Essa é a Newsletter #159, enviada em 22/07/2023 .
A “nossa” Newsletter, junto com o “nosso” Podcast Áreas Contaminadas, cumpre um papel de dar poder pelo conhecimento, trazendo informações, conteúdos, textos, temas, dicas e notícias sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), e também notícias sobre meio ambiente, saúde, filmes, livros, músicas, teorias para adiar o fim da humanidade, sempre com comentários com o objetivo central de construir um mundo melhor para todas e todos.
Se alguém quiser compartilhar a nossa Newsletter, pode mandar o link para preenchimento do formulário de inscrição, que é esse: https://forms.gle/
Algumas das Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br).
E também, graças ao nosso amigo José Gustavo Macedo, nossa Newsletter está sendo publicada também no site do Sigesp – Sindicato dos Geólogos do Estado de São Paulo, o que é motivo de muita honra para nós!!!! Vejam lá a Newsletter #147 e algumas anteriores
https://sigesp.org.br/
Aproveito e recomendo aos Geólogos que se filiem ao sindicato, isso é muito importante para toda a sociedade.
Essa semana tivemos a honra de receber mais 1 nova inscrição aqui na Newsletter ECD. Já passamos dos 700, somos atualmente em 716!!!! Seja bem-vindo Felipe!!!!!
Gostaria de relembrar que temos uma campanha no “Apoia.Se”, que é muito importante pra gente, pois ela nos ajuda a manter os nossos canais de divulgação científica gratuitos nessa Newsletter e lá no Podcast Áreas Contaminadas. A campanha, para quem quiser e puder contribuir voluntariamente conosco está no site http://apoia.se/ecdambiental
É simples, você faz login na plataforma e escolhe como fazer esse pagamento, com boleto, cartão, etc. A transação é segura como qualquer compra online e mensalmente o Apoia.se faz essa cobrança; se for por boleto, a plataforma te envia os boletos mensalmente.
Aproveitando, agradeço aos apoiadores e às apoiadoras atuais, principais responsáveis pela manutenção dos nossos canais de divulgação. Sem a ajuda deles, dificilmente seria possível dedicar todo esse tempo à pesquisa, produção e o desenvolvimento do material gratuito do podcast e dessa Newsletter. Muito obrigado a vocês!!!
Ábila de Moraes, Alison Dourado, Allan Umberto, André Souza, Atila Pessoa, Barbara Grossi, Beatriz Lukasak, Bruna Fiscuk, Bruno Balthazar, Bruno Bezerra, Bruno Bonetti, Cristina Maluf, Daiane Teixeira, Daniel Salomão, Diego Silva, Fabiano Rodrigues, Fernanda Nani, Filipe Ferreira, Geotecnysan, Gilberto Vilas Boas, Guilherme Corino, Heitor Gardenal, Heraldo Giacheti, Hermano Fernandes, Igeologico, Jefferson Tavares, João Paulo Dantas, João Lemes, Jonathan Tavares, José Gustavo Macedo, Joyce Cruz, Larissa Macedo, Leandro Freitas, Leandro Oliveira, Lilian Puerta, Luana Fernandes, Luciana Vaz, Luiz Ferreira, Marcos Akira Ueda, Marina Melo, Nádia Hoffman, Paulo Negrão, Pedro Astolfi, Rafael Godoy, Rafael Sousa, Renato Kumamoto, Roberto Costa, Rodrigo Alves, Rodrigo Gaudie-Ley, Silvio Almeida, Sueli Almeida, Tamara Quinteiro, Tatiana Sitolini, Tatianne Grilleni, Tiago Soares, Wagner Rodrigo, Willem Takiya, e mais 7 apoiadores anônimos.
