Newsletter ECD #131

Essa é a Newsletter #131, a Primeira do Ano de 2023 !!!!!!

 

A “nossa” Newsletter, junto com o “nosso” Podcast Áreas Contaminadas, cumpre um papel de dar poder pelo conhecimento, trazendo informações, conteúdos, textos, temas, dicas e notícias sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), e também notícias sobre meio ambiente, ambientalismo, saúde, filmes, livros, músicas, teorias para adiar o fim do mundo e outras coisas, sempre com comentários com o objetivo central de construir um mundo melhor para todas e todos.

Se alguém quiser compartilhar a nossa Newsletter, pode mandar o link para preenchimento do formulário de inscrição, que é esse: https://forms.gle/wJoFfUzv9vSkw19g7 .

Algumas das Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br).

E também, graças ao nosso amigo José Gustavo Macedo, nossa Newsletter está sendo publicada também no site do Sigesp – Sindicato dos Geólogos do Estado de São Paulo, o que é motivo de muita honra para nós!!!! Vejam lá a Newsletter #130 e algumas anteriores

https://sigesp.org.br/noticias/newsletter-ecd-130

Aproveito e recomendo aos Geólogos que se filiem ao sindicato, isso é muito importante para toda a sociedade.

 

Essa semana tivemos a honra de ter mais 9 novas inscrições aqui. Somos atualmente em 650. Sejam bem-vindas e bem-vindos Paola, Rodolfo, Flavia, Leticia, Gabriel, Aline, Bruno, Renato e Carlos!!!!!

 

Gostaria de aproveitar e desejar a todas e todos vocês um Feliz Ano Novo. Que 2023 venha para todo mundo repleto de boas novidades, saúde, felicidades, bons projetos, boas realizações e muita, muita esperança.

Acho impressionante estarmos na 4ª temporada dessa Newsletter!!! Começamos de maneira meio voluntariosa, no centro do furacão da pandemia, em 2020, com a ideia de ser um centro, um polo irradiador de conhecimento sobre o GAC, mas que também falasse sobre assuntos que têm relação próxima com o nosso assunto central, como Meio Ambiente, Questão Indígena, Economia, Ciências, Saúde Pública, entre outros, mas que fosse além de uma “lista de links”. Nós gostaríamos que fosse uma reflexão coletiva, um espaço fomentador de debates, a partir da minha visão sobre determinado tema, determinada notícia e as relações que eu faria com o nosso trabalho do dia a dia. Após 2 anos e meio e 130 edições, acredito que aprendemos bastante e temos atingido boa parte dos nossos objetivos.

Como falei na edição passada, são mais de 600 pessoas nos lendo aqui, o que eu acho muito expressivo, é como um auditório cheio lendo o que temos para dizer. A ideia original era essa, de expandir nossa mensagem e atingir além dos alunos mais dedicados, um público maior, que não tem acesso às discussões, debates, aulas, demonstrações, que temos no SENAC, na AESAS, nas Conferências, nos Cursos, dando alguns atalhos aqui, no Podcast, nos Canais do Youtube e Telegram para que a grande massa trabalhadora do GAC pudesse ter acesso a parte importante do conhecimento que é gerado, discutido e transmitido nesses fóruns citados. E, além de ter o acesso, que nós pudéssemos fazer em conjunto uma curadoria desse conteúdo todo.

Tudo isso é conhecimento e, como conhecimento é poder, gostamos de dizer que estamos dando poder a vocês pelo conhecimento. E, como essa Newsletter e o Podcast são espaços democráticos, podemos dizer também que damos voz a vocês, damos voz a todo mundo que quer e que pode contribuir com a nossa comunidade indicando material, documentos, notícias, vagas de emprego, etc, portanto, nossos espaços garantem um reconhecimento da importância do trabalho de cada um no mercado do GAC.

No meio dessa construção, de 130 Newsletters em quase 3 anos, aprendemos muito, lemos muito, estudamos muito, escrevemos muito, divulgamos tudo o que consideramos relevante para vocês. Espero que tenhamos contribuído e ensinado um pouco para vocês, leitores e leitoras. Essa semana fui atualizar os arquivos e vi que são mais de 960 páginas escritas nessas 130 edições!!!!! Então, com certeza é material pra caramba!!!! Aliás, li essa semana um artigo do colunista e escritor Julián Fuks (https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/julian-fuks/2022/12/31/por-que-nao-escrevi-nada-por-que-tanto-escrevi--uma-retrospectiva-pessoal.htm) que fala um pouco como eu me sinto. O autor diz que queria ter escrito muitas coisas, livros, peças, músicas, mas não teve condições, porém, a escrita semanal dele foi muito rica, e, de certa forma, compensou o que ele não conseguiu escrever ao mesmo tempo que era uma forma de manter a sua saúde física e mental. Me sinto parecido. Gostaria de ter escrito artigos científicos, livros, jogos, e outras coisas, mas não consegui. Porém, esse meu exercício semanal me ajudou muito nesses quase 3 anos aqui. Espero que tenha ajudado vocês também

