Newsletter ECD #133

A “nossa” Newsletter, junto com o “nosso” Podcast Áreas Contaminadas, cumpre um papel de dar poder pelo conhecimento, trazendo informações, conteúdos, textos, temas, dicas e notícias sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), e também notícias sobre meio ambiente, ambientalismo, saúde, filmes, livros, músicas, teorias para adiar o fim do mundo e outras coisas, sempre com comentários com o objetivo central de construir um mundo melhor para todas e todos.

Se alguém quiser compartilhar a nossa Newsletter, pode mandar o link para preenchimento do formulário de inscrição, que é esse: https://forms.gle/wJoFfUzv9vSkw19g7 .

Algumas das Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br).

E também, graças ao nosso amigo José Gustavo Macedo, nossa Newsletter está sendo publicada também no site do Sigesp – Sindicato dos Geólogos do Estado de São Paulo, o que é motivo de muita honra para nós!!!! Vejam lá a Newsletter #131 e algumas anteriores

https://sigesp.org.br/noticias/newsletter-ecd-131   

Aproveito e recomendo aos Geólogos que se filiem ao sindicato, isso é muito importante para toda a sociedade.

 

Essa semana tivemos a honra de ter mais 1 nova inscrição aqui. Somos atualmente em 654. Seja bem-vinda, Elis!!!!!!

 

Realmente já dá pra dizer que construímos uma bela comunidade aqui, de pessoas verdadeiramente interessadas em compartilhar o que sabem, em crescer juntos, não querendo simplesmente vencer, mas Com-Vencer, ou seja, vencer com os outros. Não temos seguidores, temos amigos, que caminham ao nosso lado nessa construção, nesse Com-Vencer, nesse Com-Viver. Recebemos essa semana muitas novas sugestões, mensagens de apoio e de carinho e muitas, muitas, muitas ideias para tentarmos colocar em prática nesse novo ano. Foi uma semana bem legal aqui nos Estúdios ECD. É realmente um orgulho e uma honra estar nesse projeto com todas e todos vocês. Vamos juntos, todas e todos, por um mundo melhor!!!!

 

Nas duas últimas semanas, pedimos que vocês preenchessem um questionário para conhecermos melhor as ideias de quem nos lê por aqui e ouve o podcast. Recebemos muitas respostas (quase 200) e inúmeras sugestões e ideias novas que certamente vão nos ajudar muito. Se alguém ainda não respondeu, por favor, faça isso. O formulário está nesse link:

https://forms.gle/JjQtqYp3ohWASWWG9

Desde já agradecemos!!!!!

 

Gostaria de relembrar que temos uma campanha no “Apoia.Se”, que é muito importante pra gente, pois ela ajuda a mantermos os nossos canais de divulgação científica gratuitos nessa Newsletter e lá no Podcast Áreas Contaminadas. A campanha, para quem quiser e puder contribuir está no site http://apoia.se/ecdambiental

É simples, você escolhe como fazer esse pagamento, com boleto, cartão, etc. A transação é segura como qualquer compra online e mensalmente o Apoia.se faz essa cobrança; se for por boleto, a plataforma te envia os boletos mensalmente.

Nessa semana que passou tivermos a honra de receber mais um apoio financeiro, da nossa grande amiga e colaboradora de longa data aqui na Newsletter, no Podcast e na vida, a Nádia Hoffman, Geóloga muito competente e ambientalista convicta. Nádia, em nome dos Estúdios ECD, agradeço demais o seu apoio financeiro!!!!!

Agradeço demais aos apoiadores e às apoiadoras atuais, principais responsáveis pela manutenção dos nossos canais de divulgação. Sem a ajuda deles, dificilmente seria possível dedicar todo esse tempo à pesquisa, produção e o desenvolvimento do material gratuito do podcast e dessa Newsletter. Muito obrigado a vocês!!!

 

Ábila de Moraes, Alison Dourado, Allan Umberto, André Souza, Atila Pessoa, Beatriz Lukasak, Bruna Fiscuk, Bruno Balthazar, Bruno Bezerra, Bruno Bonetti, Cristina Maluf, Daiane Teixeira, Daniel Salomão, Diego Silva, Fabiano Rodrigues, Fernanda Nani, Filipe Ferreira, Geotecnysan, Gilberto Vilas Boas, Guilherme Corino, Heitor Gardenal, Heraldo Giacheti, João Paulo Dantas, João Lemes, José Gustavo Macedo, Joyce Cruz, Larissa Macedo, Leandro Freitas, Leandro Oliveira, Lilian Puerta, Luana Fernandes, Luciana Vaz, Luiz Ferreira, Marina Melo, Nádia Hoffman, Paulo Negrão, Pedro Astolfi, Rafael Godoy, Renato Kumamoto, Roberto Costa, Rodrigo Alves, Silvio Almeida, Sueli Almeida, Tamara Quinteiro, Tatiana Sitolini, Tatianne Grilleni, Tiago Soares, Wagner Rodrigo, Willem Takiya, e mais 6 apoiadores anônimos.