Nessa semana, dia 20/07, foi ao ar o Episódio #160 do Podcast Áreas Contaminadas. Foi uma conversa muito legal que tive com meu amigo André Souza. André atualmente é Engenheiro Ambiental, faz parte do grupo de Especialistas da Cetrel e um dos melhores profissionais de Remediação do mercado. Ele contou sua bela trajetória, partindo das quadras de basquete em Amparo, indo para a UNESP/Rio Claro quando teve contato com um estágio no DAEE, avaliando poços tubulares profundos, tanto a documentação quanto a perfuração e instalação. Por conta do estágio, ao se formar, conseguiu um emprego em uma empresa que trabalhava com poços tubulares e “venda” de água tratada por ETAs instaladas e operadas por essa empresa. Ali, teve contato com o trabalho de campo e, especialmente, com o projeto, operação e instalação de sistemas de tratamento de água, algo importante na Remediação. Por conta dessa experiência, conseguiu uma vaga na Geoklock (atual EBP), onde apurou o seu conhecimento sobre os sistemas, desta vez aplicados à Remediação de Áreas Contaminadas. De lá pra cá, se tornou um dos maiores especialistas em Remediação do Brasil. No episódio, ele nos brinda com uma bela aula sobre Sistemas de Tratamento, Ensaios Piloto, instrumentação adequada, DPE, oxidação, otimização do Bombeamento e Tratamento com reinjeção da água tratada e, especialmente, uma nova forma de encarar a remediação, que é a remediação de alta resolução, como ele chamou. É um episódio muito interessante, vale a pena vocês ouvirem
Episódio no YouTube: https://www.youtube.com/watch?
Episódio no Spotify: https://open.spotify.com/
Nessa próxima semana, irá ao ar o episódio #161 do Podcast Áreas Contaminadas, será 3º e último Episódio comemorativo do nosso aniversário de 3 anos. É um episódio muito especial, onde converso com Larissa Macedo, Allan Umberto e Diego Silva sobre um tema que apaixona nós quatro: a literatura. Falamos sobre nossos hábitos de leitura, sobre como esse gosto despertou na gente, quais estilos mais nos agradam, e, claro, damos muitas dicas de livros de todos os tipos, para todos os gostos. Dá pra dizer que encerraremos com chave de ouro a nossa comemoração dos 3 anos!!!!!
O Nosso Podcast Áreas Contaminadas tem o patrocínio Master da Clean Environment Brasil (www.clean.com.br ), e o Patrocínio Ouro do Laboratório Econsulting (http://econsulting.com.br/) e da Vapor Solutions (www.vaporsolutions.com.br)
Há duas semanas venho falando sobre a desumanização que temos, infelizmente, presenciado dia após dia. Nessa semana, duas pessoas diferentes me indicaram duas histórias que são a desumanização elevada ao seu grau máximo. As duas pessoas me pediram para manter a indicação na forma anônima.
A primeira é absurda: o Reino Unido instalou “prisões flutuantes” para manter refugiados africanos longe do seu país. Um navio gigante transformado em prisão, chamado Bibby Estocolmo. Uma “coincidência” curiosa é que a empresa responsável pelo “gerenciamento” da prisão pertence a uma família que ficou bilionária com o comércio de pessoas escravizadas séculos atrás. O Parlamento aprovou lei que proíbe pedido de asilo de imigrante ilegal, e os conservadores britânicos dizem que os impostos não podem mais financiar hotéis para os refugiados, por isso, eles serão levados à prisão flutuante. “Devemos acabar com o uso de hotéis caros para acomodar aqueles que fazem viagens desnecessárias e perigosas. Não colocaremos os interesses dos migrantes ilegais acima dos interesses do povo britânico, a quem fomos escolhidos para servir. Precisamos usar opções alternativas de acomodação, incluindo o uso de barcaças e balsas, para economizar o dinheiro do contribuinte britânico e evitar que o Reino Unido se torne um ímã para solicitantes de asilo na Europa”, disse o secretário de Estado de Imigração, Robert Jenrick. Desumanização em seu estado mais puro. Para os conservadores britânicos, os asilados não são humanos, ou pelo menos, não tão humanos como os “britânicos nativos”. Reflita aí, amigo leitor, amiga leitora, se isso fosse, por exemplo, na China, como você acha que seria a cobertura da imprensa para um caso desses? No entanto, é muito possível que essa medida consiga muito apoio por aqui, provavelmente com algumas pessoas pensando em fazer o mesmo... https://operamundi.uol.com.br/
A segunda é ainda pior (imaginem só...): Os oficiais que trabalham na fronteira do Texas, nos EUA, com o México foram orientados a jogar de volta ao rio crianças pequenas e bebês imigrantes que tentam entrar no país (!!!!!) É isso mesmo que você leu, jogar de volta no rio as crianças e bebês!!!!!! Além de negar água a pessoas que tentavam atravessar a divisa ilegalmente em dias de extremo calor. Patrulheiros encontraram um grupo de 120 pessoas tentando cruzar o rio, incluindo crianças e bebês de colo. Um comandante ordenou que eles "empurrassem as pessoas na água, de volta para o México". Em outro caso, uma menina de quatro anos (!!!!!) desmaiou de exaustão na travessia, em um dia em que fazia 38 ºC. Ela e o grupo que a acompanhava foram empurrados de volta no rio. Difícil vermos um caso de desumanização tão absurdo quanto esse. Parece coisa de vilão de filme, mas, infelizmente, é verdade, e cada vez mais casos como esse vão acontecer, porque a xenofobia, o racismo, a misoginia, a homofobia, a intolerância, o fascismo estão cada vez mais aí, à nossa volta.
