Newsletter ECD #178

Essa é a Newsletter #178, enviada em 03/12/2023. Pois é, o ano quase acabou!!!!

 

A nossa Newsletter, junto com o nosso Podcast Áreas Contaminadas, cumpre um papel de dar poder pelo conhecimento, trazendo informações, conteúdos, textos, temas, dicas e notícias sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), e também notícias sobre meio ambiente, saúde, filmes, livros, músicas e teorias para adiar o fim da humanidade, sempre com comentários com o objetivo central de construir um mundo melhor para todas e todos.

Se alguém quiser compartilhar a nossa Newsletter, pode mandar o link para preenchimento do formulário de inscrição, que é esse: https://forms.gle/wJoFfUzv9vSkw19g7 .

Algumas das Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br).

E também, graças ao nosso amigo José Gustavo Macedo, nossa Newsletter está sendo publicada também no site do Sigesp – Sindicato dos Geólogos do Estado de São Paulo, o que é motivo de muita honra para nós!!!! Vejam lá a Newsletter #175 e algumas anteriores

https://sigesp.org.br/noticias/newsletter-ecd-175

Essa semana tivemos a honra de receber mais 1 nova inscrição aqui na Newsletter da ECD. Somos atualmente em 768!!!! Seja bem-vinda, Taís!!!!

 

Gostaria de relembrar que temos uma campanha no “Apoia.Se”, que é muito importante pra gente, pois ela nos ajuda a manter gratuitos os nossos canais de divulgação científica nessa Newsletter e no Podcast Áreas Contaminadas. A campanha, para quem quiser e puder contribuir voluntariamente conosco está no site http://apoia.se/ecdambiental

É simples e rápido, você faz um login na plataforma e escolhe como fazer esse pagamento, com boleto, cartão, etc. Mensalmente o Apoia.se faz essa cobrança; se for por boleto, a plataforma te envia os boletos mensalmente.

 

Aproveitando, agradeço aos apoiadores e às apoiadoras atuais, principais responsáveis pela manutenção dos nossos canais de divulgação gratuitos. Sem a ajuda deles, dificilmente seria possível dedicar todo esse tempo à pesquisa, produção e o desenvolvimento do material gratuito do podcast e dessa Newsletter. Muito obrigado a vocês!!!

 

Ábila de Moraes, Alison Dourado, Allan Umberto, André Souza, Atila Pessoa, Barbara Grossi, Beatriz Lukasak, Beatriz Ramos, Bruna Fiscuk, Bruno Balthazar, Bruno Bezerra, Cristina Maluf, Daiane Teixeira, Daniel Salomão, Danilo Tonelo, Diego Silva, Fabiano Rodrigues, Fernanda Nani, Filipe Ferreira, Geotecnysan, Gilberto Vilas Boas, Guilherme Corino, Heitor Gardenal, Heraldo Giacheti, Hermano Fernandes, Igeologico, Jefferson Tavares, João Paulo Dantas, João Lemes, Jonathan Tavares, José Gustavo Macedo, Joyce Cruz, Larissa Macedo, Leandro Freitas, Leandro Oliveira, Lilian Puerta, Luana Fernandes, Luciana Vaz, Luiz Ferreira, Marcos Akira Ueda, Marina Melo, Nádia Hoffman, Paulo Negrão, Pedro Astolfi, Rafael Godoy, Rafael Sousa, Renato Kumamoto, Rodrigo Alves, Rodrigo Gaudie-Ley, Silvio Almeida, Sueli Almeida, Tamara Quinteiro, Tatiana Sitolini, Tatianne Grilleni, Tiago Soares, Vania de Oliveira, Wagner Rodrigo, Willem Takiya, e mais 7 apoiadores anônimos.