Enfim, acho que dá pra falar que nós demos uma boa contribuição para os debates dentro do GAC e que estabelecemos nossa relevância como polo irradiador de boas práticas nesse mercado, nessa ciência multidisciplinar e transdisciplinar que é o Gerenciamento de Áreas Contaminadas

Também dá pra dizer que nessas 130 edições construímos uma bela comunidade aqui, de pessoas verdadeiramente interessadas em compartilhar o que sabem, em crescer juntos, não querendo simplesmente vencer, mas Com-Vencer, ou seja, vencer com os outros. Não temos seguidores, temos amigos, que caminham ao nosso lado nessa construção, nesse Com-Vencer, nesse Com-Viver

Para essa 4ª temporada, aqui e lá no Podcast, estamos planejando algumas coisas um pouco diferentes para oferecer a vocês que têm nos dado tanta força nesse tempo todo e também para aquelas pessoas que passaram a nos acompanhar mais recentemente.

Das 4 temporadas, acho que essa é a que nós mais temos esperança de que o mundo caminhe para se tornar um lugar melhor e mais justo para todas e todos. Estamos realmente muito animados.

Então, por favor, sigam conosco nessa 4ª temporada, acompanhando os meus textos com a edição caprichosa de Lilian Koreyasu Riyis, direto do seu quartinho do Harry Potter nos Estúdios ECD

É um orgulho e uma honra estar nesse projeto com todas e todos vocês. Vamos juntos, todas e todos, por um mundo melhor!!!!

 

Aproveitando, gostaria que vocês separassem uns 3-4 minutos para responder ao nosso questionário, que servirá para calibramos as nossas rotas e direcionarmos os nossos conteúdos para vocês da melhor forma. Então, por favor, respondam nesse link: https://forms.gle/JjQtqYp3ohWASWWG9

Vai nos ajudar muito, desde já agradecemos

 

Gostaria de relembrar que temos uma campanha no “Apoia.Se”, que é muito importante pra gente, pois ela ajuda a mantermos os nossos canais de divulgação científica gratuitos nessa Newsletter e lá no Podcast Áreas Contaminadas. A campanha, para quem quiser e puder contribuir está no site http://apoia.se/ecdambiental

É simples, você escolhe como fazer esse pagamento, com boleto, cartão, etc. A transação é segura como qualquer compra online e mensalmente o Apoia.se faz essa cobrança; se for por boleto, a plataforma te envia os boletos mensalmente.

Agradeço demais aos apoiadores e às apoiadoras atuais, principais responsáveis pela manutenção dos nossos canais de divulgação. Sem a ajuda deles, dificilmente seria possível dedicar todo esse tempo à pesquisa, produção e o desenvolvimento do material gratuito do podcast e dessa Newsletter. Muito obrigado a vocês!!!

 

Ábila de Moraes, Alison Dourado, Allan Umberto, André Souza, Atila Pessoa, Augusto Amável, Beatriz Lukasak, Bruna Fiscuk, Bruno Balthazar, Bruno Bezerra, Bruno Bonetti, Cristina Maluf, Daiane Teixeira, Daniel Salomão, Diego Silva, Fabiano Rodrigues, Felipe Nareta, Fernanda Nani, Filipe Ferreira, Geotecnysan, Gilberto Vilas Boas, Guilherme Corino, Heitor Gardenal, Heraldo Giacheti, João Paulo Dantas, João Lemes, José Gustavo Macedo, Joyce Cruz, Larissa Macedo, Larissa dos Santos, Leandro Freitas, Leandro Oliveira, Lilian Puerta, Luana Fernandes, Luciana Vaz, Luiz Ferreira, Marina Melo, Paulo Negrão, Pedro Astolfi, Rafael Godoy, Renato Kumamoto, Roberto Costa, Rodrigo Alves, Silvio Almeida, Sueli Almeida, Tamara Quinteiro, Tatiana Sitolini, Tatianne Grilleni, Tiago Soares, Wagner Rodrigo, Willem Takiya, e mais 7 apoiadores anônimos.