https://twitter.com/GloboNews/
Vamos agora às notícias da semana:
Recebi essa semana algumas contribuições muito legais de: Manoel Riyis Gomes, Fabiano Rodrigues, Lucas Venciguerra, Adilson Ramos de Oliveira, Filipe Ferreira. Obrigado, pessoal!!! Fico orgulhoso de ter tanta gente boa contribuindo com nosso “espalhamento” aqui!!! Quem identificar erros ou falhas, ou quem tiver dicas, críticas, sugestões para dar, por favor, me mande, para rechearmos esse espaço com as ideias de vocês.
- Recebi, nessa última semana, algumas vagas de emprego para divulgar: Arcadis-RJ (Analista), Clean (Várias vagas), Arcadis (Digital), VSOL (Analista de Laboratório), FMZ (Modelador/Hidrogeólogo). Soube também de várias outras vagas não anunciadas em muitas outras consultorias, se você é um profissional da área, recomendo que entre no site da AESAS e entre em contato diretamente com as empresas associadas (www.aesas.com.br). As vagas que recebo ou vejo, compartilho imediatamente no nosso Canal do Telegram (https://t.me/
- Foram lançados mais dois cursos da parceria SENAC/AESAS para o mês de agosto/23. São dois cursos online, ao vivo, de 24 horas-aula, com aulas das 8:00-12:00. Um deles é de Gestão de Dados, coordenado pelo meu amigo e professor Rodrigo Cunha, às segundas e quartas, a partir do dia 07/08. O outro é sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas por DNAPL, focando mais no diagnóstico, coordenado por mim, às terças e quintas, a partir do dia 08/08. Esse curso de DNAPL contará com as feras no assunto: Aline Ansara (Advisian), Cristina Maluf (Ambscience/SENAC), Gustavo Dorota C. de Mello (Ramboll), Heitor Gardenal (Arcadis), Lucas Jardim (Arcadis), Marco Pede (In Situ Remediation), Nilton Miyashiro (Engesolos/SENAC), Paulo Lima (Hidrodinâmica/SENAC) e Rafael Sato (Vapor Solutions). Promete ser muito legal!!!!
- O Clu-In e o ITRC promovem frequentemente webinars gratuitos online há vários anos, e sempre divulgam os calendários dos cursos. Andando pelos sites, vi a programação de setembro, e está muito legal, recomendo fortemente que vocês se inscrevam e assistam (é de graça):
12/09: Optimizing Injection Strategies and In situ Remediation Performance – esse é o meu preferido!!!! Esse curso fala sobre as remediações in situ, baseados em injeções de remediadores: oxidantes, redutores, biorremediadores, substratos, surfactantes, etc, mas o curso não é sobre as injeções em si, mas como otimizar essas remediações e, adivinhem só como devemos otimizar as injeções? Sim, claro, melhorando muito as investigações, elaborando modelos conceituais mais detalhados e com foco nas “heterogeneidades hidrogeológicas”, o que chamamos aqui de unidades hidroestratigráficas. Então, resumindo, o curso é sobre como melhorar as investigações de modo a otimizar as remediações in situ. Mais ou menos o que o André Souza falou no episódio #160 do Podcast. https://www.clu-in.org/conf/
Documento do ITRC: https://ois-isrp-1.itrcweb.
