Newsletter ECD #161

Essa é a Newsletter #161, enviada em 06/08/2023 .

 

A “nossa” Newsletter, junto com o “nosso” Podcast Áreas Contaminadas, cumpre um papel de dar poder pelo conhecimento, trazendo informações, conteúdos, textos, temas, dicas e notícias sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), e também notícias sobre meio ambiente, saúde, filmes, livros, músicas e teorias para adiar o fim da humanidade, sempre com comentários com o objetivo central de construir um mundo melhor para todas e todos.

Se alguém quiser compartilhar a nossa Newsletter, pode mandar o link para preenchimento do formulário de inscrição, que é esse: https://forms.gle/wJoFfUzv9vSkw19g7 .

Algumas das Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br).

E também, graças ao nosso amigo José Gustavo Macedo, nossa Newsletter está sendo publicada também no site do Sigesp – Sindicato dos Geólogos do Estado de São Paulo, o que é motivo de muita honra para nós!!!! Vejam lá a Newsletter #147 e algumas anteriores

https://sigesp.org.br/noticias/newsletter-ecd-147

 

Essa semana tivemos a honra de receber mais 1 nova inscrição aqui na Newsletter da ECD. Já passamos dos 700, somos atualmente em 719!!!! Seja bem-vinda Thayna!!!!!

 

Gostaria de relembrar que temos uma campanha no “Apoia.Se”, que é muito importante pra gente, pois ela nos ajuda a manter os nossos canais de divulgação científica gratuitos nessa Newsletter e lá no Podcast Áreas Contaminadas. A campanha, para quem quiser e puder contribuir voluntariamente conosco está no site http://apoia.se/ecdambiental

É simples, você faz login na plataforma e escolhe como fazer esse pagamento, com boleto, cartão, etc. A transação é segura como qualquer compra online e mensalmente o Apoia.se faz essa cobrança; se for por boleto, a plataforma te envia os boletos mensalmente.

 

Aproveitando, agradeço aos apoiadores e às apoiadoras atuais, principais responsáveis pela manutenção dos nossos canais de divulgação gratuitos. Sem a ajuda deles, dificilmente seria possível dedicar todo esse tempo à pesquisa, produção e o desenvolvimento do material gratuito do podcast e dessa Newsletter. Muito obrigado a vocês!!!

 

Ábila de Moraes, Alison Dourado, Allan Umberto, André Souza, Atila Pessoa, Barbara Grossi, Beatriz Lukasak, Bruna Fiscuk, Bruno Balthazar, Bruno Bezerra, Bruno Bonetti, Cristina Maluf, Daiane Teixeira, Daniel Salomão, Diego Silva, Fabiano Rodrigues, Fernanda Nani, Filipe Ferreira, Geotecnysan, Gilberto Vilas Boas, Guilherme Corino, Heitor Gardenal, Heraldo Giacheti, Hermano Fernandes, Igeologico, Jefferson Tavares, João Paulo Dantas, João Lemes, Jonathan Tavares, José Gustavo Macedo, Joyce Cruz, Larissa Macedo, Leandro Freitas, Leandro Oliveira, Lilian Puerta, Luana Fernandes, Luciana Vaz, Luiz Ferreira, Marcos Akira Ueda, Marina Melo, Nádia Hoffman, Paulo Negrão, Pedro Astolfi, Rafael Godoy, Rafael Sousa, Renato Kumamoto, Roberto Costa, Rodrigo Alves, Rodrigo Gaudie-Ley, Silvio Almeida, Sueli Almeida, Tamara Quinteiro, Tatiana Sitolini, Tatianne Grilleni, Tiago Soares, Wagner Rodrigo, Willem Takiya, e mais 7 apoiadores anônimos.