 

Gostaria também de convidar vocês a ouvir os primeiros episódios do Screening de Notícias, nosso mini-podcast derivado do nosso Podcast Áreas Contaminadas, apresentado por Lillian Koreyasu Riyis. A ideia com o SdN é trazer as principais notícias do GAC, meio ambiente, economia, saúde e de outros assuntos relacionados, fazendo comentários da nossa visão sobre os fatos, da mesma forma que aqui na Newsletter, mas em formato “podcastal”. Espero que gostem. Temos 07 episódios no ar!!!!!

 

Episódio #138 do Podcast Áreas Contaminadas, o 3º da 4ª temporada, foi ao ar, na última quinta (12/01).

Foi um episódio daqueles curtos, técnicos, direto ao ponto, com uma explanação minha sobre um tema específico. Nosso sentimento é que esse tipo de episódio ajuda a democratizar mais o conhecimento, particularmente para o trabalhador que não tem acesso facilitado aos cursos, eventos, palestras, documentos internacionais, etc. Esse nosso sentimento tem sido corroborado por nossas pesquisas, como a que estamos propondo para vocês, onde boa parte dos nossos amigos com menos tempo de experiência no GAC prefere esses episódios e recomenda que façamos mais.

O episódio #138 mostrou as propostas de revisão da norma NBR 15.492 que foram elaboradas por um grupo técnico fantástico que tive o prazer e a honra de coordenar e estão em discussão nas plenárias da ABNT. A norma ainda não está aprovada, talvez nem seja aprovada, pois são muitos tramites dentro das plenárias para que isso aconteça, em todo caso, acho importante trazermos no Podcast as principais sugestões de melhoria nos processos de sondagem e amostragem de solo porque, ainda que não sejam “oficializadas”, são boas práticas importantes que podem ajudar muita gente e muitos trabalhos no nosso mercado.

No episódio conto um pouco da história dessa norma, que está em vigor e foi aprovada em 2007, na esteira da criação da Comissão Especial 068, da ABNT, a CEE 068 (Avaliação da Qualidade do Solo e Água p/ Levantamento de Passivo Ambiental e Análise de Risco à Saúde Humana), na época Coordenada pelo Mauricio Prado Alves, o que foi uma enorme vitória para o GAC na época (e até hoje). A relatoria da norma era da Giovanna Setti. Curiosamente, hoje a Giovanna é a Coordenadora da Comissão Especial, então, ela conhece bem a norma 15492 e ajuda bastante nos tramites da ABNT que eu, sinceramente, não conheço muito. Há duas particularidades na ABNT que são importantes de nós conhecermos: uma delas é que todos, realmente todos são bem-vindos e podem participar das reuniões. Elas são abertas e democráticas e inclusive a palavra é livre, todo mundo pode se manifestar à vontade, o que é muito legal. A segunda é que, para que uma norma seja aprovada, essa aprovação deve ser consensual, não há uma “votação” sobre algum ponto específico, ou mesmo sobre a norma como um todo.

Sou o Coordenador do fantástico Grupo Técnico que elaborou a sugestão inicial da revisão da norma. Na verdade, o Coordenador seria meu amigo Nilton Miyashiro, certamente o mais indicado para a missão, mas ele infelizmente declinou por sua falta de tempo e a missão ficou pra mim. Gostei muito dessa feliz coincidência porque tive a oportunidade de ter conversas muito legais com o pessoal do grupo, empresas de sondagens, consultorias e órgãos ambientais.

Dentre as principais sugestões do nosso grupo estão: mudar o título da norma para “Sondagens para fins de amostragens de solo” o que, na prática, tira da norma sugestões de sondagens “gerais”, com o objetivo de “fazer furo” e fala especificamente de como coletar amostras de solo representativas. Dentro dessa ideia, a norma propõe que todas as sondagens devem ser revestidas, independente do objetivo daquela coleta de amostras. Essa é a principal modificação proposta que, na prática, muda muito a execução das amostragens de solo, que deixaria de ser um “apêndice”, um “complemento” à sondagem para instalação de poços e passa a ter seu próprio protagonismo. Além disso, a revisão aproxima a norma 15492 da NBR 16434, que “exige” que as amostragens de solo para análise de VOCs sejam coletadas com liner. Dentro dessas ideias básicas, a nossa proposta elencou metodologias que permitem seguir essas premissas, com destaque para Dual Tube, Piston Sampler, Single Tube revestido (com ressalvas à portinhola) e Continuous Sampler.

Após as sugestões terem sido feitas, elas foram discutidas em algumas plenárias, com toda a comunidade que participa das reuniões (mesmo fora do Grupo Técnico). Tivemos sugestões muito legais, que discutimos, e incorporamos até que o texto foi finalizado em consenso.