14/09: ITRC PFAS Introductory Training. Um material básico, um treinamento introdutório sobre PFAS. O treinamento fala de Propriedades de PFAS, Transporte das substâncias, Amostragem e Análises Químicas e Tecnologias de Remediação. Recomendo que ouçam também o nosso Episódio #146 do Podcast, onde falamos sobre PFAS com Willem Takiya. https://www.clu-in.org/conf/
Documento do ITRC: https://pfas-1.itrcweb.org/
Slides de um treinamento anterior: https://www.clu-in.org/conf/
21/09: Pump & Treat Optimization, um tema que o André Souza também falou bastante no Podcast #160. O treinamento tem como objetivo principal resumir as informações existentes e as melhores práticas, ao mesmo tempo em que desenvolve uma estrutura de otimização sistêmica e adaptável para o projeto e gerenciamento de redes de poços de bombeamento, ou seja, uma “remediação de alta resolução”. Outro objetivo do treinamento é fornecer um roteiro para otimizar um sistema de P&T e refinar a estratégia de remediação ou, eventualmente, mudar de estratégia. A otimização do Pump & Treat deve ser sistemática e baseada em dados, e o treinamento visa fornecer ferramentas e orientações para auxiliar nesse processo. https://www.clu-in.org/conf/
Documento do ITRC: https://pt-1.itrcweb.org/
Não percam!!!!!
- Steve Kitumba Kalule mais uma vez mostra um belo texto no LinkedIn, falando de qHRSC, investigação quantitativa de alta resolução. Ele diz que, por meio de amostras de solo corretamente coletadas (Dual Tube, no caso dele), é possível compreender os modelos de fácies, que demonstram como as camadas geológicas foram depositadas, e esses modelos podem ajudar a prever ou interpretar a heterogeneidade do aquífero. Essa interpretação, por sua vez, é fundamental em áreas onde os aquíferos sedimentares são impactados e precisam de remediação. Ele continua dizendo que usou uma combinação de técnicas de investigação, incluindo MIHPT e perfilagem estratigráfica com amostragens de solo para refinar e melhorar o modelo conceitual do local. Encontrou um meio altamente heterogêneo com condutividade hidráulica variando em ordens de magnitude em escala centimétrica. Isso tem implicações elevadas na eficácia da remediação. https://www.linkedin.com/
- Arcadis divulga no LinkedIn um texto de seu diretor Claudio Lemos falando de uma reabilitação de uma área industrial conduzida pela Arcadis do Brasil. Lemos conta o caso de uma indústria que estava há 8 anos com o caso sendo gerenciado de outra forma, por outra consultoria, e a Arcadis entrou com a ideia de encerrar o caso em 2 anos, refez o modelo conceitual e adotou uma estratégia combinada de técnicas de extração multifásica e de recirculação dinâmica de água (mais uma vez a otimização do P&T pela estratégia DInamic Groundwater Recirculation – DGR – aparece na nossa newsletter de hoje, por coincidência, um dos temas tratados pelo André Souza no Episódio #160). Lemos finaliza o texto ressaltando que o projeto contou com o acompanhamento do time de Remediação Resiliente e Sustentável, por meio do uso do Green Metrics Analytics - GMA para contabilização das emissões de GEE para identificação de possíveis melhorias e aplicação de melhores práticas de gestão sustentável do guia do Sustainable Remediation Forum do Reino Unido. https://www.arcadis.com/pt-br/
- Cetrel divulga no LinkedIn que promoverá um webinar gratuito sobre “Digital Twins”, ou gêmeos digitais, que seria uma “digitalização da realidade”. No webinar, nosso amigo Calvin Iost, Gerente da área de Digital Center & Innovation da Cetrel, apresentará possibilidades de utilização desta ferramenta digital, reforçando o potencial de integração com foco em maior eficiência, precisão e sustentabilidade nos processos de gestão ambiental. Vejam a postagem e façam a inscrição. https://pt.linkedin.com/posts/