 

Nessa semana, dia 03/08, foi ao ar o Episódio #01 da Série Especial GAC em Áreas com Hidrocarbonetos, uma espécie de spin-off do Podcast Áreas Contaminadas. Foi um episódio um pouco mais curto, direto ao ponto e mais técnico. Nossa ideia com esses episódios é trazer os grandes temas que são discutidos no SENAC, nos cursos da AESAS/SENAC, nas Universidades, da ABNT, em outros fóruns de discussão para o “grande público”, especialmente para quem trabalha no GAC no dia a dia e que participa pouco dessas discussões.

Essa série será sobre o GAC em áreas com hidrocarbonetos, ou GAC em Postos de Combustíveis. Lembrando do início dos nossos canais, naquele momento, eu, ingenuamente, achava que tudo o que já deveria ter sido dito sobre postos já tinha sido dito e ninguém mais queria saber disso. Agora, três anos depois, aprendi que esse tema é muito importante, pensando no GAC brasileiro como um todo. Aprendi isso não só com os nossos canais, mas com as aulas do SENAC, nos cursos da AESAS e, especialmente, nos cursos que estamos ministrando para os órgãos ambientais do Brasil. Consegui perceber que foram feitos muitos trabalhos em postos, e isso praticamente construiu o mercado do GAC, só que boa parte desses trabalhos em postos não foi feito da melhor forma, ou seja, ao olhar de hoje, não estão corretos tecnicamente.

Percebi também que alguns conceitos que, dentro do SENAC, a gente considerava totalmente sedimentados no mercado, como: fonte x pluma, LNAPL trapeado, fase residual, saturação, molhabilidade, transmissividade, e outros, não estão totalmente incorporados no nosso repertório como profissionais do GAC. Ou, se estão incorporados, isso não tem mudado a conduta nem as tomadas de decisão dos profissionais que atuam em postos. Aprendi também que ainda há um imenso mundo não explorado de investigações e remediações em postos por todo o Brasil que os órgãos ambientais, a sociedade e os profissionais estão descobrindo agora, além de muitas mudanças de uso de áreas que eram postos e estão virando residências, portanto, exigem um olhar mais dedicado, mais minucioso.

Nessa série, pretendemos juntar os conceitos técnicos, científicos, acadêmicos, mais recentes, como recuperabilidade do LNAPL, NSZD, intrusão de vapores de combustíveis, frações de TPH, variabilidade da eficácia da remoção do LNAPL de acordo com ciclos hidrológicos, investigação com uso de luz UV, e muitas outras coisas ainda não estão sendo usados em larga escala no mercado de hidrocarbonetos com a prática do dia a dia do GAC brasileiro.

Dentro disso, recebemos muitas mensagens de profissionais do GAC no Brasil todo solicitando capacitação em investigação e remediação porque os órgãos ambientais estão cada vez mais exigentes tecnicamente, e isso tem exigido muito das consultorias. Ao mesmo tempo, sabemos que os novos profissionais do GAC “entram jogando”, por conta das exigências do trabalho, e acabam carentes de fundamentação teórica para saberem porque estão fazendo as atividades.  Então, essa série pretende ajudar os profissionais a ter essa capacitação de modo gratuito, ao mesmo tempo, pretende reciclar os conhecimentos de quem já está no mercado há um tempo.

Nesse primeiro episódio da Série, falamos sobre como tudo começou: o Programa UST nos EUA, a interface da EPA e da GTZ com a Cetesb, os grandes acidentes com postos em SP, a Câmara Ambiental do Petróleo, iniciada em 1996, a Conama 273/2000, a SMA-05/2001, que criou os procedimentos de licenciamento e de investigação de postos de combustíveis, e que criou as primeiras listas de convocação dos postos pela Cetesb, o que levou as áreas contaminadas a serem identificadas e, 3 anos depois, termos 1336 áreas contaminadas conhecidas em SP. Falamos um pouco aqui sobre essa história e origem do GAC para hidrocarbonetos. Espero que gostem e que ajudem vocês no dia a dia.