 

Nessa semana que passou, foi ao ar o Episódio #172 do Podcast Áreas Contaminadas, em que converso com o Guilherme Corino, graduado pela Unicamp, um dos poucos do GAC a um dia ter sido registrado como Geólogo, atualmente procurando recolocação. Curiosamente, durante o episódio ele falou da sua empresa naquele momento, a Cetrel, onde atuava como Consultor Sênior (ex-Geólogo Sênior), mas infelizmente acabou perdendo esse emprego em uma aparente crise momentânea que estamos atravessando no GAC. Ele nos conta sua interessante e engraçada história de ingresso na graduação em Geologia da USP, suas dúvidas iniciais no curso, mas que se transformaram em paixão pela Geologia e mais que isso, pela ciência e pelo trabalho no GAC, que ele entrou também por acaso e que acabou por abraçar com muita paixão.

Além da sua história, ele falou bastante sobre investigação, sobre inovação, amostradores passivos de água, simplicidade nas soluções, trabalho de campo, analistização, desafios técnicos que nos movem, um deles o estudo de meios fraturados, a falta de recursos financeiros dos projetos, que são encarados como custos pelos Responsáveis Legais, e especialmente sobre a (falta de) atenção com os iniciantes do GAC. Muitas vezes essas pessoas recebem grandes cobranças, mas raramente são adequadamente treinadas, orientadas, experimentadas. Como todos nós sabemos, não saímos da faculdade, nem mesmo da Pós-Graduação, preparados para o dia a dia do GAC, é preciso capacitação, treinamento e aprendizagem constante, teórica e prática. Desde relacionar-se com pessoas até a solubilidade do TCE, é bastante complexo. Guilherme usa uma frase para seus liderados que é bem interessante: “você não ganha o suficiente para tomar essa decisão”, não com arrogância, muito ao contrário, mas como uma forma de apoiar esse liderado. Aliás, apoiar os liderados é uma característica marcante dele, junto com a paixão pela Geologia e pelo São Paulo (sim, ninguém é perfeito). Ouçam essa história fantástica!!!!

 

Episódio no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=Eszo2DrhrKY

Episódio no Spotify: https://open.spotify.com/episode/3gSUmlq9LcIZ076GHQAK3L?si=XAb7JRj4Rf60fljhHT7TZg

 

Na próxima semana, voltaremos à Série Especial GAC para Hidrocarbonetos, com o 5º episódio dessa série, desta vez falando de investigação do LNAPL.

Essa série é de episódios mais curtos, técnicos, direto ao ponto, onde em faço uma explanação com comentários sobre um tema específico. Pensamos que esse tipo de episódio mais curto e “direto ao ponto” é importante para ajudar as pessoas, falando de temas que discutimos no SENAC, na ABNT, nas reuniões da AESAS, outros fóruns, universidades, etc, mas nem todo mundo têm acesso fácil, então, a ideia é intercalar as entrevistas, com esses episódios técnicos mais curtos.

Especificamente sobre a Série Especial, ela tem o objetivo principal de falar sobre o Gerenciamento de Áreas Contaminadas em áreas com hidrocarbonetos de petróleo. Achamos aqui nos estúdios ECD que chegou a hora da gente consolidar melhor essas ideias e deixar tudo em um só lugar, nessa série de episódios falando do gerenciamento de áreas com Hidrocarbonetos.

Um objetivo mais específico para a criação dessa série foi quando percebi que muito trabalho já foi feito nos postos de combustíveis, mas boa parte não foi feito da melhor forma, ao olhar de hoje, mesmo com muitos casos encerrados. Percebi também que conceitos que parecem “básicos” como: fonte, pluma, LNAPL trapeado, fase residual, saturação, molhabilidade, não estão totalmente incorporados no repertório dos profissionais do GAC que, no fim, acabam fazendo a “receita de bolo” anticientífica: instalar poções, ver se junta fase livre nesses poções, se juntar, precisa colocar um MPE, se não precisar, é monitorar fase dissolvida, restringir o consumo de água e tchau, sem realmente avaliar o problema, muito menos os reais riscos.