- Nessa semana vi duas notícias sobre o famoso Caso de Maceió, do afundamento de alguns bairros da cidade em decorrência da mineração de sal-gema pela Braskem. Na primeira, o anúncio de um acordo da Braskem com a Prefeitura de Maceió para a empresa pagar 1,7 bilhões de reais como indenização para a municipalidade. Esse é “somente” um acordo com a Prefeitura de Maceió, ainda haverá acordos e/ou indenizações para os afetados e para o estado de Alagoas. De acordo com uma nota, a Prefeitura comemorou o acordo e lembrou que “o acordo não invalida as ações ou negociações entre a Braskem e os moradores das regiões afetadas”. https://noticias.uol.com.br/
- No mesmo assunto, Lucas Venciguerra recomendou um episódio do Podcast Geografia em Meia Hora sobre o caso de Maceió. Infelizmente ainda não ouvi o episódio, mas se o Lucas falou, deve ser bom!!!! Segundo o Lucas, o episódio traz uma excelente explicação sobre os processos de mineração do sal-gema e expõe a grande dificuldade que será a mitigação dos danos. https://open.spotify.com/
- Notícia impressionante, impactante e mais um sinal inequívoco da emergência climática: A cidade de Sanbao, no nordeste da China, registrou um recorde de temperatura no país, atingindo inacreditáveis 52,2º C. E, aparentemente, o El Niño nem mostrou toda sua força!!!! As temperaturas globais estão batendo recordes um atrás do outro, enquanto quase um quarto da população estadunidense estava sob alertas de calor extremo, em parte devido a uma cúpula de calor que se instalou nos Estados do oeste do país. As altas temperaturas prolongadas na China estão ameaçando redes elétricas e plantações. Na Coreia do Sul, chuvas torrenciais deixaram 40 pessoas mortas quando os diques de um rio desabaram, causando inundações repentinas. No Vale da Morte, na Califórnia, os turistas se reuniram em Furnace Creek no domingo (16), esperando testemunhar a temperatura mais quente reconhecida na Terra desde 1913: 56,7°C!!!!
https://twitter.com/
- Como complemento a essa história, um vídeo muito interessante e curto da DW Brasil fala sobre essa onda de calor no hemisfério norte e sobre como isso está causando uma seca sem precedentes que é um prenúncio de uma falta de água potável importante que deve ocorrer na Europa em pouco tempo. Além de ser mais um indício da crise climática, civilizacional e uma evidência (mais uma) do Antropoceno, é um alerta para o GAC, pois os aquíferos terão uma relevância ainda maior, humana, ambiental e econômica. https://www.youtube.com/watch?
- Sobre o Antropoceno, Filipe Ferreira nos indica um reels do Instagram publicado pela DW Brasil que fala sobre um tema que tratamos aqui semana passada, a publicação da pesquisa feita no Lago Crawford, no Canadá que mostra claras evidências que estamos no Antropoceno e as mudanças que fizemos no planeta estão formando um novo período geológico pós-Holoceno. Esse artigo indica o início do Antropoceno em 1952, com a realização de testes nucleares que geraram partículas que se depositaram no lago, formando uma camada de sedimentos antropogênicos. Impressionante. https://www.instagram.com/
- Dentro dos estudos do Antropoceno, das mudanças climáticas, da crise ambiental, do decrescimento, há uma forte corrente que defende que o consumo de carne bovina é um fator muito relevante para as mudanças climáticas e deve ser evitado, uma vez que parte significativa do desmatamento (consequentemente, do aumento da emissão dos gases de efeito estufa – GEE – pelas queimadas) se dá em virtude do aumento de área de pastagem na Amazônia brasileira e outra grande parte se dá em virtude do aumento da área de monocultura de soja para fabricar ração animal, portanto, para “fabricar” carne para alimentação humana. As pesquisas apontam que a produção de aminoácidos por hectare da pecuária é 10-20 vezes menos eficiente que a da soja, ou seja, em uma mesma área, são produzidos 10-20 vezes mais aminoácidos em agricultura do que na pecuária bovina. Essa semana, uma pesquisa da Universidade de Oxford publicada na Revista Nature Food identificou, pela primeira vez, como as dietas com alto e baixo teor de carne impactam o planeta. Basicamente a pesquisa disse que, se os grandes consumidores de carne bovina do Reino Unido reduzissem a quantidade de carne que comem, isso equivaleria a