No entanto, a partir de setembro/2022, em decorrência das duas grandes características da ABNT, a revisão ficou parada e, na minha visão particular, não será aprovada tão cedo, infelizmente. Mas as sugestões estão escritas, se não forem lançadas na norma é possível divulgarmos para as pessoas melhorarem seus trabalhos por todo o Brasil. E esse episódio serve também para divulgarmos essas sugestões. Espero que gostem

 

Episódio no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=5MVMZDVVjo4

Episódio no Spotify: https://open.spotify.com/episode/3bLClzh1DZHrrTh8cgSrLG?si=qRBD-ABVScKrog62P3nUjw

 

Na próxima semana, teremos o Episódio #139 do Podcast Áreas Contaminadas. Nele, falarei com uma dupla muito interessante: o Gustavo dos Santos Silva e a Rafaela Ediene dos Santos, ambos Engenheiros Ambientais da Arcadis, que trabalham em uma equipe especializada em avaliação da intrusão de vapores e em avaliação de risco. A dupla vai falar pra gente, basicamente, desses dois temas muito importantes no GAC e ilustrar essa conversa com um trabalho que eles apresentaram na II Conferência AESAS, sobre a Avaliação de Risco à Saúde Humana a partir da Bioatenuação de Hidrocarbonetos de Petróleo. Foi um belo trabalho e foi uma conversa muito legal, vocês vão gostar.

Nesse novo episódio, tentaremos, aos poucos, ir implementando algumas sugestões que recebemos. Uma delas é reduzir o tempo de alguns episódios de entrevistas e em particular reduzir o tempo das nossas introduções. Então, a ideia vai ser deixar as reflexões mais aprofundadas aqui na Newsletter e eventualmente nos episódios do Screening de Notícias e fazer introduções curtas nos episódios do Podcast Áreas Contaminadas. Um desses cortes será meu agradecimento nominal aos apoiadores e apoiadoras financeiras do Apoia.Se. Falei com alguns apoiadores e eles deram super força para isso, na verdade eles não tem nenhuma vaidade, eles estão realmente felizes em poder nos ajudar a COM-VENCER todo mundo. Então, não é nenhum “descaso” meu, eu continuo muito agradecido aos apoiadores, os agradecimentos pessoais continuarão a ser feitos e os agradecimentos a eles públicos ficam aqui na Newsletter e na descrição dos episódios.

Em breve, teremos mais mudanças nos nossos canais!!!! Aguardem!!!!

 

 

O Nosso Podcast Áreas Contaminadas tem o patrocínio Master da Clean Environment Brasil (www.clean.com.br ), e o Patrocínio Ouro do Laboratório Econsulting (http://econsulting.com.br/) e da Vapor Solutions (www.vaporsolutions.com.br)

  

Vamos agora às notícias da semana:

 

Recebi essa semana algumas contribuições muito legais de: Manoel Riyis Gomes, Fabiano Rodrigues, Lucas Venciguerra, Tamara Dias, Filipe Ferreira. Obrigado, pessoal!!! Fico orgulhoso de ter tanta gente boa contribuindo com nosso “espalhamento” aqui!!!  Quem identificar erros ou falhas, ou quem tiver dicas, críticas, sugestões para dar, por favor, me mande, para rechearmos esse espaço com as ideias de vocês.

 

- Como parte de uma resposta a uma discussão que propusemos aqui, falei essa semana com uma pessoa que estava um pouco “desenganada” com o nosso GAC. A pessoa questionava a sua própria atuação, tanto em termos técnicos-comerciais, já que o “comercial” não estava sincronizado com o que “o técnico” pedia, dando origem a investigações erradas, remediações erradas, enfim, o oposto da “sustentabilidade”, quanto com o GAC em si. Ela questionava: será que nossos gastos, nossos recursos e o meu próprio esforço como profissional e como pessoa estão sendo bem aplicados? Em prol de uma melhora na qualidade ambiental? Na qualidade de vida das pessoas? Na construção de um mundo melhor? Será que alegarmos que estamos “recuperando áreas” não é só mais uma forma de ajudarmos o capital a acumular mais riqueza e lucro? Essa pessoa se sente muito mais útil fazendo seus trabalhos extras e voluntários com ações de conscientização de reciclagem e economia de recursos. Se formos olhar como impacto para a sociedade, para o meio ambiente, parece ser melhor mesmo termos um trabalho de reciclagem do que cuidarmos de um risco estatístico de 10E-5 de uma intrusão de vapores de cis-1-2-DCE a partir da água subterrânea.

Mas há alguns detalhes aqui: primeiro, um trabalhador comum, como essa pessoa, como nós todos aqui, não pode se dar ao luxo de não trabalhar, ela precisa estar viva para lutar a próxima batalha, então o estar vivo tem um grau elevado de prioridade, é o que mantém a pessoa questionando, aprendendo, ensinando, lutando, COM-struindo as pontes e as saídas, portanto, o GAC tem essa relevância na vida dela. Segundo, embora seja um risco estatístico, ele existe e, como já falei algumas vezes aqui, o GAC curiosamente é uma das formas que a sociedade tem de fazer o capital ser responsabilizado pelas externalidades que causa. Então, ter consciência dessa batalha e de que esse é um flanco aberto e, de certa forma, um espaço cedido a nós pelo capital e temos que aproveitar isso e acumular forças para uma batalha maior. Portanto, o GAC é sim, importante na vida dessa pessoa e da sociedade.