Espero que vocês gostem

Episódio no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=LH50UJgBHJo

Episódio no Spotify: https://open.spotify.com/episode/4l6q3WQk0oysOpXu0Rv4yy?si=VfCzCp2oR5ehZW_wZ5HXig

 

Nessa próxima semana, irá ao ar o episódio #162 do Podcast Áreas Contaminadas. Nele, mostrarei uma conversa muito legal que tive com Fernanda Nani, atualmente Gerente Técnica do Laboratório CEIMIC. Falamos da carreira dela, mudanças de cidades, de ritmos de vida, da Química no GAC, e ela nos brindou com uma aula muito legal sobre as análises químicas de água solo, tirou várias dúvidas minhas sobre preservação e análise de amostras de solo para VOCs e falou bastante sobre análises de TPH e, o grande tema do momento, as frações do TPH e a planilha de avaliação de risco da Cetesb. Com certeza vocês vão gostar.

 

O Nosso Podcast Áreas Contaminadas tem o patrocínio Master da Clean Environment Brasil (www.clean.com.br ), e o Patrocínio Ouro do Laboratório Econsulting (http://econsulting.com.br/) e da Vapor Solutions (www.vaporsolutions.com.br)

 

Essa semana recebi várias mensagens muito legais falando do nosso Episódio #161, em que falamos sobre livros. Foi muito legal receber as mensagens porque recebemos algumas indicações, alguns pedidos, e muitos, muitos, muitos comentários nos parabenizando e estimulando a fazermos mais episódios sobre temas que tangenciam o GAC e que falam sobre parte do dia a dia das pessoas, afinal, o GAC ainda é feito por pessoas!!!! Agradeço os comentários e as mensagens e respondo dizendo que continuaremos intercalando episódios técnicos com entrevistas e pitadas desses episódios um pouco “fora da caixa”, mas que falam para pessoas, para os trabalhadores e trabalhadoras que fazem parte da nossa comum-unidade.

 

Vamos agora às notícias da semana:

 

Recebi essa semana algumas contribuições muito legais de: Manoel Riyis Gomes, Lucas Venciguerra, Fabiano Rodrigues, Adilson Ramos de Oliveira. Obrigado, pessoal!!! Fico orgulhoso de ter tanta gente boa contribuindo com nosso “espalhamento” aqui!!!  Quem identificar erros ou falhas, ou quem tiver dicas, críticas, sugestões para dar, por favor, me mande, para rechearmos esse espaço com as ideias de vocês.

 

- Recebi, nessa última semana, algumas vagas de emprego para divulgar: ERM (Associate Level), Waterloo (Analista Júnior e Analista Pleno), WSP, Water Services and Technologies (Analista de Gerenciamento de Dados Ambientais), Arcadis (coordenador – Rio de Janeiro), ERM (Entry Level), Arcadis (Analista de Inovação Digital Júnior), Geointegra (Supervisor de Projetos – Investigação e Coordenador de Projetos – Remediação). Soube também de várias outras vagas não anunciadas em muitas outras consultorias, se você é um profissional da área, recomendo que entre no site da AESAS e entre em contato diretamente com as empresas associadas (www.aesas.com.br). As vagas que recebo ou vejo, compartilho imediatamente no nosso Canal do Telegram (https://t.me/areascontaminadas)

 

- Lucas Venciguerra nos dá uma bela dica: um curso sobre classificação de sondagens. Não é somente de descrição de amostras de solo, mas também de testemunhos de sondagem, ou amostras de rocha. Muito interessante para quem trabalha com GAC e faz essa etapa crucial do modelo conceitual, a correta interpretação dos dados de sondagem, de dados de campo. O curso será ministrado por Ivan José Delatim, um dos grandes nomes nesse tema, autor de vários guias, procedimentos e manuais de descrição de sondagens. https://www.abge.org.br/classificacao-de-sondagens-agosto

 

- Em breve, o SERDP/ESTCP irá promover 3 webinars gratuito muito interessantes. Em geral, cada Webinar tem 2 apresentações de mais ou menos meia hora, seguida por sessão de perguntas do público. Recomendo demais, são eventos de altíssima qualidade sobre temas quentes do GAC dos EUA, que ainda não estão no nosso dia a dia, mas estarão em breve.