No primeiro episódio da Série, falei sobre a história da preocupação com a contaminação decorrente de vazamentos de hidrocarbonetos no solo. Falei sobre o programa UST dos EUA que baseou os procedimentos iniciais de reformas em postos de combustíveis e de investigação dos passivos ambientais que, no Brasil, iniciou na Câmara Ambiental do Petróleo em 1996 que culminou com a Resolução Conama 273 do ano 2000 e consequente resolução SMA 005, de 2001, que efetivamente regulamentou o licenciamento ambiental de postos de combustíveis no estado de SP, que, como sabemos, foi o Big Bang para o GAC.

No segundo episódio, falei como o hidrocarboneto efetivamente contamina o meio, solo e água subterrânea. Quais são os processos que ocorrem, tentando olhar mais para o nível micro, para os poros do solo, para ajudar todo mundo a entender porque devemos mudar o entendimento, as abordagens, e até as metodologias de gerenciamento, investigação e remediação de áreas com hidrocarbonetos.

No terceiro episódio, com a participação especial de Felipe Nareta, começamos a falar sobre o processo de investigação de áreas contaminadas pelo início, ou seja, uma Avaliação Preliminar. Felipe nos indicou quais são as fontes potenciais e suspeitas mais prováveis em um posto de combustíveis.

No quarto episódio, falei sobre os principais métodos de screening em postos, para complementar a busca pelas fontes primárias e secundárias. Falei do porquê não devemos usar o Soil Gas Survey (antiga malha de VOC) e das principais alternativas que temos no mercado para essa função tão relevante na investigação.

Agora no 5º episódio da série, falarei quais são as alternativas para investigar o LNAPL, que é o produto vazado, e que é também a fonte secundária desse tipo de contaminação. O “jeitão convencional” é instalar poções não-afogados com seção filtrante longa e ver se acumula “fase livre” dentro. Isso é adequado? É suficiente? Vamos discutir essas questões no episódio, não percam!!!!!

 

O Nosso Podcast Áreas Contaminadas tem o patrocínio Master da Clean Environment Brasil (www.clean.com.br ), e o Patrocínio Ouro do Laboratório Econsulting (http://econsulting.com.br/) e da Vapor Solutions (www.vaporsolutions.com.br)

 

Na semana que passou, tive a honra de ser o moderador do XXI Painel de Debates sobre GAC do SENAC, que desde 2017 vem sendo organizado em conjunto com a AESAS. Semana que vem vou fazer um comentário mais completo, mas, para iniciar a conversa, devo dizer que foi um evento muito rico, com apresentações excelentes dos meus amigos Thiago Gomes, Rafael Sato e Calvin Iost, e perguntas bem interessantes do público. Além do papel da tecnologia no GAC, eles falaram bastante sobre o porquê de tecnologias avançadas já existentes não estarem sendo implementadas no GAC. Qual a opinião de vocês? Falta dinheiro? Somente isso? Por que não falta dinheiro em outras atividades? A inovação, a tecnologia, deve ser movida pelo lucro? Quem quiser, me mande um comentário a respeito.

 

Vocês que estão lendo essa Newsletter certamente já têm conhecimento da tragédia que se abate sobre Maceió. São muitas notícias que apareceram, muitas notícias me foram enviadas por muita gente e vou fazer um breve resumo com comentários aqui:

Até a noite de ontem (02/12), o solo havia cedido 1,61 metros na região afetada pela mineração de sal-gema da Braskem em Maceió. A área mais afetada fica próximo da chamada mina 18, que, há algum tempo, está sob risco severo de colapso. De acordo com a Defesa Civil da cidade, a situação é de alerta máximo. Há muita atividade sísmica na região, retroalimentando o problema. Abelardo Nobre, Coordenador da Defesa Civil de Maceió, diz que a mina, situada a 1000 metros de profundidade (!!!!) tinha uma cavidade de 500 mil metros cúbicos (!!!!). “Ela tinha essa cavidade antes, mas ela foi “migrando” para a superfície e se autopreenchendo. Ela hoje deve ser bem menor, mas não temos como dizer quais largura, altura e profundidade dela nesse momento”. 60% da mina está sob a lagoa Mundaú, aparentemente o colapso da mina faz com que a água da lagoa infiltre no solo. Há relatos de vazamento de salmoura da mina para a lagoa. O geólogo Antônio Jorge Garcia, do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra, também disse que o colapso não deve causar problemas de ondas (surgiu uma fake News dizendo isso) ou de danos extras a prédios, além dos já previstos. Ele declarou que “Vai abaixar e vai ficar um buraco. Como está próximo de um corpo d'água, se for escorregar alguma coisa, será para dentro dele [da lagoa Mundaú]. As medidas que estão sendo tomadas, como proibir navegação, são as medidas corretas”.

Um geólogo amigo, um dos maiores especialistas em Geologia de Engenharia do Brasil, disse que, do ponto de vista geológico-geotécnico, não é possível imaginar colapsos de teto de cavernas com reflexos em superfície a partir de vazios subterrâneos causados pela mineração a uma profundidade de 1.000 metros. A hipótese mais provável é a ocorrência de desarranjos geotécnicos nos horizontes superiores de solo decorrentes da “bagunça” que a mineração da Braskem provocou e tem provocado nos aquíferos existentes ao longo de todo o pacote geológico (são 1000 metros de profundidade, pessoal!!!!). A Braskem utilizava água extraída dos aquíferos acima da camada de sal para injetar nas cavidades e depois bombear a salmoura para a superfície. Sempre é bom lembrar que o SGB/CPRM chamaram a atenção para a possibilidade de migração dos vazios para níveis superiores. Mesmo que esteja havendo essa migração não devem ter subido centenas de metros e se aproximado da superfície do terreno. De qualquer forma, a continuidade das investigações deve focar essa questão. Se for desta forma, não haverá um colapso tão grande, mas, por outro lado, há consequências ainda por vir.

Mas quais as causas de todo o problema? A hipótese mais aceita no momento diz que o sistema usado pela Braskem para explorar a mina é feito por um poço de injeção, que injeta água para a camada de sal, gerando assim a salmoura. A solução então vai ser retirada dessas minas para a superfície. Depois, elas são preenchidas com material líquido para dar estabilidade no solo. Entretanto, parte dessas minas teve vazamento do líquido ao longo desses mais de 40 anos de exploração, o que causou instabilidade no solo, gerando buracos como essa cavidade da mina 18. Em Maceió, esse processo durou de 1979 a 2019. Ao todo são 35 minas na área urbana, que estão sendo preenchidas novamente. Esse processo levou ao afundamento de solo em cinco bairros e ao deslocamento de quase 60 mil pessoas, no que está sendo chamado de maior desastre ambiental causado pelo ser humano em uma área urbana (!!!!).

A Braskem trabalha com dois cenários possíveis para resolver o problema, segundo nota divulgada. A empresa prevê uma "acomodação gradual até a estabilização" ou uma "possível acomodação abrupta" — ou seja, um colapso. A empresa diz que atua com equipamento de ponta para monitoramento em tempo real e compartilha esses dados com a Defesa Civil. (Nota da empresa em: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2023/12/01/braskem-acomodacao-gradual-ou-abrupta-colapso-mina-maceio.htm )

Recomendo fortemente que assistam ao vídeo da entrevista de Alexandre Sampaio, representante da Associação das vítimas da Braskem de Maceió, porque é muito difícil resumir o emaranhado de corrupção, cooptação e ameaças por trás de tudo, de acordo com ele. Isso seria gravíssimo e ainda pior do que parece. https://www.youtube.com/watch?v=o3rqk79WpnY