 

Gostaria também de convidar vocês a ouvir os primeiros episódios do Screening de Notícias, nosso mini-podcast derivado do nosso Podcast Áreas Contaminadas, apresentado por Lillian Koreyasu Riyis. A ideia com o SdN é trazer as principais notícias do GAC, meio ambiente, economia, saúde e de outros assuntos relacionados, fazendo comentários da nossa visão sobre os fatos, da mesma forma que aqui na Newsletter, mas em formato “podcastal”. Espero que gostem. Temos 07 episódios no ar!!!!!

 

Episódio #136 do Podcast Áreas Contaminadas, também o 1º da 4ª temporada, foi ao ar, na última quinta (05/01), para comemorar o início desse ano de 2023.

Esse episódio é mais um daqueles curtos, técnicos, direto ao ponto, com uma explanação minha sobre um tema específico. Nele, continuo o Episódio #090, chamado “(Quase) Tudo o Que Você Queria Saber Sobre o GAC Mas Tinha Vergonha de Perguntar”, um compilado das principais perguntas feitas pelos ouvintes.

O título é uma brincadeira com o filme do Woody Allen, que provavelmente não é do tempo de vocês.

Falo sobre o início de carreira do profissional do GAC, quais os conceitos que são fundamentais para o trabalhador desempenhar bem o seu papel e falo também sobre a origem e os erros conceituais contidos no procedimento de cortar o liner ao meio, preservar a metade dele no gelo e avaliar a outra metade e também se podemos usar um poço de monitoramento para remediação e vice-versa. Em ambos os casos eu falo do erro conceitual mais básico para os dois casos, que é considerar que o solo a ser investigado é somente o da zona não saturada e que esse solo é homogêneo, tão homogêneo que podemos medir um ponto e mandar outro para análise química porque é “tudo a mesma coisa”. Sabemos que isso está totalmente errado, por favor, não cometam esse erro.

Espero que vocês gostem do episódio. Havia mais perguntas para tentar responder, mas o episódio já estava um pouco longo e acabamos deixando para a terceira parte dessa série. Quem tiver alguma pergunta que gostaria de ver respondida, por favor, me mande!!!

 

Episódio no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=jiYkbLA2Xvs

Episódio no Spotify: https://open.spotify.com/episode/2EeywVVVeXmdwd4B1j9GcU?si=BEVG1fihTB-LXUcYFZ8idA

Episódio no Apple Podcasts: https://podcasts.apple.com/br/podcast/epis%C3%B3dio-136-quase-tudo-o-que-voc%C3%AA-queria-saber-sobre/id1513230638?i=1000592544447

 

Na próxima semana, teremos o Episódio #137 do Podcast Áreas Contaminadas. Nele, mostrarei uma entrevista muito legal, uma conversa que fiz com Gustavo Dorota de Mello, Engenheiro Químico e Diretor de Operações na Ramboll. Falamos do histórico dele, na Universidade e na Ramboll, e focamos a conversa em dois trabalhos que ele apresentou na II Conferência da AESAS: uma sobre um caso complexo e outro sobre remediação com injeção de oxidantes in situ (Persulfato de Sódio) usando nanobolhas. Foi uma conversa muito legal, onde aprendemos muito sobre carreira e também sobre a parte técnica da remediação. Não percam!!!!!

 

O Nosso Podcast Áreas Contaminadas tem o patrocínio Master da Clean Environment Brasil (www.clean.com.br ), e o Patrocínio Ouro do Laboratório Econsulting (http://econsulting.com.br/) e da Vapor Solutions (www.vaporsolutions.com.br)

  

Vamos agora às notícias da semana:

 

Recebi essa semana algumas contribuições muito legais de: Manoel Riyis Gomes, José Gustavo Macedo, Bruno Bezerra, Tiago Soares, Paulo Negrão, Willem Takiya. Obrigado, pessoal!!! Fico orgulhoso de ter tanta gente boa contribuindo com nosso “espalhamento” aqui!!!  Quem identificar erros ou falhas, ou quem tiver dicas, críticas, sugestões para dar, por favor, me mande, para rechearmos esse espaço com as ideias de vocês.

 

- A dica musical dessa semana veio do Tiago Soares e é muito legal para esses novos tempos de esperança, de construção coletiva de um mundo melhor. É a canção “Passarinhos”, do Emicida, aliás, um artista obrigatório para quem tem essa ideia de um mundo melhor e mais justo. Nessa canção, com a participação da Vanessa da Mata ele fala com propriedade dos problemas e das mazelas do dia a dia que atormentam os oprimidos, mas “dá a letra”, para me apropriar de uma expressão do pessoal do Hip-Hop, de que a saída é obrigatoriamente coletiva, passa pela formação, pelo estudo, pela leitura, mas não só, também passa pela organização e pela solidariedade. Além da letra maravilhosa, o clipe também é fantástico recomendo que assistam, para começar bem o ano!!!!