Ao olharmos com mais atenção, veremos que a reciclagem é um paliativo, uma forma de nos sentirmos bem, mas com pouco efeito prático, como já falamos muitas vezes aqui. Para cada 100 produtos “recicláveis” nas prateleiras, vemos 1 produto “reciclado”. Onde estão os outros 99? A ideia da reciclagem é muito mais para salvar a indústria, para que o capital continue a se acumular nas mesmas mãos do que para salvar o meio ambiente, da mesma forma que veículos elétricos, energia solar, sustentabilidade corporativa, ESG, e outros. Como estamos constantemente lendo aqui na Newsletter (e nessa edição teremos muitas coisas nesse sentido), a solução para a crise ambiental (civilizacional) é superarmos o modelo econômico, o modo de vida.

Aí, a pessoa me pergunta de volta: então não devo fazer minha ação de reciclagem? Não adianta nada, vou largar isso? Pois é, pensei bastante sobre a resposta, pois a pergunta me pegou de jeito. Após refletir um bocado, cheguei a uma conclusão que sim, ela deve continuar nessa ação ainda que pareça ser “uma gotinha no oceano”, mas com a consciência que a grande batalha não é essa, a grande batalha é pela superação do modelo econômico, e até do modo de vida, da “cosmologia”. Ela deve continuar sim com a ação, não com a visão romântica que está ajudando pelo menos um pouquinho, mas porque fazer essa e outras ações individuais dá motivação para ela mesma e para mais pessoas refletirem sobre o tema e entenderem a importância do nosso planeta e das consequências das nossas ações nele. Ao realizar esse trabalho, nos tornamos conscientes da importância dos impactos ambientais e das consequências desses impactos, portanto, fazer isso é extremamente relevante, mantém a consciência coletiva atenta para o problema, nos dá um sentido para a luta que todos queremos: de construir um mundo melhor. A manutenção dessa motivação, dessa consciência, dessa “peteca voando” é fundamental para que a luta continue, da mesma forma que é importante nos mantermos vivos para continuar lutando pelo que importa. Então, sim, vamos continuar nas ações de reciclagem, de economia de energia, de água, de recursos naturais, etc.

Enquanto isso, temos que tentar buscar novos modos de vida. Mas quais? Tenho falado aqui sobre teorias modernas econômicas, políticas, etc, mas dá pra gente retroceder um pouco na História e aprender os modos de vida de grupos humanos que tiveram sucesso em ter uma vida boa, confortável, alegre, democrática, participativa, cooperativa, sem exclusão. Mais modernamente os zapatistas no Chiapas têm uma experiência interessante. Mais antigamente os bascos, alguns povos no México, outros no oriente e, de acordo com o fabuloso livro “O Despertar de Tudo”, a cidade de Teotihacan, o povo wendat, a maioria dos povos na Bacia do Mississipi, entre muitos outros, que voluntariamente recusaram a formação de Estados Nacionais, de um “reinado”, para construir um modo de “governar” coletivamente, com amplas discussões e assembleias, distribuição e compartilhamento de recursos e responsabilidade, enfim, um modo de vida democrático e cooperativo. Para não irmos muito longe geograficamente, podemos aprender com os modos de vida de alguns povos originários do Brasil, ou de povos andinos como os aimarás, ou do sul do continente como os mapuches.

Então, minha resposta para a pessoa é que: 1. Nós devemos continuar no GAC e continuar motivados, pois isso é importante em muitos sentidos, no individual, no ambiental e no social; 2. Ela deve continuar na atividade voluntária de reciclagem, e nós devemos continuar pensando em questões de “sustentabilidade”, pois motivam quem faz essas ações e mais um monte de gente a continuar lutando, tomando consciência e buscar saídas para adiar o fim do mundo; 3. Ela e nós todos não devemos perder de vista a causa raiz do problema, temos que caminhar para a superação dessa causa raiz e apontar possíveis caminhos para o planeta.

Enfim, gostei muito da pergunta, mas não tenho uma resposta exata, só tentei apontar alguns caminhos para a nossa comum-unidade. E você, o que acha disso? Como responderia a essas questões?

 

- Recebi, nessa última semana, muitas vagas de emprego para divulgar. O mercado, pelo menos para a contratação, está muito aquecido: A2J (várias vagas, vários cargos), Waterloo (Analista), Kopf (várias vagas), Onnit (Analista), CMA (Comercial), Ecostation (Analista e Estágio), Geoambiente-São José do Rio Preto (Geólogo ou Engenheiro ou Químico), Arcadis (Analista Pleno, para trabalhar com Sustentabilidade ligada ao GAC), Reconditec (Comercial). Soube também de várias outras vagas não anunciadas em muitas outras consultorias, se você é um profissional da área, recomendo que entre no site da AESAS e entre em contato diretamente com as empresas associadas (www.aesas.com.br). As vagas que recebo ou vejo, compartilho imediatamente no nosso Canal do Telegram (https://t.me/areascontaminadas)

 

- Uma dessas vagas é na Ecostation, que minha amiga Ana Lygia Donzelli me pediu para divulgar aqui. Ela precisa de alguém com graduação na área ambiental, com experiência no GAC e em Word, Excel e AutoCAD. Para trabalhos de campo e de escritório (relatórios). Desejável CNH “B”. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.  