Um breve pitaco sobre a situação: como falamos há algumas semanas, nos EUA há uma “cultura do processo”, que pode ser prejudicial à sociedade. No Brasil, há a premissa oposta que “não se deve enriquecer em um processo”, o que, na prática, leva a uma impunidade em casos grandiosos como esse, como o da Samarco em Mariana, o da Vale em Brumadinho, de Santo Amaro da Purificação, de Adrianópolis, Cubatão, e muitos outros. As grandes indústrias “calculam” o risco e, como há essa premissa no Brasil, o cálculo do risco pende fortemente para elas correrem o risco, pois “vale a pena” financeiramente. Não é maldade pura e simples dessas empresas, é uma situação inerente ao modo de produção e ao nosso sistema econômico, pautado na busca pelo lucro como razão de existência da empresa. Olhando mais de perto, podemos ter um exemplo claro de “inviabilidade técnica” de reparação, remediação, recuperação, reabilitação dessa área. Da mesma forma, qual seria a reparação justa para as pessoas atingidas, para as famílias? Qual o valor de um rio, uma lagoa, um ecossistema, uma escola, uma família, dos laços com o território? Isso compensa para a sociedade?

Além do sistema econômico, que é muito difícil ser modificado, devemos discutir o modelo exploratório da mineração. Essa atividade gera impactos enormes e irreversíveis. A mineração sempre fala do desenvolvimento que traz para o planeta e para a região que ela ocorre, mas será verdade mesmo? Qual o desenvolvimento que a Braskem gerou para Maceió? Melhorou os índices sociais? O IDH? Alagoas possui um dos menores IDHs do Brasil. Obviamente não por causa da Braskem, mas vejam que o desenvolvimento alegado é muito pequeno para a população. Ele traz um aumento no PIB, com certeza, mas esse aumento é só sentido pelos donos, pelos acionistas, em resumo, pelo 1% que, em geral, vive muito longe dos territórios impactados. Mariana e Brumadinho também. A mineração trouxe desenvolvimento para o local? E em Barcarena? E Macaé? E Potosí? Enfim, é sempre o mesmo ciclo, há pelo menos 5 séculos: lucros enormes para os mais ricos, danos irreversíveis para as populações locais. Aumento na concentração de renda, queda no IDH, queda no índice de Gini. Não adianta maquiarmos o problema com sustentabilidade, ESG, desenvolvimento sustentável, muito menos com ações puramente individuais, se não centrarmos esforços em mudar a governança predatória da mineração (e, em prazo mais longo, mudar o sistema econômico). Não há solução fora disso.

Alguém há de pensar: mas você é ludista? Você quer voltar ao tempo pré-industrial, ou pré-mineral? Ou pré-agrícola? Não, eu quero o que todo mundo quer: uma vida boa e confortável para todas e todos. Para isso, a governança deve ser pública, deve ser da sociedade. Aceitaremos os impactos causados por determinada atividade? Os benefícios compensam os riscos? Os benefícios serão para todos? Os riscos serão compartilhados? Essa é a única saída possível, uma saída coletiva. Do contrário, afundaremos nos buracos, reais ou metafóricos.  

 

https://noticias.uol.com.br/colunas/carlos-madeiro/2023/11/30/mina-tem-previsao-de-colapso-as-6h-e-deve-gerar-tremor-e-cratera-em-maceio.htm

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2023/12/02/velocidade-de-afundamento-do-solo-em-maceio-desacelera-para-07-cmh.htm

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2023/12/02/maceio-colapso-mina-impacto-ambiental.htm

 

 

Vamos agora às notícias da semana:

 

Recebi essa semana algumas contribuições muito legais de: Manoel Riyis Gomes, Lucas Venciguerra, Fabiano Rodrigues, Felipe Nareta, André Martins, Enrique Gamero. Obrigado, pessoal!!! Fico orgulhoso de ter tanta gente boa contribuindo com nosso “espalhamento” aqui!!!  Quem identificar erros ou falhas, ou quem tiver dicas, críticas, sugestões para dar, por favor, me mande, para rechearmos esse espaço com as ideias de vocês.