 

Despencados de voos cansativos

Complicados e pensativos

Machucados após tantos crivos

Blindados com nossos motivos

 

Amuados, reflexivos

E dá-lhe antidepressivos

Acanhados entre discos e livros

Inofensivos

 

Será que o sol sai pra um voo melhor?

Eu vou esperar, talvez na primavera

O céu clareia, vem calor

Vê só o que sobrou de nós e o que já era

 

Em colapso o planeta gira, tanta mentira

Aumenta a ira de quem sofre mudo

A página vira, o são delira, então a gente pira

E no meio disso tudo, 'tamo tipo...

 

Passarinhos

Soltos a voar dispostos

A achar um ninho

Nem que seja no peito um do outro

 

Passarinhos

Soltos a voar dispostos

A achar um ninho

Nem que seja no peito um do outro

 

A Babilônia é cinza e neon, eu sei

Meu melhor amigo tem sido o som, okay

Tanto carma lembra Armagedon, orei

Busco vida nova tipo ultrassom, achei

 

Cidades são aldeias mortas, desafio nonsense

Competição em vão que ninguém vence

Pense num formigueiro, vai mal

Quando pessoas viram coisas, cabeças viram degraus

 

No pé que as coisa vão, Jão, doidera

Daqui a pouco, resta madeira nem pros caixão

Era neblina, hoje é poluição

Asfalto quente queima os pé no chão

 

Carros em profusão, confusão

Água em escassez bem na nossa vez

Assim não resta nem as barata (é memo'!)

Injustos fazem leis e o que resta pr'ocês?

Escolher qual veneno te mata

Pois somos tipo...

 

Passarinhos

Soltos a voar dispostos

A achar um ninho

Nem que seja no peito um do outro

Passarinhos

Soltos a voar dispostos

A achar um ninho (dois, três, quatro)

Nem que seja no peito um do outro

 

Clipe: https://www.youtube.com/watch?v=IJcmLHjjAJ4

 

- Recebi, nessa última semana, algumas vagas de emprego para divulgar: EBP (Engenheiro de Projetos), Geointegra (Várias Vagas), Vapor Solutions (Comercial), ERM (mais de 100 vagas na América do Norte). Soube também de várias outras vagas não anunciadas em muitas outras consultorias, se você é um profissional da área, recomendo que entre no site da AESAS e entre em contato diretamente com as empresas associadas (www.aesas.com.br). As vagas que recebo ou vejo, compartilho imediatamente no nosso Canal do Telegram (https://t.me/areascontaminadas)

 

- Anuncio, com muita alegria, que continuam abertas as inscrições para o processo seletivo da 10ª turma de Pós-Graduação em Remediação de Áreas Contaminadas no SENAC. As aulas vão se iniciar em março/2023. O curso tem duração de 1 ano, com aulas aos sábados, normalmente presenciais, e aulas online em um dia da semana (terça ou quinta). Mais informações e inscrições no site: https://www.sp.senac.br/centro-universitario-senac-santo-amaro/pos-graduacao/pos-em-remediacao-de-areas-contaminadas?inscricao=true

 

- A AESAS anuncia também seus primeiros cursos de 2023: Avaliação de Risco à Saúde Humana e Intrusão de Vapores. Os dois começam no final de janeiro, são cursos online, ao vivo, na parte da manhã, às segundas e quartas (ARSH) e às terças e quintas (Vapor). Informações e inscrições no site da AESAS. Aproveitem e vejam também o calendário dos cursos pra o 1º Semestre de 2023: www.aesas.com.br/eventos

 

- Durante esses últimos dias, como falei acima, fui organizando os arquivos das Newsletters e constatei que temos mais de 960 páginas escritas. Vi também que temos alguns temas interessantes para os debates e gostaria de resgatar alguns deles e propor essas questões para vocês debaterem. Quem tiver alguma contribuição, ainda que seja pequena, por favor, me mande, vamos aquecer os motores para as mudanças de 2023!!!! Vamos aos grandes temas:

 