 

- Anuncio que continuam abertas (até o Carnaval) as inscrições para o processo seletivo da 10ª turma de Pós-Graduação em Remediação de Áreas Contaminadas no SENAC. As aulas vão se iniciar em março/2023. O curso tem duração de 1 ano, com aulas aos sábados, normalmente presenciais, e aulas online em um dia da semana (terça ou quinta). Mais informações e inscrições no site: https://www.sp.senac.br/centro-universitario-senac-santo-amaro/pos-graduacao/pos-em-remediacao-de-areas-contaminadas?inscricao=true

A AESAS tem um programa muito interessante para esse curso de Pós-Graduação em RAC: ela dá uma bolsa integral para alguma pessoa com até 2 anos de formado, que esteja trabalhando em uma empresa associada da AESAS que tenha pagado a inscrição de pelo menos 1 funcionário em algum curso da parceria SENAC/AESAS. Se você se enquadra nessa situação, procure a sua empresa para que ela encaminhe a sua inscrição para essa bolsa. Boa sorte!!!!

 

- A AESAS anuncia também seus primeiros cursos de 2023: Avaliação de Risco à Saúde Humana e Intrusão de Vapores. Os dois começam no final de janeiro, são cursos online, ao vivo, na parte da manhã, às segundas e quartas (ARSH) e às terças e quintas (Vapor). Informações e inscrições somente nessa próxima semana no site da AESAS. Aproveitem e vejam também o calendário dos cursos pra o 1º Semestre de 2023: www.aesas.com.br/eventos

 

- Mais um anúncio da AESAS: estão abertas as inscrições para o curso exclusivo para profissionais de órgãos ambientais. É um curso de Introdução ao GAC, com 40 horas de duração, que tenho a grande honra de coordenar. Será um curso online, ao vivo, às terças e quintas, das 8:00-12:00. Se vocês se enquadram, façam a inscrição!!!! Se souberem de alguém que possa se interessar, indique o site da AESAS. www.aesas.com.br/eventos

 

- Notícia muito importante que eu soube essa semana. Foi aprovada, no final de 2022, a DD127/2022, que fala da Avaliação de Risco Ecológico. É uma “Norma Técnica” da CETESB que dá as diretrizes de como fazer uma ARE. O Resumo da Norma é: “A Avaliação de Risco Ecológico (ARE) é um procedimento de investigação que deve ser executado quando um bem ecológico a ser protegido for identificado, durante a execução das etapas do Gerenciamento de Áreas Contaminadas. Divide-se nas etapas: Formulação do Problema, Análise e Caracterização do Risco. As incertezas devem ser identificadas e o estudo finaliza quando houver suficiência e confiança nos resultados para a tomada de decisão. Esta norma estabelece critérios objetivos a serem empregados na execução da ARE, como subsídio à tomada de decisão para o Gerenciamento de Áreas Contaminadas.”Link da DD em: https://cetesb.sp.gov.br/wp-content/uploads/2022/12/DD-127-2022-E-Homologacao-da-Norma-Tecnica-P4.001-Avaliacao-de-risco-ecologico.pdf

 

- Outra notícia da CETESB muito importante: ocorreu uma atualização da Planilha de Avaliação de Risco à Saúde Humana, com data de 20/12/2022, no site da Cetesb, indo para a versão 3.02. De acordo com a Cetesb, as modificações principais são:: Inclusão do cenário de inalação, com o cálculo do risco e das concentrações máximas aceitáveis (CMAs) no ar ambiente e no vapor do solo (é assim que está escrito no texto da Cetesb, embora, na minha opinião, o mais correto seja dizer “no ar do solo”, não “no vapor do solo”). Este cenário contempla além dos compostos voláteis alguns metais, como o níquel, onde existem parâmetros toxicológicos que permitem calcular concentrações no ar ambiente em termos de µg de fibras por m3. Para o cálculo das CMAs para vapores abaixo do piso até 1,5 metros de profundidade, foi adotado o fator de atenuação de alpha = 0,03, definido pela USEPA no documento “Technical Guide for Assessing and Mitigating the Vapor Intrusion Pathway from Subsurface Vapor Sources to Indoor Air” de 2015, então, ficaria:

CMA definida para os vapores abaixo do piso até 1,5m de profundidade = CMA calculada para o Ar Ambiente / 0.03.

Outras modificações anunciadas foram: Inclusão do fator de biodisponibilidade (RBA) para o arsênico de 0,6. Esse fator é considerado no cenário de ingestão do solo. Atualização dos bancos de dados toxicológico e físico químico para a versão de novembro de 2022 disponível no site da EPA “Regional Screening Levels – RSLs”. Atualização de parâmetros do meio físico e exposicionais, que podem ser consultados nas abas MF e EXP. Nessa atualização não estão sendo calculadas CMAs para o chumbo inorgânico. Recomenda-se que sejam adotadas para uso residencial concentrações de chumbo no solo inferiores a 400 mg/kg e para uso industrial/comercial o próprio valor orientador de intervenção da CETESB (4.400 mg/kg). Para as águas subterrâneas deve ser usado o padrão legal estabelecido pela Portaria GM/MS nº 888 de 4 de maio de 2021. O risco para o chumbo deve ser calculado pela seguinte fórmula:

Risco = Concentração no Ponto de Exposição / 400 mg/kg (residencial) ou 4.400 mg/kg (industrial).