retirar 8 milhões de carros de circulação. As pessoas avaliadas foram divididas em: pessoas que comem muita carne (aquelas que consomem mais de 100g de carne por dia); pessoas que comem pouca carne (cuja ingestão diária é de 50g ou menos); “pescetarianos”; vegetarianos; e veganos. A pesquisa mostra que a dieta de alguém que come muita carne produz uma média de 10,24 kg por dia de GEE. Já uma pessoa que come pouca carne produz quase metade disso, 5,37 kg por dia. E no caso das dietas veganas, o valor é novamente reduzido pela metade, chegando a 2,47 kg por dia. Pescetarianos produzem 4,74 Kg/dia, e vegetarianos produzem 4,16 Kg/dia. Pessoas com dieta com alto teor de carne precisam de maior área para a produção de seus alimentos (16,78 m2/dia), o dobro das pessoas com baixo teor de carne, que ainda é mais alto que a área dos vegetarianos (6,01 m2). Outro estudo também publicado na revista científica Nature Food, em 2021, concluiu que a produção de alimentos foi responsável por um terço de todas as emissões globais de gases de efeito estufa. E uma revisão independente do Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais (Defrat, na sigla em inglês) pediu uma redução de 30% no consumo de carne até 2032 no Reino Unido. Obviamente estamos falando do cenário do Reino Unido, país com pouca insuficiência alimentar. Não dá para exigirmos de um país extremamente desigual como o Brasil, e outros, que as pessoas, que passam fome, reduzam a sua ingestão de carne bovina quando essa estiver disponível para elas. No Brasil, dados de 2022 dizem que 33 milhões de pessoas sofrem com insegurança alimentar. Porém, a parcela dos ricos ou muito ricos do Brasil poderiam reduzir o consumo de carne bovina para contribuir com a amenização das emissões dos GEE. https://g1.globo.com/economia/
- Semana passada trouxemos uma reportagem que mostrava o impacto positivo das abelhas no ambiente e, em última análise, na sobrevivência dos humanos no planeta. Por outro lado, a morte das abelhas trará grandes prejuízos econômicos, ambientais e civilizacionais, de modo que é primordial protegermos as espécies polinizadoras. Essa semana, vimos uma notícia muito problemática. Um “erro” em pulverização de agrotóxico fipronil em Sorriso-MT, Ipiranga do Norte-MT e Sinop-MT matou mais de 100 milhões de abelhas em 600 colmeias, muitas delas de espécies ameaçadas de extinção. A investigação revelou que o agrotóxico foi aplicado de forma inadequada, e o dono da fazenda responsável pela aplicação foi multado em R$ 225 mil. Além de prejudicar ao meio ambiente, as mortes também deixaram os pequenos produtores de mel no prejuízo, dificultando a sua subsistência.
Isso não é novidade, já foi mostrado em muitas pesquisas, como uma de 2017, com apicultores da região de Matão feita pela UFSCar, que mostrou que 88,5% dos produtores ouvidos descrevem perdas “significativas” de colmeias – ou de apiários inteiros – por causa da aplicação de agrotóxicos na região. As abelhas ficam desorientadas ou morrem. No mesmo ano, os pesquisadores constataram que há mais de 10 anos (em 2017, portanto, há mais de 15 anos se olharmos hoje), as abelhas têm desaparecido em diversos países do mundo. E qual o principal culpado é o uso indiscriminado de agrotóxicos. Os agrotóxicos que possuem nicotina em suas fórmulas – os neonicotinoides – como a clotidianidina e imidacloprida, fabricados pela Bayer e o tiametoxan, fabricado pela Syngenta, bloqueiam as comunicações entre as células do sistema nervoso dos insetos, as sinapses. O cenário sem abelhas já existe. Na região de Sichuan, na China, as abelhas desapareceram, e as pessoas tentam realizar o trabalho de polinização de forma manual. São os chamados “homens-abelhas”, que sobem nas árvores com varas que contêm em uma das extremidades, pelugens de pássaros que foram colocadas em vasilhas com pólen. No Nordeste brasileiro, muitas plantações de frutas, como melão, precisavam alugar colmeias, porém, esse aluguel gerava muitas perdas de abelhas, pois as culturas de frutas utilizavam muitos agrotóxicos também.