O primeiro será dia 24/08, com o tema: Developing and Demonstrating PFAS Passive Samplers, com Lee Blaney e Paul Edmiston, ambos pesquisadores ligados a várias instituições, entre elas o SERDP. Será um webinar, mais denso, ligado à química e ao desenvolvimento de materiais que possam ser membranas adsorventes de PFAS. Especificamente, os apresentadores discutirão o desenvolvimento e desempenho do protótipo de membranas de troca aniônica como amostradores passivos para PFAS, bem como o desenvolvimento do amostrador passivo Sentinel e seu uso para monitoramento de águas subterrâneas, superficiais e pluviais. Como breve definição, os amostradores passivos são normalmente implantados em água ou sedimentos, onde acumulam contaminantes durante um período de dias ou semanas. Após esse período, os amostradores são recuperados para extração e análise dos níveis de contaminantes. Em seguida, o equilíbrio conhecido ou as relações cinéticas são empregadas para calcular a média do tempo ou as concentrações integradas do contaminante na fase dissolvida. Esta apresentação abordará os fundamentos da amostragem passiva e resumirá os resultados do trabalho apoiado pelo SERDP no desenvolvimento de um amostrador passivo específico para PFAS, o Sentinel. Será apresentada a eficácia das medições de amostradores passivos validadas por meio de estudos de laboratório e ensaios de campo em poços de monitoramento de águas subterrâneas e sistemas de águas superficiais. Inscrições e informações: https://serdp-estcp.org/webinars/details/6afc34dc-6ed4-45ce-ab64-9d294b70cdf5/developing-and-demonstrating-pfas-passive-samplers

O segundo será dia 07/09 (aproveitando o feriado), com o tema: PFAS Monitoring Approaches at PFAS-Impacted Sites, com Craig Divine, da Arcadis/US e Andrew Jackson, da Texas Tech University. Um webinar mais “geral”, mais gerencial, básico sobre o GAC em áreas com PFAS. Para aqueles que estão acreditando, como alguns amigos, que os PFAS serão “o novo TO-15” aqui no Brasil, sugiro assistir a esse Webinar. https://serdp-estcp.org/webinars/details/ae398ac3-8ddf-47a4-a050-d58c156f5b7d/pfas-monitoring-approaches-at-pfas-impacted-sites

O terceiro promete ser muito legal e já diretamente aplicável aqui no Brasil. Será dia 21/09 com o tema Transitioning from Active Remedies to Monitored Natural Attenuation, apresentado por Paul Tratnyek, da Oregon Health and Science University e o famoso David Adamson, da GSI, autor e empresa sempre citados por Diego Silva nas aulas e conversas que temos. Muitas áreas contaminadas poderiam realizar a transição de remediação ativa para técnicas de “remediação passiva” (APTs). Espera-se que tais transições resultem em grandes mudanças nas condições químicas e biológicas in situ que controlam o destino do contaminante. Isso é especialmente verdadeiro para a atenuação natural abiótica (ANA), que requer minerais intermediários reativos. O principal objetivo deste projeto SERDP é explorar a hipótese de que os RMIs (minerais intermediários reativos) são as fases mais responsáveis pela atenuação natural abiótica e desenvolvendo uma estrutura quantitativa para incorporar RMIs, como Ferro, Manganês e Enxofre em modelos conceituais de sites. O objetivo deste projeto é fornecer ferramentas quantitativas para ajudar os stakeholders, os gerentes de projeto, a responder perguntas técnicas específicas que são importantes durante uma avaliação de transição. Promete ser muito legal. https://serdp-estcp.org/webinars/details/0fab4f01-d010-42cb-9a3a-1ed8bde31f5f/transitioning-from-active-remedies-to-monitored-natural-attenuation

 