 

- Recebi, nessa última semana, algumas vagas de emprego para divulgar: Geointegra (Técnico), Geoambiente (Estágio), BTX (Geólogo Pleno), Antea (Técnico), Geointegra (Coordenador de Projetos), Arcadis (Analista Pleno entre outras vagas). Soube também de outras vagas não anunciadas em muitas outras consultorias, se você é um profissional da área, recomendo que entre no site da AESAS e entre em contato diretamente com as empresas associadas (www.aesas.com.br). As vagas que recebo ou vejo, compartilho imediatamente no nosso Canal do Telegram (https://t.me/areascontaminadas)

 

- Uma dessas vagas me foi enviada diretamente, a de Coordenador de Projetos na Geointegra. O perfil básico é uma pessoa com experiência de 3-6 anos no GAC, para trabalhar em campo e no escritório, com boa capacidade de resolução de problemas. Graduação em Geologia, Engenharia Ambiental e áreas afins. A Geointegra fica na Granja Viana, em Cotia-SP. Quem tiver interesse, escreva para: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

- O Centro Universitário SENAC abriu as inscrições para o Processo Seletivo para a 11ª turma do curso de Pós-Graduação em Remediação de Áreas Contaminadas (RAC). O curso tem duração de 1 ano, com aulas aos sábados (parte presencial, parte online, mais ou menos metade cada) e um dia da semana (terça ou quinta, essas aulas sempre online). Sou suspeito para falar, mas é um curso muito bom, especialmente para quem já é do mercado, tem um certo conhecimento no GAC e quer se aperfeiçoar na etapa de Remediação. Também recomendado para profissionais que têm bastante experiência com sistemas de remediação e/ou de tratamento de efluentes e querem entender “o todo” da Remediação. A coordenação é do meu amigo Rodrigo Cunha, conta com a minha participação e auxílio, e conta com um corpo docente quase todo de pessoas muito ativas no mercado de GAC, especificamente na Remediação. Informações, preços, descontos e inscrições no site https://www.sp.senac.br/pos-graduacao/pos-em-remediacao-de-areas-contaminadas

 

- Recebi de Felipe Nareta a notícia que o estado do Paraná publicou a Resolução CEMA n. 123, que dá as diretrizes do Gerenciamento de Áreas Contaminadas naquele estado. É um avanço muito importante para o GAC e que estabelece as regras gerais, incluindo procedimentos técnico-administrativos para classificação de áreas, reutilização de áreas, averbações nos registros de imóveis, entre outras medidas. Certamente é um salto importante que o Paraná deu para incrementar a identificação e reabilitação de áreas contaminadas por lá. Vamos aguardar a acomodação do mercado paranaense. Recomendo a vocês que estão lendo que prestem atenção à cena paranaense.

 

- Notícia importante para o mundo do GAC. Mais um movimento do “mundo dos negócios” onde uma empresa do nosso segmento é adquirida por um grande grupo. Essa semana, o laboratório CEIMIC anunciou que foi adquirido pelo Phenna Group, fornecedor global de serviços de teste, inspeção, certificação e conformidade (TICC) com sede em Nottingham, Reino Unido. De acordo com a nota da Ceimic, a aquisição representa a expansão da influência global da PHENNA na América Latina e promete uma fase de crescimento e sucesso para a CEIMIC e PHENNA Group. Essa foi a 15ª aquisição feita pelo Phenna Group em 2023. https://pt.linkedin.com/pulse/phenna-group-adquire-ceimic-ceimic-cwyhf?trk=public_post_reshare_feed-article-content

 

