Newsletter ECD #135

A “nossa” Newsletter, junto com o “nosso” Podcast Áreas Contaminadas, cumpre um papel de dar poder pelo conhecimento, trazendo informações, conteúdos, textos, temas, dicas e notícias sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), e também notícias sobre meio ambiente, ambientalismo, saúde, filmes, livros, músicas, teorias para adiar o fim do mundo e outras coisas, sempre com comentários com o objetivo central de construir um mundo melhor para todas e todos.

Se alguém quiser compartilhar a nossa Newsletter, pode mandar o link para preenchimento do formulário de inscrição, que é esse: https://forms.gle/wJoFfUzv9vSkw19g7 .

Algumas das Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br).

E também, graças ao nosso amigo José Gustavo Macedo, nossa Newsletter está sendo publicada também no site do Sigesp – Sindicato dos Geólogos do Estado de São Paulo, o que é motivo de muita honra para nós!!!! Vejam lá a Newsletter #133 e algumas anteriores

https://sigesp.org.br/noticias/newsletter-ecd-133

     

Aproveito e recomendo aos Geólogos que se filiem ao sindicato, isso é muito importante para toda a sociedade.

 

Essa semana tivemos a honra de ter mais 5 novas inscrições aqui. Somos atualmente em 660. Sejam bem-vindas e bem-vindos: Renan, Gustavo, Isabel, Debora e Isabella !!!!!!

 

Construímos uma bela comunidade aqui, de pessoas verdadeiramente interessadas em compartilhar o que sabem, em crescer juntos, não querendo simplesmente vencer, mas Com-Vencer, ou seja, vencer com os outros. Não temos seguidores, temos amigos, que caminham ao nosso lado nessa construção, nesse Com-Viver. É realmente um orgulho e uma honra estar nesse projeto com todas e todos vocês. Vamos juntos, todas e todos, por um mundo melhor!!!!

 

Gostaria de relembrar que temos uma campanha no “Apoia.Se”, que é muito importante pra gente, pois ela ajuda a mantermos os nossos canais de divulgação científica gratuitos nessa Newsletter e lá no Podcast Áreas Contaminadas. A campanha, para quem quiser e puder contribuir está no site http://apoia.se/ecdambiental

É simples, você faz um login na plataforma e escolhe como fazer esse pagamento, com boleto, cartão, etc. A transação é segura como qualquer compra online e mensalmente o Apoia.se faz essa cobrança; se for por boleto, a plataforma te envia os boletos mensalmente.

Essa semana tivemos a grandiosa honra de recebermos 3 novos apoios financeiros!!!! Sim, três pessoas decidiram contribuir financeiramente conosco. Já contribuíam, lendo, ouvindo, comentando, sugerindo, mas agora também são apoiadores financeiros.

Então, agradeço ao Jonathan Tavares, ao Jefferson Tavares e ao terceiro apoiador, que preferiu permanecer anônimo!!!! Em meu nome, em nome de toda a equipe ECD e em nome de toda a comunidade do GAC que nos acompanha aqui, agradeço demais a vocês!!!!! Vamos juntos!!!!

 

Agradeço aos apoiadores e às apoiadoras atuais, principais responsáveis pela manutenção dos nossos canais de divulgação. Sem a ajuda deles, dificilmente seria possível dedicar todo esse tempo à pesquisa, produção e o desenvolvimento do material gratuito do podcast e dessa Newsletter. Muito obrigado a vocês!!!