- A EPA divulga um novo documento, chamado In Situ Thermal Remediation (Davis, E. In Situ Thermal Remediation. U.S. Environmental Protection Agency, Washington, DC, EPA/600/R-23/062, 2023). É um documento importantíssimo para balizar os projetos de remediação por processos térmicos. Até recentemente, cada empresa tinhas seus próprios protocolos, e aqui no Brasil, temos, basicamente 3 empresas que atuam com essa tecnologia em parceria/associação com empresas internacionais, e cada uma com seus próprios procedimentos. Agora, com esse documento da EPA, talvez haja uma uniformidade, não de tecnologias, mas de princípios, parâmetros de projeto, avaliação de eficiência e eficácia. De acordo com a EPA, o objetivo do documento é descrever tecnologias de remediação térmica in situ comumente usadas e como elas são implantadas para remediar áreas contaminadas por VOC e SVOC. Os efeitos da temperatura nas propriedades físicas de contaminantes orgânicos comuns que resultam na eficácia dessas tecnologias para a recuperação ou destruição de contaminantes também são brevemente descritos. Um estudo de caso é fornecido para cada uma das tecnologias térmicas discutidas. https://cfpub.epa.gov/si/si_public_record_report.cfm?Lab=CESER&dirEntryId=358095

 

- Foi publicado recentemente um documento do NAVFAC chamado High-Volume Sampling for Vapor Intrusion Assessments, que propõe a coleta de grandes volumes de amostra para que a avaliação da intrusão de vapores seja mais representativa. A amostragem de alto volume (HVS) é um método inovador para caracterizar a natureza e a extensão da distribuição de VOCs sob grandes edifícios em menos tempo, com menos risco de perda de fontes de vapor e a um custo menor do que os métodos convencionais. As amostras convencionais de subslab têm 1 L ou menos, o que representa uma região muito pequena do subslab, por isso não fornece dados realmente representativos. Alguns documentos de orientação regulatória especificam uma amostra convencional para cada 2.500 pés quadrados ou menos de área útil; portanto, grandes edifícios podem precisar de numerosas amostras convencionais para minimizar o risco de perder uma fonte de VOC. Em contraste, os testes HVS consistem de extrair de 10.000 a 100.000 L de ar do subslab por ponto de amostragem, o que fornece dados sobre grandes áreas e reduz o número de pontos. Se for necessária mitigação, o HVS fornece dados quantitativos para o projeto e otimização de um sistema de vapor sistema de mitigação de intrusão (VIMS) sem conduzir um segundo evento de monitoramento. Os dados também podem ser usados para avaliar o quão suscetível o edifício é para a intrusão de vapor. https://exwc.navfac.navy.mil/Portals/88/Documents/EXWC/Restoration/er_pdfs/h/NAVFAC%20HVS_FactSheet_Final_6_27_23.pdf

 

- Novo artigo publicado na Applied NAPL Science Review Volume 11, Issue 3, de Agosto/2023. O artigo é o “Use of Dissolved-Phase Plume Stability to Evaluate LNAPL Body Stability with GWSDAT”, de Lisa Reyenga. É bem interessante porque parte da premissa que temos falado há um bom tempo aqui, nos podcasts, nos cursos, etc: que a massa de LNAPL está, em sua maior parte, imobilizada, sendo uma parte expressiva na zona saturada. Uma vez compreendido isso, se passa para a 2ª etapa: nem todo LNAPL é recuperável, então, é necessário gerenciar uma área com LNAPL de uma forma diferente, basicamente usando a ciência, por incrível que pareça. Ou seja, deve-se empilhar linhas de evidência, mostrando: qual a massa de LNAPL total; qual a massa de LNAPL extraível; recuperar essa massa; avaliar os riscos decorrentes da massa remanescente, particularmente a partição para fase dissolvida e para a fase vapor; avaliar, quantificar e monitorar a atenuação natural dessa massa remanescente; avaliar e monitorar a mudança na composição do LNAPL. Partindo dessa premissa, o artigo fala o seguinte: a estabilidade do corpo de LNAPL é um pré-requisito para uma abordagem baseada em risco para o gerenciamento de áreas contaminadas por LNAPL. A estabilidade da fase dissolvida é uma linha de evidência fundamental para a estabilidade do corpo de LNAPL e pode ser avaliada com eficiência usando a ferramenta gratuita de análise de dados espaço-temporais de águas subterrâneas (GWSDAT), basicamente um modelo matemático proposto pela autora. A avaliação da estabilidade da pluma de fase dissolvida está incluída nos requisitos mínimos para conduzir uma avaliação de estabilidade de corpo de LNAPL, porque uma pluma de fase dissolvida estável ou em retração indica um corpo de LNAPL estável ou em retração. No entanto, uma pluma de fase dissolvida em expansão pode ser causada por um corpo de LNAPL se retraindo, estável ou em expansão e não fornece uma linha de evidência definitiva na avaliação da estabilidade do corpo LNAPL. A quantidade de tempo que leva para a pluma de fase dissolvida se estabilizar é afetada por outros fatores, como a solubilidade de compostos individuais, velocidade da água subterrânea e taxas de biodegradação. Portanto, pode ser necessário um tempo adicional para que as plumas de fase dissolvida se estabilizem após a estabilização do corpo LNAPL. http://naplansr.com/applied-napl-science-reviewuse-of-dissolved-phase-plume-stability-to-evaluate-lnapl-body-stability-with-gwsdat/