- Risco à vida x Risco ecológico x risco de longo prazo de desenvolver câncer. De um lado, nossas atividades no GAC priorizam o risco de longo prazo, gerando altos custos e grande consumo de recursos energéticos, financeiros, científicos humanos para conter um risco estatístico enquanto uma avalanche chamada Mudanças Climáticas se abate sobre nós, em uma verdadeira crise civilizacional. Fazemos remediações, por exemplo, térmicas com grande possibilidade de geração de emissões atmosféricas talvez piores que o risco estabelecido da contaminação da área. Ou remediações por remoção de solo submetendo trabalhadores aos riscos de acidentes de carro, ou mesmo os trabalhadores de remediações “normais” que são submetidos a riscos ocupacionais, de Covid, etc. Do outro lado, temos as remediações “até as CMAs”, ou seja, até que não haja mais um suposto risco de inalação de vapores em ambientes fechados provenientes da partição da fonte ou da pluma dissolvida para o ar do solo em fase gasosa. Ao cessar esse risco, a área está remediada, ainda que haja um risco de ingestão da água subterrânea. Se é para levarmos em conta os riscos estatísticos, por que não devemos levar em conta o risco de ingestão de água? Basta declararmos à sociedade que a água não deve ser ingerida e isso é o bastante? Os riscos ecológicos devem ser levados em conta? Quando? Quais são os riscos ecológicos? Na minha visão, esse é um debate fundamental para o GAC como ciência, para que nós tenhamos mais respaldo dos órgãos públicos, da sociedade e da população, afinal, para que o GAC existe? Não podemos ser somente uma atividade econômica, temos que contribuir com o planeta. Qual é a nossa contribuição? Evitar um risco estatístico? A que custo ambiental?

 

- Dentro dessa ideia, como estabelecer o critério de restrição do uso de águas subterrâneas nos termos da DD-038 que fala em restringir um “volume”, não um “polígono”? Isso implica em melhorar muito as investigações para podermos dizer, com segurança, qual aquífero tem risco para ingestão de água subterrânea e qual não tem. O artigo de Bertolo et al. (2019), https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/29479 , propõe um cálculo inicial do volume impactado. Há outras formas de fazer? Quais?

 

- Quais são os contaminantes emergentes? Os hormônios? Os fármacos? Os agrotóxicos? PFAS? O que caracteriza uma substância como contaminante? O risco à saúde humana? Agudo ou Crônico? É preciso que haja estudos toxicológicos dessas substâncias? Quantos? Publicados onde? Hoje, vemos um “hype” muito grande, vindo dos EUA, a respeito dos PFAS e esse “hype” está vindo para o Brasil, certamente teremos muitos estudos com essas SQIs aqui nesse ano de 2023 e nos próximos. Nós mesmos divulgamos isso toda a semana, na nossa “Sessão PFAS”. Mas e os outros? São substâncias de interesse? Ou se o GAC “entrar rasgando” solicitando estudos de áreas contaminadas com agrotóxicos vai tornar toda a área de monocultura de soja ou milho ou cana uma área contaminada? E se considerar os fármacos e hormônios? Toda área que tenha esgoto será contaminada? De quem será a responsabilidade? O que nós, como sociedade, temos que exigir, temos que defender? Que sejam colocados nos padrões ambientais legais? Alguns agrotóxicos já estão, mas isso é cobrado? Alguns amigos e amigas que nos leem aqui têm uma visão interessante: como o GAC tem um arcabouço legal poderoso e tem o “poder” de exigir que ações ambientais sejam tomadas, seria positivo se essas substâncias, que comprovadamente causam danos à saúde humana, sejam incorporadas ao GAC. Talvez essa seja a forma de cobrar ações dos responsáveis legais. O que vocês acham?

 

- Dentro dessa ideia, venho dizendo há algum tempo que temos que nos aproximar mais do pessoal da Saúde Pública. Essa aproximação existiu entre o final dos anos 90 e o início dos 2000, e a Faculdade de Saúde Pública da USP (https://www.fsp.usp.br/site/ ) , que tem um Programa de Pós Graduação em Ambiente, Saúde e Sustentabilidade (https://www.fsp.usp.br/pos/programas/ambiente-saude-e-sustentabilidade/ ) teve publicações em conjunto com a CETESB, como o de Valentim (2011), relatando os 10 anos da integração Saúde/Áreas Contaminadas (https://cvs.saude.sp.gov.br/zip/Dez%20anos%20de%20%20%20gest%C3%A3o%20integrada%20de%20%C3%A1reas%20contaminadas%20no%20Estado%20de%20S%C3%A3o%20Paulo.pdf) , que deu origem ao livro (https://www.amazon.com.br/%C3%81reas-Contaminadas-S%C3%89RGIO-OZ%C3%93RIO-VALENTIM/dp/6586098548 ) . Se o que fazemos tem a ver com a saúde pública, é imperativo que nós estejamos alinhados com os estudos produzidos nessa ciência.