 

Ábila de Moraes, Alison Dourado, Allan Umberto, André Souza, Atila Pessoa, Beatriz Lukasak, Bruna Fiscuk, Bruno Balthazar, Bruno Bezerra, Bruno Bonetti, Cristina Maluf, Daiane Teixeira, Daniel Salomão, Diego Silva, Fabiano Rodrigues, Fernanda Nani, Filipe Ferreira, Geotecnysan, Gilberto Vilas Boas, Guilherme Corino, Heitor Gardenal, Heraldo Giacheti, Jefferson Tavares, João Paulo Dantas, João Lemes, Jonathan Tavares, José Gustavo Macedo, Joyce Cruz, Larissa Macedo, Leandro Freitas, Leandro Oliveira, Lilian Puerta, Luana Fernandes, Luciana Vaz, Luiz Ferreira, Marina Melo, Nádia Hoffman, Paulo Negrão, Pedro Astolfi, Rafael Godoy, Renato Kumamoto, Roberto Costa, Rodrigo Alves, Silvio Almeida, Sueli Almeida, Tamara Quinteiro, Tatiana Sitolini, Tatianne Grilleni, Tiago Soares, Wagner Rodrigo, Willem Takiya, e mais 7 apoiadores anônimos.

 

Gostaria também de convidar vocês a ouvir os primeiros episódios do Screening de Notícias, nosso mini-podcast derivado do nosso Podcast Áreas Contaminadas, apresentado por Lillian Koreyasu Riyis. A ideia com o SdN é trazer as principais notícias do GAC, meio ambiente, economia, saúde e de outros assuntos relacionados, fazendo comentários da nossa visão sobre os fatos, da mesma forma que aqui na Newsletter, mas em formato “podcastal”. Espero que gostem. Temos 07 episódios no ar!!!!!

 

Episódio #140 do Podcast Áreas Contaminadas, o 5º da 4ª temporada, foi ao ar, na última quinta (26/01). Foi mais um daqueles curtos, técnicos, direto ao ponto, com uma explanação minha sobre um tema específico. Nosso sentimento, a partir de muitas conversas individuais, é que esse tipo de episódio ajuda a democratizar mais o conhecimento, particularmente para o trabalhador que não tem acesso facilitado aos cursos, eventos, palestras, documentos internacionais, etc. E esse nosso sentimento tem sido corroborado por nossas pesquisas, como a que propusemos para vocês.

Nesse episódio, vez escolhemos falar da importância de propriedades físicas do solo como a porosidade para a avaliação de risco à saúde humana e para o dimensionamento de remediação. Falamos sobre como é a determinação de algumas dessas propriedades e do porque precisamos de amostras indeformadas para fazer essa determinação. Avançando no episódio, falamos sobre como coletar amostras indeformadas e, mais importante: como não coletar amostras que são equivocadamente chamadas de indeformadas.

Em resumo, tento responder às perguntas: Você sabe para que serve a porosidade no GAC? E a densidade? Como os laboratórios reportam a base seca das amostras de solo? Como essas e outras propriedades físicas do solo são determinadas? Como as amostras de solo devem ser coletadas para essa determinação? O que são realmente amostras indeformadas? O que não são, mas parecem ser amostras indeformadas? Espero que vocês gostem

Com certeza me apoiei bastante nas conversas que tive, nas aulas que assisti e no material que li dos meus amigos geólogos Fernando Ferraz e Nilton Miyashiro, da Engesolos.

Algumas pessoas me fizeram alguns comentários sobre o episódio assim que ouviram, a maioria dizendo que nunca tinham ouvido falar da norma NBR 9820/1997 que trata das coletas de amostras indeformadas (é possível visualizar parte dela aqui, para vocês terem uma ideia: https://pdfslide.net/documents/nbr-9820-coleta-de-amostras-indeformadas-de-solos-de-baixa-consistencia-em.html ). Essa norma vem do setor da construção civil, mas é muito importante para nós. A coleta de amostras realmente indeformadas, com o amostrador correto (o episódio fala disso, a norma também) é essencial (eu diria, até obrigatória) para a determinação de propriedades físicas dos solos, e essas propriedades são fundamentais para os nossos modelos conceituais, em especial para a Avaliação de Risco à Saúde Humana (como a porosidade), e para a remediação (porosidade, porosidade efetiva, densidade dos grãos, condutividade hidráulica vertical, e outras). Infelizmente, o GAC não utiliza muito essa prática, nem essa norma, mas penso que está na hora de mudarmos isso.