- Vejam que notícia curiosa, de um caso que ocorreu há um bom tempo, mas fala muito sobre o nosso GAC: Em 1968, 6 mil ovelhas morrem de uma só vez em Skull Valley, no Arizona, EUA. Keith Smart, diretor de epidemiologia e ecologia do Campo de Testes de Dugway, foi acordado no meio da noite pelo professor da Universidade de Utah. Milhares de ovelhas haviam morrido misteriosamente, outras tiveram que ser sacrificadas, destino equivalente ao de outros animais, como aves e coelhos selvagens. Posteriormente (bem depois...) descobriu-se que isso ocorreu devido à liberação do composto VX. Esse composto é considerado a arma química mais poderosa do mundo: um neurotóxico de efeito rápido e alta letalidade, que consegue permanecer no ambiente por longos períodos. O Exército dos Estados Unidos logo foi visto como o maior suspeito, e foi comprovado que os militares haviam feitos três testes envolvendo armas químicas na região. No último deles, um avião lançou o VX no deserto de Utah, a cerca de 40 quilômetros de distância de Skull Valley. O agente VX foi encontrado em amostras de neve e grama do local. Ele teria sido levado até as fazendas pelos fortes ventos. As ovelhas que estavam mais perto do local de teste foram afetadas primeiro e com mais gravidade. Exames feitos em moradores de Skull Valley mostraram que não havia nada de errado com eles. Mas uma família, que morava perto da área atingida, alegou sofrer de dores de cabeça, crises de paranoia e, ao longo dos anos, abortos espontâneos. O VX é o nome “popular” do composto etil S-2-
https://www.bbc.com/
- Notícia impressionante: um navio petroleiro está há 8 anos como refém, abandonado no Mar Vermelho, na costa do Iêmen, e ameaçando vazar ou explodir e causar um enorme desastre ambiental com 1,15 milhões de barris de petróleo a bordo. A história é incrível: nessa semana, chegou à região um grande navio petroleiro vazio, comprado pela ONU, para uma missão tão improvável quanto inédita: retirar todo o petróleo que abarrota os 34 tanques do decadente ex-petroleiro FSO Safer, ali parado há 47 anos, e que, em 2015, foi sequestrado por rebeldes da etnia hutis, que lutam contra o governo do Iêmen, e assumir o seu lugar como refém dos rebeldes. Será, portanto, uma solução paliativa e quase inacreditável: após receber o petróleo transferido, o novo navio apenas assumirá o lugar do anterior, permanecendo em poder dos rebeldes — que sempre usaram o navio abarrotado de óleo cru para pressionar e chantagear o governo iemenita. O navio e sua carga, portanto, é uma espécie de refém, mas a situação fica um pouco melhor porque, pelo menos o navio está em boas condições. Ultimamente, além da ferrugem que tomou conta de todo o casco e ameaça parti-lo ao meio (segundo técnicos que periciaram o navio, a espessura das chapas de aço em certas partes foi reduzida a milímetros, por conta da corrosão marinha), o principal risco são as bombas responsáveis por eliminar os gases gerados nos reservatórios cheios de petróleo, que pararam de funcionar em 2017, e nunca foram consertadas. E esse não é o único navio-bomba nos mares. Outro navio-bomba vem tirando o sossego dos ingleses, há quase 80 anos, desde que, em 1944, o ex-cargueiro americano SS Richard Montgomery afundou na foz do Rio Tâmisa, com mais de 9000 explosivos que seriam usados nos combates da Segunda Guerra Mundial. O governo do Reino Unido não sabe o que fazer com os escombros do navio, já que as bombas continuam dentro dele, e pior, alguns explosivos se espalharam e oferecem riscos importantes. https://www.uol.com.br/nossa/