 

- Por fim, mas não menos importante, quais são as teorias, quais são as linhas-mestras, quais são as ações concretas que devemos seguir, que devemos tomar, para evitar a crise climática e civilizacional? Como adiamos o fim do mundo? Tenho apresentado aqui algumas ideias que vão na direção de que só há solução se ela for coletiva e cooperativa, e se ela romper com o modelo econômico atual, pois, de outra forma, estaremos enxugando gelo. Bem Viver, Decrescimento, Ecossocialismo, são algumas das bases teóricas que explicam a crise nessa perspectiva. De outro lado, temos um grande contingente de pessoas que acredita que há solução por dentro do sistema, com regras de sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, economia verde, Economia Donut, economia circular, ESG e outros conceitos que incorporam um cuidado maior com a questão ambiental, especialmente nas emissões de gases-estufa, ações locais como reciclagem, economia de água, descarbonização da economia, entre outros, mas sem mexer em questões mais profundas de desigualdade, acumulação e consumo, inerentes ao modelo econômico atual. Talvez a maior parte dos leitores e leitoras considere que o fim do mundo somente será adiado com mudanças radicais e profundas no modo de vida e no sistema econômico, mas acredita também que as mudanças paliativas são importantes e são um passo necessário na direção certa, ao invés de serem uma tentativa de desvio ou de cooptação da pauta ambiental. Espero que esse terceiro grupo esteja correto. E vocês, leitores e leitoras, o que acham?

 

- São basicamente essas as reflexões de ano novo. Gostaria que vocês me mandassem as suas opiniões e devagarzinho vamos trazendo essas questões para discussão aqui ou no Podcast

 

- Para contribuir com a discussão sobre os Contaminantes Emergentes, temos um artigo muito interessante, publicado no site da CETESB, que fala sobre o tema de forma muito clara, apontando os caminhos que a Companhia vai seguir nos próximos anos. Muitas pessoas me indicaram esse artigo, mas vou destacar a contribuição de Bruno Bezerra que, além de indicar, fez vários comentários muito interessantes. De acordo com a definição da CETESB (sempre muito importante), contaminantes emergentes são “compostos químicos sintéticos ou naturais, como produtos farmacêuticos, agrotóxicos, produtos químicos, surfactantes e produtos de cuidados pessoais, que atingem o solo e as águas após os usuários descartarem, por exemplo, medicamentos vencidos no lixo comum, ou no vaso sanitário, atingindo, consequentemente, a rede coletora de esgoto”. Gilson Alves Quinália, que é Gerente do Setor de Análises Toxicológicas (vejam outro tema que lançamos para o debate aparecendo aqui) explica que “esses poluentes não são comumente monitorados no meio ambiente, mas são suspeitos de causarem efeitos adversos aos peixes, anfíbios e à saúde humana. “Alguns são Interferentes Endócrinos (IEs), ou seja, podem interferir no sistema hormonal dos animais e dos humanos”. Falando especificamente dos interferentes endócrinos, a CETESB utiliza limites internacionais, que são muito baixos, da ordem de ng/L (ppt), o que traz uma dificuldade analítica importante, e consequentemente torna o trabalho de análise química muito caro. Uma das formas de contornar esse problema é utilizar ferramentas bioanalíticas, que vêm sendo estudadas no mundo todo, e também na CETESB. A parte boa é que o monitoramento da presença dos interferentes endócrinos nas águas subterrâneas vem mostrando que os aquíferos ainda não apresentam grande vulnerabilidade para esse parâmetro, sendo que 99% das amostras analisadas deram N.D (não detectável pelo método analítico). A reportagem completa é muito interessante, tem muitas informações relevantes para quem se preocupa com essa questão, sugiro fortemente que leiam no link abaixo: https://cetesb.sp.gov.br/blog/2022/12/28/monitoramento-de-contaminantes-emergentes-entrara-em-nova-fase-em-2023/  

 

- Uma notícia muito importante para o mercado, indicada pelo Tiago Soares: foi publicada no site da Petrobrás, uma licitação importante para o GAC. Refere-se aos “Serviços de implantação, operação e manutenção dos projetos executivos dos sistemas de remediação para reabilitação de áreas contaminadas”. Para participar, conhecer as regras, etc, basta acessar o site www.petronect.com.br . Na sessão “busca inteligente de oportunidades”, que aparece logo na capa, é só colocar o número 7003986099 que vai direto para o edital correto. Boa sorte!!!!!