 

Episódio no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=x5s8urs2rhI

Episódio no Spotify: https://open.spotify.com/episode/4HFuThyrbXWUBUWAsyzzqR?si=YafNO9waR4uadfeDdcZb3Q

 

Nesse episódio, mais uma vez tentamos, aos poucos, implementar algumas sugestões que recebemos. Uma delas é reduzir o tempo de alguns episódios de entrevistas e em particular reduzir o tempo das nossas introduções. Então, a ideia vai ser deixar as reflexões mais aprofundadas aqui na Newsletter e eventualmente nos episódios do Screening de Notícias e fazer introduções curtas nos episódios do Podcast Áreas Contaminadas. Um desses cortes será meu agradecimento nominal aos apoiadores e apoiadoras financeiras do Apoia.Se. Falei com alguns apoiadores e eles deram super força para isso, na verdade eles não tem nenhuma vaidade, eles estão realmente felizes em poder nos ajudar a COM-VENCER todo mundo. Então, não é nenhum “descaso” meu, eu continuo muito agradecido aos apoiadores, os agradecimentos pessoais continuarão a ser feitos e os agradecimentos a eles públicos ficam aqui na Newsletter e na descrição dos episódios.

Em breve, teremos mais mudanças nos nossos canais!!!! Aguardem!!!!

 

 

Na próxima semana, teremos o Episódio #141 do Podcast Áreas Contaminadas. Nele, falarei com Marcos Akira Ueda, o “Japonês Voador” do GAC. Falamos sobre a história da vida e da carreira dele e a relação com a Educação, a Universidade, a Geologia, o Ciência sem Fronteiras, o GAC. Foi uma conversa muito interessante e muito instrutiva, com certeza vocês vão gostar muito.

 

O Nosso Podcast Áreas Contaminadas tem o patrocínio Master da Clean Environment Brasil (www.clean.com.br ), e o Patrocínio Ouro do Laboratório Econsulting (http://econsulting.com.br/) e da Vapor Solutions (www.vaporsolutions.com.br)

  

Vamos agora às notícias da semana:

 

Recebi essa semana algumas contribuições muito legais de: Manoel Riyis Gomes, Fabiano Rodrigues (muitas vagas de emprego vieram dele), Lucas Venciguerra, Larissa Macedo, Filipe Ferreira. Obrigado, pessoal!!! Fico orgulhoso de ter tanta gente boa contribuindo com nosso “espalhamento” aqui!!!  Quem identificar erros ou falhas, ou quem tiver dicas, críticas, sugestões para dar, por favor, me mande, para rechearmos esse espaço com as ideias de vocês.

 

- Semana passada falei sobre o caso de Brumadinho e a possibilidade dele ter tido um “gatilho” para o colapso da barragem e esse gatilho ter sido uma sondagem, o que me afetou muito por me lembrar dos riscos que estamos expostos nessa atividade. Recordo que, embora possa ter ocorrido esse gatilho, a causa do colapso era a instabilidade da barragem, cuja segurança era atestada erradamente. Bom, vendo com mais atenção a reportagem falada em neerlandês, a gente vê algumas entrevistas em português com pessoas afetadas pelo caso, inclusive um trabalhador da sondagem. Muito impactante!!!! Além disso, há uma entrevista em inglês com um pesquisador que explica o colapso por liquefação do solo. A outra reportagem mostra que uma empresa ofereceu para a consultoria o serviço de perfuração com trados ocos (Hollow), dizendo que tinha uma sonda capaz de executar essa perfuração com trados ocos até os 68 metros pretendidos. O consultor consultou a Vale, e um funcionário da Vale desqualificou a empresa e a sonda, dizendo que “a sonda não está homologada” para trabalhar na unidade. Ao rebater o funcionário da Vale, o consultor diz que essa sonda prestou serviço em outras unidades da Vale, ao que o funcionário respondeu que ali era diferente. Por conta disso, e claro, por conta de muitas outras questões, outra empresa foi contratada e propôs a sondagem com sonda rotativa com injeção de água. Esse também é o tipo da situação com a qual a gente se depara a todo o momento: os técnicos propõem a melhor saída técnica e algum entrave faz com que seja usada uma metodologia ou um equipamento “alternativo” para atender a exigências não-técnicas, nesse caso a homologação do equipamento naquela unidade. Por vezes, com consequências ruins, outras, como é o caso de Brumadinho, com consequências desastrosas.