Risco = Concentração no Ponto de Exposição / 10 ug/L (residencial e comercial).

Além disso, alguns parâmetros foram alterados para refletir valores que a CETESB considera mais adequados ao nosso contexto, tais como: Os coeficientes de distribuição solo-água (Kd), onde foram adotados valores específicos do estado de São Paulo para níquel, cromo, cobre, cádmio, cobalto, zinco, chumbo e selênio. Para o mercúrio foi adotado valor médio calculado a partir dos valores determinados em estudo desenvolvido para solos paraenses, eliminando-se desses cálculos os solos que não ocorrem no estado de São Paulo e os valores fora da curva (“outliers”). Para os outros metais adotaram-se os Kds para o pH de 5,5. Os caminhos de exposição água superficial e sedimentos estão em desenvolvimento e permanecem indisponíveis nesta versão. https://cetesb.sp.gov.br/areas-contaminadas/documentacao/planilhas-para-avaliacao/

 

- Semana passada anunciei uma notícia muito relevante para nós. Dia 13/01, assumiu o novo Presidente da CETESB. O biólogo e advogado Thomaz Miazaki de Toledo. Não li nada a respeito das propostas de trabalhos dele, muito menos as propostas ligadas ao GAC. Na página da CETESB está a Diretoria Executiva formada por ele e pelos demais diretores que são os mesmos da gestão passada. Repito aqui a notícia pela importância dela. https://cetesb.sp.gov.br/diretoria-executiva/

 

- Na mesma linha, essa semana foi indicado pela Ministra do MMA, Marina Silva, o novo Presidente do IBAMA, o Deputado Federal Rodrigo Agostinho (PSB-SP). Rodrigo tem um histórico de militância ambientalista em Bauru-SP. Como curiosidade, um dos primeiros casos em que ele exerceu sua militância ambientalista foi sobre o caso das Indústrias Ajax, uma grande contaminação por chumbo ali em Bauru. Ele tem outra interface importante conosco, pois ele participou do icônico XVI Painel de Debates sobre GAC, que ocorreu em maio de 2020, no auge do isolamento social, que tinha como tema “O Futuro do GAC”, com a participação da Patricia Iglecias, então Presidenta da Cetesb e do Promotor Carlos Henrique Camargo, mediado pelo Doutor Tasso Cipriano. Rodrigo Camargo esteve lá como presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, e falou sobre o Projeto de Lei sobre Áreas Contaminadas.

Notícia: https://www.poder360.com.br/governo/rodrigo-agostinho-e-o-novo-presidente-do-ibama/

Caso Ajax: https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2018/08/29/jovem-de-bauru-vive-ha-mais-20-anos-com-sequelas-de-contaminacao-por-chumbo.ghtml

Painel de Debates: https://www.aesas.com.br/single-post/2020/05/29/xvii-edi%C3%A7%C3%A3o-do-painel-de-debates-sobre-gerenciamento-de-%C3%A1reas-contaminadas-o-futuro-do

 

- Um amigo me fez uma pergunta sobre um detalhe de investigação. Quando estava fazendo minhas buscas para ajudar nas respostas, me deparo novamente com os trabalhos do meu amigo Leandro Gomes de Freitas, que foi entrevistado por mim no episódio #040 do Podcast e participou também do episódio #050. São dois trabalhos muito bons que explicam como utilizar o MIP como ferramenta de investigação de áreas contaminadas por metano. O uso do MIP ao invés de instalação de poços de monitoramento do ar do solo com medições posteriores nesses poços é muito mais eficiente, porque mostra para nós uma visão tridimensional da posição dos bolsões de metano, e não dependem da “sorte” de instalarmos a seção filtrante dos poços bem nesses bolsões. O MIP funciona bem para isso por conta do detector FID acoplado ao cromatógrafo. Então, resumindo, se tiver uma área suspeita de estar contaminada com metano, ou se você tem uma área sabidamente contaminada com metano e quer entender a distribuição, considere usar o MIP para fazer isso. Ah, e claro, leia os trabalhos do Leandro.

Dissertação: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/150662

Apresentação na II Conferência AESAS (coautoria dos gigantes Professores Chang Hung Kiang e Marco Pede) : https://escriba.ipt.br/pdf//177959.pdf

 

- Indicação de José Gustavo Macedo: o IPT divulgou em suas redes sociais uma pesquisa que está fazendo no âmbito do GAC, com recursos do FEHIDRO que busca verificar o potencial de ocorrência de atenuação natural da contaminação do aquífero fraturado no bairro de Jurubatuba. Muito interessante e muito importante, pois a evidência da ocorrência da atenuação natural e da taxa dessa atenuação pode direcionar as ações fundamentais de recuperação desse aquífero. https://www.instagram.com/p/CnPd9oKuryU/?igshid=OGQ2MjdiOTE%3D

 