 

- Na Sessão PFAS, um interessante texto, publicado essa semana como editorial da Science por Martin Scheringer. Ele fala sobre as novas legislações no EUA e União Europeia sobre os PFAS, descrevendo a problemática desses “forever chemicals”. Ele ressalta a quase “onipresença” dessas substâncias na indústria e a recalcitrância delas no ambiente, inclusive no corpo humano, e diz que, com isso, o entendimento que tínhamos até então sobre a segurança das substâncias químicas mudou. Recentemente, por exemplo, foi relatado que 45% da água da torneira nos Estados Unidos contém pelo menos um tipo de PFAS. Ele defende uma regulamentação mais rígida sobre os Forever Chemicals, dizendo o seguinte: a avaliação de produtos químicos é centrada em toxicidade e perigos físicos, como inflamabilidade. Os produtos químicos que são cancerígenos, mutagênicos ou teratogênicos (os chamados produtos químicos CMR), bem como os neurotóxicos, destacam-se como substâncias particularmente perigosas que devem ser evitadas por todos os meios. Os produtos químicos de toxicidade intermediária (incluindo muitos PFAS), por outro lado, não foram vistos como uma grande preocupação. No entanto, essa visão acaba sendo enganosa e perigosa se tais substâncias forem muito persistentes, como é o caso do PFAS. Pode parecer que os produtos químicos persistentes são inertes, no entanto, eles ainda têm muitas maneiras de interferir na fisiologia de um organismo e causar efeitos adversos. Em outras palavras, a persistência atua como um multiplicador da toxicidade. Scheringer conclui dizendo que a inovação em busca de alternativas livres de PFAS deve ser um apelo aos químicos, cientistas de materiais, designers de produtos e engenheiros de processo, e também aos usuários de produtos químicos. As alternativas são tecnicamente viáveis em uma ampla gama de casos e oferecem um caminho para uma química mais sustentável e um mundo mais seguro. https://www.science.org/doi/10.1126/science.adj7475

 

- Dica de Lucas Venciguerra, Claudio Galante mostra um vídeo no LinkedIn de um vazamento controlado de gás cloro. Galante chama a atenção para a cor, densidade e caminho de propagação do gás, e a importância de conhecer essas características em respostas a emergências químicas. Olhando assim de longe, é bonito, mas há um risco agudo severo em um vazamento como esse.  https://www.linkedin.com/posts/claudio-galante_gases-vazamento-vazamentodegas-activity-7092130475804155905-dNyc?utm_source=share&utm_medium=member_android

 