Vídeo-reportagem em neerlandês: https://pointer.kro-ncrv.nl/de-dodelijke-dambreuk

Reportagem em português, falando da escolha da empresa e do equipamento: https://apublica.org/2021/09/revelamos-o-que-diz-o-laudo-sigiloso-da-pf-sobre-a-tragedia-em-brumadinho/   

 

- Recebi, nessa última semana, algumas vagas de emprego para divulgar: Umwelt (Geólogo Júnior e Técnico), Valgo (Comercial), Rede Duque (Consultor PJ em GAC), Éllu (Técnico), Geoambiente-SJRP (amostrador de água e ar, região de Campinas), Waterloo, ERM (Estágio). Soube também de várias outras vagas não anunciadas em muitas outras consultorias, se você é um profissional da área, recomendo que entre no site da AESAS e entre em contato diretamente com as empresas associadas (www.aesas.com.br). As vagas que recebo ou vejo, compartilho imediatamente no nosso Canal do Telegram (https://t.me/areascontaminadas)

 

- Anuncio que continuam abertas (só até o Carnaval) as inscrições para o processo seletivo da 10ª turma de Pós-Graduação em Remediação de Áreas Contaminadas no SENAC. As aulas vão se iniciar em março/2023. O curso tem duração de 1 ano, com aulas aos sábados, normalmente presenciais, e aulas online em um dia da semana (terça ou quinta). Mais informações e inscrições no site: https://www.sp.senac.br/centro-universitario-senac-santo-amaro/pos-graduacao/pos-em-remediacao-de-areas-contaminadas?inscricao=true

 

- Estão abertas as inscrições para o curso da parceria SENAC/AESAS exclusivo para profissionais de órgãos ambientais. É um curso de Introdução ao GAC, com 40 horas de duração, que tenho a grande honra de coordenar. Será um curso online, ao vivo, às terças e quintas, das 8:00-12:00. Se vocês se enquadram, façam a inscrição!!!! Se souberem de alguém que possa se interessar, indique o site da AESAS. www.aesas.com.br/eventos

 

- Já falei sobre essa ferramenta em outra Newsletter, mas nessa semana houve uma nova publicação no LinkedIn que me motivou a pesquisar e comentar novamente com vocês. Trata-se do Digital Soil Core, da LandScam. A LandScam parece ser uma empresa de tecnologia com diversas soluções tecnológicas inovadoras, mais voltadas para a caracterização do solo agrícola. É bem interessante e muitas dessas soluções se aplicam perfeitamente ao nosso uso, então, vale a pena dar uma olhada.

São 7 sensores embarcados em uma sonda que é cravada no solo, sem percussão, ela é “empurrada” (lembro que o RCPTu tem 4 sensores): resistência de ponta e resistência ao atrito lateral (dois sensores presentes no CPTu), Condutividade elétrica (presente nos sensores EC), permissividade dielétrica, sensor acústico (muito legal, pois de acordo com o ruído, dá para correlacionar com solo granular ou argiloso), um microscópio que permite avaliarmos o material perfurado em altíssima resolução de imagem, e um espectrômetro IR-Vis (ou NIR spectroscopy) que permite sabermos o teor de umidade e entendermos a distribuição da densidade, da mineralogia, textura e até estruturas do solo. Realmente muito legal!!!!!