 

- Outra notícia muito importante para o Mercado é o anúncio da renovação, em dezembro/2022, do Termo de Cooperação entre o MMA e a AESAS e o Lançamento do Sistema de Gestão da Informação de Áreas Contaminadas – SINGAC. O SINGAC foi desenvolvido buscando facilitar a experiência do usuário, visando identificar as particularidades que a gestão das áreas contaminadas possui em cada unidade da federação.  O SINGAC foi planejado para possuir perfis de acesso e, desta forma ser um sistema dinâmico que possa absorver as melhorias e os avanços legais que venham a acontecer sem interrupção de seu funcionamento. https://www.soldiambiental.com.br/so/32OKmjILS?languageTag=en

 

- Há algumas semanas, anunciei aqui que os RSL (Regional Screening Levels) da EPA foram atualizados. Vinicius Oliveira, no LinkedIn, escreve um texto interessante sobre as principais mudanças que afetam o nosso dia a dia e mostra uma tabela comparativa. Ele destaca a inclusão do valor para intrusão de vapores do cis-1,2-DCE, e o estabelecimento de valores mais restritivos para diversas frações dos TPHs, com a exceção da fração dos aromáticos leves, que foi removida da lista, com a ressalva que muitos desses TPH aromáticos leves têm valores específicos, como os BTEX, por exemplo. Leiam o texto do Vinícius: https://www.linkedin.com/posts/vinicius-h-oliveira_gac-areascontaminadas-rsl-activity-7016473622575767552-ShGO

 

- Na Sessão PFAS de hoje, Willem Takiya recomendou um arquivo da OMS, que dá diretrizes para água potável, e trata, entre outras coisas, dos PFAS. Documento muito importante!!!! https://apps.who.int/iris/rest/bitstreams/66248/retrieve

 

- Willem também indicou esse Podcast, que tem 8 episódios de cerca de 10-20 minutos cada um que fala dos PFAS de maneira didática e aprofundada. Para quem quer saber mais sobre o tema, uma bela fonte de informação. https://open.spotify.com/show/7pMKzsK7CCYp4NjmBpqk7q?si=ciNSAYgfRg-xACh5IvulTA&nd=1

 

- Ainda na Sessão PFAS, Paulo Negrão indicou um artigo muito legal, sobre Remediação dos “Forever Chemicals”. O processo de remediação, com patente requerida, envolve a adição de gás hidrogênio e luz UV para ativar. A indicação é mais para o tratamento da água de consumo, mas poderia ser usado em remediações In Situ. https://news.ucr.edu/articles/2022/12/12/pollution-cleanup-method-destroys-toxic-forever-chemicals

 

- O ITRC anuncia que vai revisar os seus protocolos de amostragem passiva de água subterrânea, provavelmente para dar conta dos PFAS em conjunto com novas tecnologias de membranas adsorventes que foram desenvolvidas nos últimos 15-20 anos. É interessante acompanharmos a evolução desse grupo. Quem tiver interesse em se juntar ao grupo do ITRC, veja no site: https://itrcweb.org/teams/active/pst-u

Vejam o documento anterior sobre esse tema, de 2007, que resume 5 tipos de amostradores passivos de água: https://higherlogicdownload.s3-external-1.amazonaws.com/ITRC/a163426b-4043-4971-b488-e10650aa6e35_file.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAVRDO7IEREB57R7MT&Expires=1672851877&Signature=u9YghjIdStmhFy%2FQMSPtl8XBJD0%3D

 

- Dentro de um dos temas que chamamos ao debate aqui, saiu um estudo complexo na Nature que conclui que o risco de câncer para pessoas com idade inferior a 50 anos está aumentando “naturalmente” a cada geração. Não se tem certeza das causas, mas o estudo aponta algumas possibilidades: dieta com alimentos ultraprocessados, muito gordurosos, com muito sódio, muito açúcar, ingestão de álcool, sobrepeso, falta de sono, poluição. Podemos acrescentar água contaminada, VOCs, PFAS, agrotóxicos, fármacos, interferentes endócrinos, ou seja, fatores ambientais? Talvez falta de saneamento básico, queda nas taxas de vacinação? Essa questão fala diretamente com o GAC, que lida exatamente com isso, a redução dos riscos crônicos ao desenvolvimento de câncer. Estamos tendo sucesso? Temos que entender melhor o grande quadro? Temos que nos aproximar mais dos estudos de saúde pública?