- Outra notícia muito importante para o mundo do GAC, indicada por Thiago Gomes foi a publicação da Portaria nº 241, de 23 de novembro de 2023, que Institui a Orientação Técnica Normativa sobre classificação de produtos remediadores registráveis junto ao Ibama. Acompanhem: https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-241-de-23-de-novembro-de-2023-525925593

 

- Uma notícia da série “equipamentos impressionantes que dificilmente chegarão no GAC”, vejam essa sonda perfuratriz para Geotecnia que é 100% automatizada. É da empresa portuguesa (com atuação no Brasil) chamada Geocontrole. Impressionante. Segundo Nelson Beiró, General Manager da empresa, desde a colocação e remoção das ferramentas ou revestimentos de perfuração, colocação e remoção dos amostradores, extração das amostras, execução dos ensaios SPT, não existe nenhum contato dos operadores com o equipamento ou com as ferramentas. Um upgrade na segurança e qualidade das atividades de sondagem geotécnica. O equipamento dispõe de: braço de alimentação de hastes de perfuração ou tubos de revestimento; plataforma de ferramentas de perfuração; extrator de testemunhos de sondagem ou amostras de solo; sistema de telemetria completo de monitoramento em tempo real de todos os parâmetros de perfuração e do equipamento. Parafraseando meu amigo Calvin Iost, essa é a perfuração 4.0. Tenho certeza que um equipamento que fizesse isso nos ajudaria muito no GAC. Mas, como dizem muitos amigos: quem vai pagar por isso? https://www.linkedin.com/posts/nelson-beir%C3%B3-44a0a0171_geocontrole-geotecnia-sondagem-ugcPost-7135600253654683651-pvcK

 

- Ainda nesse tema, outra máquina: uma sonda “normal”, que faz perfuração com trados ocos (Hollow Stem Auger) e mais outras coisinhas, voltada para a geotecnia, mas totalmente aplicável ao nosso GAC, com algumas inovações tecnológicas interessantes. A Damasco Penna, empresa de sondagem para geotecnia muito conhecida no país, diz que recebeu algumas exigências de sua cliente, a Vale. Entre as novas implementações, está o sistema de telemetria e monitoramento por câmeras, que permite o acompanhamento de diversos parâmetros da sonda, bem como imagens e comunicação com os colaboradores em campo em tempo real. O objetivo é garantir operação cada vez mais segura, possibilitando tomadas de decisão durante as perfurações e mantendo registros de toda a operação de sondagens. A sonda "BIO-06" da Damasco Penna é, de acordo com eles, o primeiro equipamento do Brasil com telemetria e monitoramento instalados neste programa que deve revolucionar a saúde e segurança nas operações de sondagem. Vejam o vídeo, é muito legal. É algo que nós, que trabalhamos com sondagem, já pensamos em fazer há algum tempo, mas o investimento e a dificuldade operacional de instalar equipamentos delicados em um ambiente bruto e inóspito sempre inibiram essa inovação. Pelo visto, com a Vale exigindo, a tendência é que os investimentos aconteçam. Dá para imaginar, em breve, essa tecnologia no GAC. Mas, a velha pergunta: quem vai pagar por isso? Enquanto pensam na resposta, assistam ao vídeo da Damasco Penna. https://www.linkedin.com/posts/damascopenna_sondagem-40-assim-a-vale-tem-definido-uma-ugcPost-7135786035413725184-rhYo

 

- Dica muito interessante de André Martins, pesquisa mostra o tamanho do mercado internacional de remediação. https://www.digitaljournal.com/pr/news/prwirecenter/environmental-remediation-technology-market-size-and-share-report-2024-2031

 

- Sobre o tamanho do mercado, podemos lembrar que o IPT promoveu um seminário e publicou um estudo que tinha como objetivo entender o tamanho do mercado do GAC brasileiro. A publicação é de 2016, muita coisa mudou de lá pra cá, especialmente após a DD-038, mas é um bom ponto de partida. Os resultados do estudo detalham a estruturação da cadeia produtiva do setor no Brasil e estimam um mercado que movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão em 2014 no Brasil. Uma bela grana. Acho que está na hora de termos outra pesquisa semelhante, o que acham? https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3542527/mod_resource/content/1/Panorama_GAC_2016.pdf