Postagem no LinkedIn, com imagens legais: https://www.linkedin.com/posts/danieljrooney_digitalsoilcore-rootcauseanalytics-ii4ag-activity-7026199754422292480-X6Xn

Site da empresa explicando os sensores, com um vídeo bem legal: https://landscan.ai/platform/digital-soil-core/

 

- Uma dica muito interessante do Filipe Ferreira: O perfil do Instagram NuncaVi1Cientista grava um vídeo explicando aquela antiga fake News parcial de que, ao colocarmos limão na Coca-Cola, estamos formando benzeno no refrigerante, o que, sabemos muito bem, é carcinogênico. A explicação é muito boa, vale a pena vocês assistirem, mas basicamente ela diz que a reação do benzoato de sódio com ácido ascórbico pode formar benzeno, mas isso ocorre em condições de laboratório, não em um copo. Além disso, só a Coca Zero tem benzoato de sódio. Mas a suposta fake News foi gerada porque uma pesquisa apontou benzeno em baixas concentrações nos refrigerantes, uma explicação poderia ser essa reação, mas isso, como vimos, é muito improvável. Agora, pergunto a vocês, de onde pode vir o benzeno? Teria alguma a ver conosco, do GAC? Por exemplo, de onde vem a água? De onde vem o gerador de gás carbônico, os demais ingredientes da Coca Cola? Pode haver interferência atmosférica? Onde mais poderia ter benzeno em produtos do nosso consumo? https://www.instagram.com/reel/CoCv5CXjDTf/?igshid=NjcyZGVjMzk%3D

 

- Falando em benzeno, recebi uma notícia que já trouxe aqui uma vez, mas merece uma repetição. Essa semana fez 104 anos que ocorreu, em El Paso, Texas, a “Revolta do Banho”, liderada por Carmelita Torrez, uma mexicana de 17 anos que trabalhava em El Paso, no Texas anexado pelos EUA e morava do outro lado da fronteira, em Juarez. Para ir trabalhar, ela e todas as outras pessoas tinham que “tomar banho” com gasolina, para se desinfetarem antes de entrar em território estadunidense. Não só banho de gasolina (como se fosse pouco) mas tinham que ficar nuas e as roupas eram vaporizadas com DDT e Zyklon B (pesticida organoclorado a base de ácido cianídrico, muito volátil, usado posteriormente em campos de concentração nazistas). A revolta durou pouco, foi sufocada e Carmelita presa. Os banhos continuaram até 1950 (por mais 33 anos). Qual seria o risco à saúde humana de banhos diários de gasolina e DDT?  https://threadreaderapp.com/thread/1619438232026107904.html

 

- Essa notícia muito interessante me foi enviada pelo Lucas Venciguerra e pelo Rafael Godoy. Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), junto com outras instituições, encontraram rochas compostas por plásticos no Parcel das Tartarugas, região da Ilha da Trindade. A Geóloga que efetuou a pesquisa disse que a cimentação das rochas é feita de plástico queimado, uma evidência clara que o Homo Sapiens está interferindo no planeta de forma muito intensa. O grupo vai pesquisar a ação dos microplásticos na sedimentação. Impressionante!!! Daqui a pouco teremos fácies de plásticos!!!! Seria o Antropoceno? Avaliando mais de perto e buscando as origens desse fenômeno para além do efeito, não seria essa interferência motivada pelo Capitalismo? Não seria, então, o Capitaloceno? Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2023/01/25/estudo-encontra-rochas-compostas-de-plastico-na-ilha-da-trindade.htm

 

- Outra notícia interessante, essa indicada por Filipe Ferreira, mostra um “solo” ou uma “joia” formado por seres vivos, mais precisamente pelo joão-pedreiro, uma larva que faz o seu casulo com material disponível perto dele. É uma espécie que também indica a boa oxigenação da água. Os casulos são muito bonitos. Um artista deixou à disposição do bichinho: ouro, pérolas e cristais, o resultado ficou muito bonito. Imaginem o que acontece se dermos plástico para ele? https://www.instagram.com/p/CKreBfipSBs/?igshid=OGQ2MjdiOTE%3D

 

