferentes referências importantes. Ela comenta dois livros escritos por Timothée Parrique, o The political economy of degrowth" (2019) e o "Ralentir ou périr. L'économie de la décroissance" (2022), além do artigo recente (Set/22) “Exploring degrowth policy proposals: A systematic mapping with thematic synthesis”, de Fizpatrick et al. Em resumo-resumido, ela diz que a redução da produção e do consumo democraticamente planejada, vai aliviar a pegada ecológica e trazer o Bem Viver e a Justiça Social para todos. Eles catalogaram mais de 530 propostas para ações de Decrescimento.    https://twitter.com/KA_Nicholas/status/1588113196476514305?t=AWAl-S2ZRcswRYGbBVRNHA&s=08

 

- Ainda sobre o Decrescimento, uma explicação mais simples, e na minha opinião, mais completa, sobre o conceito, também no Twitter, do ambientalista Andrew Ahern. Ele coloca os grandes princípios do Decrescimento: Sustentabilidade (nunca deteriorar o sistema ecológico), Circularidade, ou economia circular (sem desejar coisas, sem produzir resíduos), Cooperação (planeta e pessoas à frente do lucro), Produção Útil (o que não é necessário não deve ser produzido), Compartilhar (o suficiente para todos, o excesso para ninguém), Produção Local (produzir e consumir o que temos naquele local), Equilíbrio no Trabalho (trabalhar menos, brincar mais), Relações (menos coisas, mais relações interpessoais), “Joie De Vivre” (alegria de viver, “se não se pode dançar, não merece fazer parte da economia”). Questionado sobre se o Decrescimento “é viável”, Ahern diz que inviável é continuarmos com o mesmo modelo, que certamente levará ao colapso da vida humana.  https://twitter.com/PoliticOfNature/status/1588508211073601536?t=wWJhe2Z0SwZzgqOXMectTQ&s=08

 

- Novamente Andrew Ahern nos traz uma discussão interessante. Ele fala sobre a 1ª fase no New Green Deal nos EUA (relembrando, uma reedição do New Deal proposto pelos Keynesianos pós-crise de 1929 que se baseia na atuação massiva do Estado na economia para gerar empregos e “fazer a roda girar”, mas com um viés “verde”, onde os investimentos seriam direcionados à produção de energia limpa, por exemplo). Ahern explica que essa 1ª fase passou e que agora os debates são entre dois caminhos a seguir entre os adeptos do Decrescimento: o Decrescimento Ecossocialista e o Ecomodernismo. Ele explica que não há necessidade de tomar partido agora e não há necessidade de discutir detalhes táticos, mas devemos nos comprometer com a essência do conceito: precisamos de limites econômicos e ecológicos, quebrar com a ideia que o crescimento econômico é “obrigatório”, estabelecer metas e limites para emissões, devemos satisfazer as necessidades humanas de todos com uma produção e consumo suficiente para isso. Tudo isso com o fortalecimento de formas verdadeiramente democráticas para as tomadas de decisão.  No fio há mais e melhores explicações e respostas igualmente ricas. Vale a pena ler. https://twitter.com/PoliticOfNature/status/1586465733764153345?t=fqXBOW21fAbG6hKmDjdBlQ&s=08

 

- Dia 31/10, os EUA comemoram o Halloween, festa que há alguns anos vem sendo exportada para o Brasil. Mas há uma corrente muito forte por aqui que comemora, na mesma data, o Dia do Saci, e essa data foi oficializada em 2003 por um projeto de lei. De acordo com historiador Câmara Cascudo, a lenda do saci surgiu no fim século XVIII, em meio às comunidades indígenas que viviam na Região das Missões, no Sul do Brasil. O mito é conhecido por vários nomes: saci-pererê, saci-saçurá, saci-trique, matita perê. À medida em que a lenda do saci se espalhou pelo Brasil, sua figura passou a agregar elementos provenientes de outras culturas, sobretudo dos escravos africanos. Vejam mais detalhes sobre a origem da lenda no fio do Twitter:  https://twitter.com/historia_pensar/status/1587226510271848448?s=08

Recentemente li um livro muito legal, de contos cujos protagonistas são personagens do folclore brasileiro, mas com uma pegada que vai do terror ao cyberpunk. Eu particularmente gostei mais dos contos com o Saci Cyberpunk. O livro é esse aqui:  https://www.amazon.com.br/Colecionador-Sacis-Outros-Contos-Folcl%C3%B3ricos-ebook/dp/B08GJXNK1R

Há também um grupo de estudos muito ativo chamado Colecionador de Sacis, com muita informação interessante para quem gosta do folclore brasileiro. Recomendo que acessem e conheçam um pouco mais da nossa história por meio da cosmologia indígena e africana, que nos moldaram como povo.  https://colecionadordesacis.com.br/

 

Amigas e amigos, muito obrigado pela leitura. No Canal do Youtube (https://youtube.com/c/ecdtraining ) passamos dos 1150 inscritos!!!!!! No Telegram (https://t.me/areascontaminadas ) temos 487 inscritos, no Facebook (https://www.facebook.com/ecdambiental ) temos mais de 900 seguidores, e no Instagram (@ecdambiental) já passamos dos 1080 seguidoras e seguidores e 56 colaboradores financeiros no Apoia.Se.

 

Por hoje é isso. Aguardo os comentários, sugestões e críticas. Mais uma vez peço que acessem o https://apoia.se/ecdambiental para vocês conhecerem melhor a nossa campanha e, se puderem, contribuírem conosco. Se tiverem dúvida, estou à disposição.

 

Se alguém não quiser mais receber as minhas mensagens, é só responder esse e-mail com o texto REMOVER

 

Marcos Tanaka Riyis

 

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