- Mais uma notícia absurda sobre o clima: A América do Sul viveu essa semana um dos eventos climáticos mais extremos que o mundo já viu, com as temperaturas chegando a 38,9°C nos Andes no meio do inverno!!!!! Sim, no meio do inverno dos Andes, quase 40º C. https://twitter.com/ClimaInfoNews/status/1686715972588351488?t

 

- Dica muito interessante de Fabiano Rodrigues: assembleia organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), com a presença de três Ministros, trouxe diversas reclamações sobre efeitos decorrentes da contaminação das águas que tiveram como origem a tragédia de Mariana-MG. De acordo com uma representante do MAB, a ausência do poder público nos territórios é assustadoramente real. “Não há políticas públicas no atendimento à saúde, não há amparo na área da saúde mental, não há transparência de informações a respeito da qualidade da água, que o povo sabe que está contaminada e a Renova insiste em uma falsa normalidade”. Os atingidos reclamam de aumento nos problemas de saúde, incluindo câncer.  https://www.brasildefatomg.com.br/2023/07/20/agua-contaminada-adoecimento-e-ausencia-do-poder-publico

 

- Já falamos aqui, na verdade, falamos todos os anos, sobre o “Dia da Sobrecarga”, que esse ano foi em 02/08. Esse é o dia em que todos os recursos naturais fornecidos pelo planeta em um ano foram consumidos. Portanto, desse dia em diante, estaremos consumindo “as reservas” do planeta. Sempre gosto de ressaltar que não fomos exatamente “nós” que consumimos esses recursos naturais, de maneira equitativa, mas, obviamente, há muita desigualdade no consumo desses recursos. No entanto, as consequências desse consumo não são proporcionais, quem consumiu mais não sofre mais com as consequências, muito ao contrário, curiosamente (e tristemente) quem contribuiu menos para essa sobrecarga do planeta sofre desproporcionalmente muito mais os efeitos da crise civilizacional. É uma data importante para refletirmos sobre as nossas ações, não só ações de consumo de recursos e produção de resíduos, mas nossas ações para mudarmos esse padrão de desigualdade. Quem sabe conseguiremos algum dia superar o Capitaloceno . https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2023/08/02/dia-da-sobrecarga-da-terra-humaninade-esgotou-todos-os-recursos-do-planeta.htm

 

- Notícia muito interessante: pesquisadores da UFRJ estudaram quanto carbono pode ser sequestrado por manguezais. O estudo piloto foi feito em manguezais do estado do RJ e concluiu que as áreas analisadas evitam ao todo a liberação de 25 milhões de toneladas de carbono para a atmosfera. De acordo com o estudo, em valor monetário, esse volume equivaleria a cerca de R$ 500 milhões. Pesquisa anterior apontou que manguezais capturam 57% mais carbono que outras florestas. De acordo com nota da Unesco, mais de três quartos dos manguezais do planeta estão em perigo. Eles estariam desaparecendo mais rápido do que as florestas globais em geral, o que gera impactos não apenas ecológicos, mas também socioeconômicos tendo em vista que são fonte de alimento e de renda para comunidades costeiras em todo o mundo. Segundo a Unesco, a cobertura de mangue no planeta caiu pela metade nos últimos 40 anos. https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2023/07/27/como-manguezal-pode-combater-poluicao-entenda-a-relacao.htm

 

Amigas e amigos, muito obrigado pela leitura. Acessem também nosso Canal do Youtube (https://youtube.com/c/ecdtraining ), Canal do Telegram, ficado em vagas de emprego (https://t.me/areascontaminadas ) Página no Facebook (https://www.facebook.com/ecdambiental ) e Perfil no Instagram (@ecdambiental). Mais uma vez peço que acessem o https://apoia.se/ecdambiental para vocês conhecerem melhor a nossa campanha e, se quiserem e puderem, contribuírem conosco

 

Por hoje é isso. Aguardo os comentários, sugestões e críticas. Se tiverem dúvida, estou à disposição.

 

Se alguém não quiser mais receber as minhas mensagens, é só responder esse e-mail com o texto REMOVER

 

 

 

Marcos Tanaka Riyis

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