- Na Sessão peixes de hoje, pai e filho pescam no alabama (EUA), um peixe assustador cuja espécie é raríssima com fósseis de 100 milhões de anos. Trata-se do peixe-jacaré (Atractosteus spatula). O exemplar pescado tem 2,10 m e 73 Kg, acima da média (45 Kg). Um exemplar raro, de uma espécie rarissima, virou jantar da família. https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2023/02/04/pai-e-filho-pescam-peixe-raro-e-mais-antigo-que-os-dinossauros-nos-eua.htm

 

- Semana passada falamos sobre a balneabilidade das praias de Santa Catarina, no surto de diarreia em mais de 1000 pessoas, e da mudança da metodologia da amostragem da água das praias. Essa semana, saiu uma notícia indicando que foram mais de 4000 casos e que provavelmente o vírus responsável pela epidemia é o norovírus, o “terror dos cruzeiros”. A transmissão se dá pessoa a pessoa e de forma "fecal-oral". Ou seja, pela ingestão de água e ou alimentos contaminados pelo vírus. O norovírus pode ser transmitido ao entrar em contato com as partículas de aerossol do vírus no banheiro, por contato direto com fraldas contaminadas, ou ao ingerir alimentos, água, ou cubos de gelo contaminados. A infecção também ocorre por exposição indireta, num mergulho em água contaminada, por exemplo.  https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/01/31/surto-em-sc-por-que-o-norovirus-e-considerado-o-pesadelo-dos-cruzeiros.htm  

 

- Falando em Santa Catarina, outra notícia não muito boa. Já falamos muitas vezes aqui do problema em Balneário Camboriú, que permitiu a construção de prédios próximos à praia que fazem sombra na praia. A “solução” foi aterrar o mar, o que trouxe muitos problemas e continua trazendo. Agora a mesma “solução” será aplicada em Florianópolis, na praia de Canasvieiras, para “aumentar a área da praia”. Aguardem as cenas dos próximos capítulos. https://cultura.uol.com.br/noticias/55775_apos-balneario-camboriu-mais-uma-praia-de-santa-catarina-tera-faixa-de-areia-alargada.amp.html

 

- Uma notícia que nos faz refletir sobre o que acontece com os yanomamis hoje e também sobre a origem de muitos problemas ambientais atuais, como as áreas contaminadas. Esse fio no Twitter é muito interessante (recomendo muito que vocês leiam ele inteiro) e fala de como foi a ideia, a execução e a “propaganda”, a “narrativa” sobre a construção da rodovia Transamazônica. Essa construção, idealizada pela ditadura militar no início dos anos 70, foi a precursora de muitos dos impactos na Amazônia até hoje. Até o final dos anos 60, a floresta estava quase intocada, mas os militares não enxergavam nada de positivo nisso. Ao contrário: para o regime, a Amazônia era um problema nacional, um desperdício. Um "deserto verde", um “inferno verde” cheio de riquezas intocadas que precisava ser "civilizado". Em pouco mais de duas décadas, a ditadura militar devastou um quinto da área da floresta, causando o deslocamento forçado e a morte de milhares de indígenas. Concedeu terras para fazendeiros, incentivou a ação de pecuaristas, latifundiários, madeireiras e garimpeiros. O resultado, vocês já sabem. Mas gostaria também de chamar a atenção para as propagandas da época, publicadas na grande imprensa brasileira. Os slogans eram do tipo: “Traga sua boiada para o maior pasto do mundo”; “Aqui vencemos a floresta”; “Inferno Verde já Era”; “Chega de Lendas, vamos Faturar!!!”; “Pista para você encontrar o seu ouro” (chamando garimpeiros para explorar a Amazônia usando a rodovia); “Rasgamos o Inferno Verde”. Esse era o tipo de mentalidade da época, claro, cultivado e estimulado por quem tinha interesse nessas demandas. Havia, naquele tempo, pouquíssimas vozes contra a devastação e essas eram silenciadas rapidamente. Se era assim com a Amazônia, imaginem o pensamento sobre infiltrar os efluentes líquidos no fundo da indústria? Ou enterrar os resíduos? Às vezes pensamos: “nossa, quem faz uma coisa dessas?”. Temos que olhar para a história para começarmos a entender...    https://twitter.com/historia_pensar/status/1620193119118708736?t=qDRK7FqRHceBKwf1wd5eZQ&s=08