- Na Sessão PFAS de hoje, Tamara Dias nos indicou uma notícia impressionante: Estudo publicado na Environ Research diz que comer peixe de água doce nos EUA equivale a ingerir água contaminada com PFAS por 1 mês, por conta da bioacumulação dessas substâncias. Foram coletadas 500 amostras de peixes, com taxa média de 9,5 ug/Kg de peixe (lembrando que os limites para alguns PFAS são da ordem de ng/L, ou 1000 vezes menor). 75% das amostras contém PFOS. O limite atual para alguns PFOS é de 0,2 ug/L. Outra conclusão relevante é que a contaminação dos peixes coletados no ambiente natural é 278 vezes maior que a contaminação em peixes criados em cativeiro para abate. Provavelmente porque esses últimos se alimentam de ração, não de organismos presentes na natureza, por isso sofrem menos pela bioacumulação. Os PFAS são, "provavelmente, a maior ameaça química à espécie humana no século XXI", acrescentou Patrick Byrne, pesquisador de poluição ambiental da universidade britânica de John Moores, em Liverpool.   https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/01/17/comer-peixe-de-rio-nos-eua-equivale-a-beber-agua-contaminada-por-um-mes-diz-estudo.ghtml

 

- Assisti esses dias a um vídeo curtinho muito legal, que responde a uma pergunta que fazemos com certa frequência: por que os corpos d’água superficiais tendem a ter meandros? Esse vídeo explica de forma simplificada, mas dá a mensagem principal. E mais que isso: nos leva a pensar que, na escala de tempo geológica, esses meandros são facilmente modificados e abandonados. Nesse caso, como ficaria o solo urbano sobre esses meandros? E com uma indústria em cima? E com um vazamento de um NAPL? E se for área de descarga? Interessante como um simples videozinho curto com uma resposta gera uma enorme quantidade de perguntas. https://www.youtube.com/watch?v=8a3r-cG8Wic

 

- Filipe Ferreira nos indicou uma postagem no Instagram de um perfil interessante, falando sobre permeabilidade dentro da Geotecnia. Bem bacanas e didáticas as explicações, e as animações, vale a pena dar uma olhada. https://www.instagram.com/p/Cmb2HV2upCe/?igshid=OGQ2MjdiOTE%3D  

 

- Diretor da Vale diz que a empresa pretende investir 7,8 bilhões de reais em Brumadinho para ações de reparação. Do montante total previsto para o ano, 3,9 bilhões de reais são referentes à provisão para acordo fechado com autoridades e 1,9 bilhão de reais em projetos próprios da Vale fora do acordo. Os 2 bilhões de reais restantes serão empenhados em ações como manejo de rejeitos, monitoramento de barragens, reformas e manutenções de infraestrutura, estudos e desenvolvimento de projetos entre outros. Lembrando que morreram 270 pessoas na tragédia ocorrida há 4 anos, em 25/01/2019.  https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2023/01/18/vale-preve-desembolsar-r78-bi-com-reparacoes-por-brumadinho-em-2023-diz-diretor.htm

 

- Tamara Dias nos indicou uma reportagem recente que diz que os cientistas da Exxon Mobil já tinham previsto as mudanças climáticas decorrentes da emissão de CO2 pela queima de combustíveis fósseis já em 1977. No entanto, a empresa (umas das “Sete Irmãs - https://pt.wikipedia.org/wiki/Sete_irm%C3%A3s) sempre deu declarações públicas negando as mudanças climáticas ou negando que a queima de combustíveis seja a causa. Levantamento recente relembra declarações como as do então CEO da Exxon, Lee Raymond, em 1999, dizendo que “as projeções são baseadas em modelos climáticos completamente não comprovados, ou mais frequentemente, pura especulação”, e seu sucessor em 2013 chamou os modelos de “não competentes”. A Exxon, uma das maiores empresas de petróleo e gás do mundo, tem sido alvo de inúmeros processos que alegam que a empresa sabia dos danos que seu petróleo e gás causariam ao clima, mas enganou o público ao semear dúvidas sobre as mudanças climáticas. No último processo desse tipo, Nova Jersey acusou cinco empresas de petróleo e gás, incluindo a Exxon, de enganar o público por décadas, sabendo sobre os danos causados pelos combustíveis fósseis ao clima. Leiam a reportagem completa em: https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2023/01/12/exxon-mobil-empresa-multinacional-de-petroleo-previu-o-aquecimento-global-em-1970.ghtml

 

- Outra dica da Tamara, essa notícia mais completa da BBC que fala desse mesmo tema, ressaltando que as companhias de petróleo usaram as mesmas táticas negacionistas da indústria do tabaco, e por muitos anos colocaram em dúvida o aquecimento global causado, em última instância, por elas. Inclusive contratando os mesmos “cientistas” e as mesmas empresas de marketing e mídia. https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54284565

 