Reportagem na Revista de Harvard: https://news.harvard.edu/gazette/story/2022/09/researchers-report-dramatic-rise-in-early-onset-cancers/

Artigo na Nature: https://www.nature.com/articles/s41571-022-00672-8.epdf?sharing_token=1umLnn8X8BYzX5QTMHyArtRgN0jAjWel9jnR3ZoTv0Mbf4RPi-ocNFWHJz8DUBZsAPhKJF2UqgYLHsA0Cpbtq9pHyF5VY4_JUzOCW23Ny67AuPivP2QGjseGKUadh2IPLERt0L07AH5dSEBqCheSrvp_NMPuByyxFdBZ3yftAdU%3D

 

- Dentro de um tema relevante nesse nosso espaço, que trouxe hoje também para o debate, uma pesquisa da Universidade Politécnica de Madri desenvolveu um modelo matemático que constatou que há uma tendência de aumento nas relações de mutualismo, em detrimento das relações competitivas, de predação, por exemplo nos microrganismos. No mutualismo, para que um grupo ganhe, o outro deve ganhar também, da mesma forma que os Jogos Cooperativos. Talvez tenhamos que aprender com os microrganismos. Artigo interessante, em espanhol: https://www.upm.es/?id=d653ef095eb25810VgnVCM10000009c7648a____&prefmt=articulo&fmt=detail

 

- Uma notícia curiosa, indicada por José Gustavo Macedo: o estado de Nova Iorque aprovou lei que aprovou a “compostagem” de corpos humanos, alegando que é uma medida “ambientalmente correta”, economiza emissões se comparada com a cremação ou com o enterro “convencional”. Na minha opinião, é mais uma medida de “propaganda”, com pouca efetividade ambiental real, com elevados prejuízos sociais, que transfere o ônus ambiental para o oprimido, para quem sofre com o problema ao dizer basicamente: ”se você não quiser compostar seu parente tudo bem, mas você vai gerar X toneladas de carbono e acabar com o meio ambiente”, enquanto as grandes causas do problema ambiental está longe de ser as cremações e enterros. Seja como for, há um potencial de contaminação por necrochurume, que devemos nos atentar.   https://revistaoeste.com/mundo/mais-um-estado-norte-americano-aprova-compostagem-de-corpos-humanos/

 

- Muita gente, nesse momento de final de ano, repensa o seu papel no mundo como um todo e, mais frequentemente, repensa o seu papel no mundo do trabalho. É comum pessoas se demitirem, buscarem novas atividades, novas empresas, novos cargos, algumas querendo melhores condições de trabalho, outras querendo salários mais justos, outras querendo trabalhar menos, ou, pelo menos, trabalhar somente o que foi combinado. Muito disso é, de certa forma, cultural, pois fim de ano, fim de ciclo, facilita esse pensamento. Mas muito disso é causado pelas próprias empresas e suas culturas. Sem querer revolucionar as empresas que, afinal, existem para ter lucro, recomendo uma reportagem que faz um alerta para que essas empresas melhorem um pouco a cultura para seus trabalhadores. O título é chamativo e até dá um alívio cômico, mas o tema é bem sério e merece reflexão. 10 Frases do Mundo Corporativo que Não Queremos Ouvir em 2023. https://minabemestar.uol.com.br/10-frases-do-mundo-corporativo-que-nao-queremos-levar-para-o-proximo-ano/

 

- Para finalizar a primeira Newsletter do ano, gostaria de saudar a Nova Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA). Entre outras coisas muito importantes, ela prometeu que até março deste ano será formada a Autoridade Nacional de Mudança Climática. Tivemos em outros momentos grandes nomes à frente dessa pasta, como a própria Marina, o Carlos Minc e a Izabella Teixeira, é muito bom termos de volta alguém que legitimamente defende o meio ambiente e os povos da floresta. Temos grandes esperanças para essa gestão do MMA. Seja bem-vinda de volta, Ministra!!!!!!

 

Amigas e amigos, muito obrigado pela leitura. Acessem também nosso Canal do Youtube (https://youtube.com/c/ecdtraining ), Canal do Telegram, ficado em vagas de emprego (https://t.me/areascontaminadas ) Página no Facebook (https://www.facebook.com/ecdambiental ) e Perfil no Instagram (@ecdambiental). Mais uma vez peço que acessem o https://apoia.se/ecdambiental para vocês conhecerem melhor a nossa campanha e, se quiserem e puderem, contribuírem conosco

 

Por hoje é isso. Aguardo os comentários, sugestões e críticas. Se tiverem dúvida, estou à disposição.

 

Se alguém não quiser mais receber as minhas mensagens, é só responder esse e-mail com o texto REMOVER

 

Marcos Tanaka Riyis

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