 

- Ainda sobre a tragédia yanomami, essa semana novamente apareceu uma reportagem indicando uma possível resposta àquelas perguntas que temos feito para nós mesmos: para onde vai o ouro extraído pelos garimpeiros que estão ativamente causando o genocídio do povo yanomami? Três empresas são acusadas pelo MP de “legalizar” 4 toneladas de ouro extraído ilegalmente das TI Yanomamis, em Roraima.  https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/reporter-brasil/2023/02/03/empresas-de-sp-sao-supeitas-de-lavar-ouro-ilegal-da-terra-yanomami.htm

 

- Como se originou o garimpo no Brasil? Existe garimpo legal? Bom, o garimpo, e qualquer outra atividade econômica, é proibido em terra indígena, mas pode, em algumas condições, ser “legal” no Brasil. Por definição, garimpo é a extração de minérios com baixa mecanização e mão de obra não especializada. as áreas de garimpo no Brasil dobraram em apenas uma década, tornando a atividade mais extensa do que a própria mineração industrial. A Amazônia concentrava 91,6% da área garimpada em 2021. A pesquisadora Francilene dos Santos diz que o garimpo só é legal se for em área de até 50 hectares, com obrigações ambientais e não pode ser feito em terra indígena, área de fronteira e área de proteção ambiental. Inclusive tem uma dicotomia de legislação porque ela fala de garimpagem como uma atividade com equipamentos rudimentares e individual. O que acontece é que atualmente, no Brasil, pouquíssimas pessoas fazem assim. Ocorre um processo de mecanização, com retroescavadeira e outras máquinas, em áreas ilegais. Com a reforma trabalhista e o aumento do trabalho precarizado no Brasil, o garimpo se torna uma atividade que promete oferecer dinheiro fácil e rápido para a população. Mas a realidade, claro, não é essa, eles trabalham 10h a 12h horas por dia, em condições insalubres, mas quem ganha de fato não são os garimpeiros, são os empresários do garimpo    https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2023/02/03/o-que-e-garimpo.htm

 

- Em aldeias no Pará, 60% dos indígenas estão contaminados por mercúrio. Falei um pouco sobre isso na semana passada. Pesquisa conduzida pela Fiocruz em aldeias Munduruku, na Bacia do Tapajós, indicou que todos os testados tinham traços de mercúrio no cabelo. 60% dos testados têm nível considerado alto pela classificação da OMS. O pesquisador Decio Yokota considera que é importante proibir a comercialização de mercúrio, cumprindo o Acordo de Minamata, do qual o Brasil é signatário. Ele revela que a principal via de chegada da substância às áreas de garimpo ilegal são empresas odontológicas de fachada. Elas adquirem o produto alegando uso clínico, mas o desviam para uso na extração de ouro. https://www.uol.com.br/universa/noticias/azmina/2023/02/02/em-tres-aldeias-do-para-60-das-indigenas-estao-contaminadas-pelo-mercurio.htm

 