- Semana passada eu falei sobre uma eventual proibição nos EUA de fogão a gás. Essa semana, saiu uma reportagem no UOL que fala um pouco sobre esse assunto. A proibição se daria por conta das emissões de gás metano decorrente dos vazamentos e por conta das emissões dentro das casas de dióxido de nitrogênio, o que pode ter contribuído para cerca de 12% dos casos de asma infantil por lá. A reportagem fala que aqui no Brasil há menos problemas porque as construções têm mais ventilação e porque a maior parte dos fogões a gás brasileiros funcionam com GLP (propano e butano), não com gás natural (majoritariamente metano). Mas há problemas mais graves, como o uso de lenha ou álcool o que causa muitos acidentes, mortes por asfixia por monóxido de carbono e emissões de material particulado, além do desmatamento. Ou seja, infelizmente temos um caminho longo a percorrer para ficar ruim... https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2023/01/16/eua-estudam-proibir-fogao-a-gas-brasil-tem-problema-pior.htm

 

- Boa parte de vocês tem acompanhado o drama dos yanomamis, onde mais de 500 crianças morreram pelo descaso das autoridades e pelo crescimento do garimpo ilegal em terras indígenas demarcadas em território yanomami. As notícias dessa semana dão conta que, segundo o Ministério da Saúde, pelo menos 570 crianças do povo Yanomami foram mortas pela contaminação de mercúrio, desnutrição, fome e falta de acesso a medicamentos provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Felizmente, o Governo Federal vai decretar calamidade pública na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Junto com a medida, o Ministério da Saúde prevê instituir crise sanitária e humanitária na situação dos indígenas, sobretudo das crianças. Toda a ação será coordenada pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, em conjunto com a Fundação Nacional do Povos Indígenas (Funai), presidida por Joenia Wapichana, e a Secretaria Especial de Saúde Indigena (SESAI), que também é comandada pelo indígena Weibe Tapeba. Da parte que nos cabe, será que é possível remediarmos essa área para um uso seguro?

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2023/01/20/ministerio-da-saude-decreta-emergencia-contra-desassistencia-de-ianomamis.htm

https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2023/01/5067771-lula-vai-decretar-estado-de-calamidade-na-terra-indigena-yanomami.html

 

- Temos visto muitas reportagens, muitas notícias, muitas pesquisas apontando a crescente desigualdade no Brasil e no mundo. Essa discussão está no centro da questão ambiental. O mesmo 1% mais rico, que acumulou nos últimos 2 anos o dobro da riqueza do que os outros 99%, é responsável pela maior parte das emissões e do consumo de recursos naturais (pegada hídrica, pegada ecológica, etc), muito desproporcional com os 90% mais pobres do mundo. Como ilustração, a reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos é o maior trânsito de jatinhos que a gente vê no planeta naquele momento, mesmo quando alguns daqueles governos advogam por restrição em voos domésticos. Falando em emissões, um único desses super-ricos emite simplesmente 1 milhão de vezes mais carbono que uma pessoa “comum”, o que dá a dimensão da luta que é a mais importante para nós ambientalistas.

Embora pareça um excesso de militância de minha parte, é sempre bom lembrar os insuspeitos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) da ONU (https://brasil.un.org/pt-br/sdgs ), que estão em todas as conversas, textos e propagandas das empresas e entidades quando falam sobre a questão ambiental. O ODS número 1 é a erradicação da pobreza. O ODS número 2 é a Fome Zero e Agricultura Sustentável, ou seja, os próprios ODS, que hoje são “mainstream”, concordam que a desigualdade é o principal problema ambiental.

Bom, essa semana saiu uma reportagem repercutindo um trabalho da Oxfam que diz, basicamente, que taxar os bilionários, os super-ricos, o 1% mais rico em 5% ao ano arrecadaria 1,7 trilhões de dólares/ano, que seria o suficiente para erradicar a pobreza extrema do mundo, tirando 2 bilhões de pessoas da linha da pobreza. Ou seja, a solução para o problema é bem simples. Obviamente, não é fácil implementar, pois os prejudicados por essa medida são poderosos e contam com uma rede de proteção, de apoio, de divulgação de ideias muito forte. A luta por um mundo melhor passa necessariamente por essa ação.  https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2023/01/18/taxar-super-ricos-geraria-us-17-trilhao-e-tiraria-2-bilhoes-da-pobreza.htm

Trabalho da Oxfam: https://www.oxfam.org.br/forum-economico-de-davos/a-sobrevivencia-do-mais-rico/

 

- Vídeo muito interessante, relativamente curto, com roteiro e narração de Giorgos Kallis, um dos maiores pesquisadores atuais sobre o Decrescimento. Ele explica em pouquíssimo tempo porque e como nós ambientalistas devemos lutar as lutas certas, buscar outros modos de vida. Nas palavras dele, nós temos que viver simples para que todos possam simplesmente viver. Assistam ao professor Kallis. https://www.youtube.com/watch?v=wzhOFy01KBk

 

- Para finalizar, uma bela imagem, mostrando que sempre temos o outro dia, a esperança chega de muitos lugares: um boto rosa no encontro das águas do Rio Negro com o Rio Solimões. Lindo demais. https://twitter.com/BiodiversidadeB/status/1616541079423127552?t=x7iCr45CQEijXpzsy38xPw&s=08

 

 

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Por hoje é isso. Aguardo os comentários, sugestões e críticas. Se tiverem dúvida, estou à disposição.

 

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Marcos Tanaka Riyis

 

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