- Dica de Adilson Ramos de Oliveira: um personagem muito conhecido do GAC, essencialmente na 1ª década do Século XX, Antonio Fernando Pinheiro Pedro, que era Secretário Executivo de Mudanças Climáticas da cidade de SP, do prefeito Ricardo Nunes, foi desligado do seu cargo em decorrência do seu famoso discurso em evento da OAB. Ele declarou, basicamente, que “O planeta não será salvo por nós. Ninguém salva o planeta Terra. Geralmente, ele se salva sozinho. Ele o faz a quatro bilhões e trezentos milhões de anos, e muda o clima em todo esse período. Já o fez várias vezes, e nossa ação para solução é muito pequena”. Ele foi rebatido pela procuradora federal Georgia Sena Martins, doutora em Geociências pela Unicamp, que disse: “Desculpa, mas o senhor está negando toda a existência deste fórum, toda a ciência, todos os relatórios do IPCC, todos os estudos feitos até hoje. O senhor é um negacionista!!! O que o senhor está falando não tem qualquer fundamento científico. O senhor está falando com base em achismos. Estamos em um fórum de mudanças climáticas e o senhor está negando as mudanças climáticas e falando um rosário de besteiras.” Após a repercussão, Pinheiro Pedro pediu exoneração. Seus pensamentos nesse sentido, negando a responsabilidade do atual modelo econômico nas mudanças climáticas, e negando inclusive as mudanças climáticas não vieram de hoje. Pegando somente os últimos 5 anos, ele foi um dos indicados por ruralistas para comandar o ministério do Meio Ambiente em 2019, mas a pasta acabou ficando sob a gestão de Ricardo Salles. Em 2019, Pinheiro Pedro negou índices de desmatamento recorde, declarando: “Somos vítimas da má informação. Para começar, não tivemos desmatamento recorde. Esse índice até avançou, mas já foi bem pior na década passada.”; e “Em nenhum momento nosso cenário foi tão grave como retratado no exterior. Essa discussão foi politizada para nos prejudicar.”. Também chamou o Acordo de Paris de “Ilusão Fabricada” e que “o clima fazia parte de uma onda de bobagens criadas pela crença de que há um consenso entre pesquisadores sobre o aquecimento global.”
Pinheiro Pedro já teve atuação intensa dentro do GAC, como pode ser visto em textos como esse: https://www.ambientelegal.com.
- Notícia muito importante para quem escreve trabalhos acadêmicos (TCCs, dissertações, teses, artigos científicos) ou relatórios: a ABNT acaba de atualizar a norma NBR 10520. Como principais alterações, temos: a citação no meio do texto não deve mais ser totalmente em maiúsculas (de: RIYIS, 2019 para: Riyis, 2019); a indicação de autoria de citação com mais de três autores pode ser reduzida no texto com a expressão et al. , mesmo que, na referência, constem todos os autores. Outras alterações e mais detalhes no link: https://biblioteca.pucrs.br/
- Muita gente no mercado do GAC está mudando de empregos, ou procurando emprego, sempre passando por entrevistas. Recentemente vi uma reportagem que dá algumas dicas para a etapa final, onde o entrevistador diz para o entrevistado: “Você tem alguma pergunta?”. Aqui algumas dicas: https://blog.portalpos.com.br/
- Notícia muito interessante: uma equipe de arqueólogos achou, recentemente, um artefato, um pingente, feito com ossos de preguiça-gigantes. Isso mostra que havia humanos nas Américas há 25 anos, mais tempo do que se imaginava. As evidências foram encontradas no Sítio Arqueológico Santa Elina, no Mato Grosso, local conhecido por suas vastas pinturas rupestres. Esses artefatos foram encontrados cobertos por uma camada de solo da caverna que data de 25 a 27 mil anos atrás, sendo uma boa evidência que os humanos e as extintas preguiças gigantes coexistiram na América do Sul. Até recentemente, as teorias mais aceitas eram de que os humanos haviam chegado na América do Sul por volta de 13 a 15 mil anos atrás, um único grupo teria atravessado a Eurásia e chegado até aqui pelo Estreito de Bering. No entanto, nos últimos anos, uma série de descobertas tem feito com que essa data seja continuamente adiantada. https://olhardigital.com.br/
Amigas e amigos, muito obrigado pela leitura. Acessem também nosso Canal do Youtube (https://youtube.com/c/
Por hoje é isso.