- Essa semana fomos “bombardeados” por textos sobre o ChatGPT, que a essa altura acho que todos vocês já ouviram falar. Dentre eles, destaco a economista Monica de Bolle, que avaliou textos sobre economia do Brasil e percebeu que as análises da ferramenta são superficiais (é claro) e que se parecem muito com as análises igualmente superficiais de parte da grande imprensa, particularmente do setor liberal, do famoso “pensamento único”, o “fim da história”, que tem pautado as análises econômicas nos “jornalões” desde os anos 90, defendendo austeridade nos gastos públicos, desinvestimento, juros altos, privatizações. Com isso, ela conclui que a inteligência artificial não é neutra, como a tecnologia nunca é neutra, mas sim, tem ideologia, no caso a ideologia de quem “treinou” a IA, da mesma forma que as IAs que fazem o “reconhecimento facial de possíveis criminosos” e seu já conhecido viés racista. Vi vários textos sobre o ChatGPT que ressaltam o viés ideológico de quem o treinou, ou seja, há uma visão de mundo inserida no treinamento e consequentemente no ChatGPT. Mas vi também textos ressaltando as partes boas da ferramenta, que são interessantes no nosso dia a dia. Com as perguntas certas, é possível que o Chat GPT faça versões iniciais de textos, projetos, inclusive com formatação, pois uma coisa muito poderosa na IA é a linguagem e a estruturação dos textos. De acordo com esse perfil do Rafael Sampaio no Twitter, o ideal é perguntar coisas mais gerais sobre um conceito, tema ou objeto, e quanto mais inputs você der, melhor será a resposta. Por exemplo, pedir especificamente para usar pesquisas e trabalhos acadêmicos para responder. Ao obter a resposta, insistir, pedir para aprofundar algum tema ou ponto específico, listar tendências ou lacunas na literatura. De acordo com ele, o ChatGPT ajuda muito a ter bons insights e outputs sobre a literatura. Coisas que poderão ajudar a escrever futuros trabalhos, ele é um ótimo "testador" de ideias e excelente para fazer drafts. Além disso, ele é excelente para fazer textos gerais que precisamos no dia a dia, como editais, atas, e-mails, convites e coverletters. O ChatGPT não é só ótimo para fazer drafts desses textos, quanto para CORRIGIR seus textos. Como podem ver, tem a sua utilidade. Acho que, no GAC, pode ser interessante em partes do nosso trabalho. Quem tiver testado, me fale!!!! https://twitter.com/cardososampaio/status/1621543849884631041?t=grqkUksZMOYZmJUL5-Y26Q&s=08

 

- Para finalizar, uma postagem interessante no Twitter que fala sobre temas que tratamos aqui frequentemente, os modos de vida para evitarmos (ou adiarmos) o fim do mundo. Hoje o Havaí importa cerca de 90% da sua alimentação. Antes da invasão, os povos originários tinham diferentes modos de produção, mais que suficientes para prover a sua população. Um estudo recente concluiu que o método originário chamado ahupua'a produzia 1 milhão de toneladas com 6% da área da ilha ocupada, o suficiente para alimentar 1,2 milhões de habitantes. A população hoje é de 1,4 milhões. As fazendas atuais cobrem uma área 3 vezes maior com produção de somente 151 mil toneladas. Vejam o fio no Twitter e vejam os diagramas e imagens, são muito legais. Evidências apontam que o método ahupua'a foi usado por mil anos lá no Havaí. Comprovadamente era usado no século XV. A ideia básica consiste em um conhecimento muito grande sobre a geografia e a geologia da região e o fluxo de água e nutrientes a partir da chuva e dos vulcões. Tudo começa com um entendimento adequado do meio físico. https://twitter.com/samdknowlton/status/1615742176151113730?t=3GPBb40sPJmc0qIKY99bzQ&s=08

 

Amigas e amigos, muito obrigado pela leitura. Acessem também nosso Canal do Youtube (https://youtube.com/c/ecdtraining ), Canal do Telegram, ficado em vagas de emprego (https://t.me/areascontaminadas ) Página no Facebook (https://www.facebook.com/ecdambiental ) e Perfil no Instagram (@ecdambiental). Mais uma vez peço que acessem o https://apoia.se/ecdambiental para vocês conhecerem melhor a nossa campanha e, se quiserem e puderem, contribuírem conosco

 

Por hoje é isso. Aguardo os comentários, sugestões e críticas. Se tiverem dúvida, estou à disposição.

 

Se alguém não quiser mais receber as minhas mensagens, é só responder esse e-mail com o texto REMOVER

 

Marcos Tanaka Riyis

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