 

- Durante o XXI Painel de Debates do SENAC, na última quarta, surgiu um tema particularmente interessante: um sistema nacional integrado de dados de áreas contaminadas, construído em uma parceria da AESAS com o MMA. A ideia é que seja uma lista como a antiga lista da Cetesb, mas georreferenciada, o que dá um ganho enorme para a sociedade entender como se distribuem as áreas contaminadas do Brasil, e qual o tamanho do impacto dessas áreas. Além disso, esse sistema se integrará ao Sinir (Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos). Na página do MMA está escrito que o Banco de Dados Nacional sobre Áreas Contaminadas – BDNAC foi instituído pela Resolução Conama n.º 420, de 28 de dezembro de 2009, com a finalidade de publicizar as informações sobre áreas contaminadas e suas principais características, a partir dos dados disponibilizados pelos órgãos e entidades estaduais de meio ambiente. No mesmo site consta que os estados de SP, RJ e MG fazem essa divulgação sistematizada. Em breve veremos um sistema nacional. Tomara!!!!

https://www.gov.br/ibama/pt-br/assuntos/emissoes-e-residuos/residuos/banco-de-dados-nacional-sobre-areas-contaminadas-bdnac

https://sinir.gov.br/

 

- Também durante o XXI Painel de Debates, Calvin Iost disse que a EPA, no âmbito do Superfund, exige que os relatórios sejam entregues, mas que sejam também entregues os dados brutos, os chamados EDDs (electronic data deliverable), seja de análises químicas, posição geográfica, número dos pontos, sondagens, logs de ensaios, perfis, etc, de modo que o software de interpretação da EPA possa fazer as interpolações, visualizações, dashboards, etc. Também eu acho que essa é uma tendência forte e chegará em um futuro breve.

Página da EPA – Região 4 – mostrando como e porque usar os EDDs nos sites do Superfund naquele estado: https://www.epa.gov/superfund/region-4-superfund-electronic-data-submission

Manual da EPA – Região 2 para tratar e trabalhar com EDDs no Equis: https://www.epa.gov/sites/default/files/2019-05/documents/r2comprehensivemanual_may2019.pdf

 

- Uma dica interessante dada por Lucio Alexandre durante o painel de debates é que as pesquisas sobre PFAS estão a todo vapor, uma delas muito interessante: a EPA tem abertas as inscrições para aplicação de Pesquisas para compreender a absorção e bioacumulação de PFAS em plantas e animais em comunidades agrícolas, rurais e tribais. Precisamos realmente entender muito mais a interação entre contaminantes.  https://www.epa.gov/research-grants/research-understanding-pfas-uptake-and-bioaccumulation-plant-and-animals
 

- Outra dica do Lucio durante o debate é uma pesquisa de Zhu et al. Que fala do uso de ferramentas de linguagem como ChatGPT em pesquisas ambientais. Basicamente a pesquisa diz que a ferramenta ajuda na elaboração dos textos, mas está sujeita a muitos erros factuais e conceituais. Em resumo: ajuda, mas não substitui o profissional (ainda). https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10666266/

 

- Na Sessão PFAS de hoje, reportagem do The Guardian mostra que a grande preocupação com os “Forever chemicals” atravessou o Atlântico e chega com toda a força no Reino Unido. PFAS são encontrados em fontes de água potável em toda a Inglaterra. Os especialistas estão ‘alarmados’ após PFAS terem sido detectados em fontes de 17 das 18 empresas de água da Inglaterra. David Megson, cientista ambiental forense da Manchester Metropolitan University, disse: “Nossos valores orientadores para PFAS na água potável não são tão rigorosos quanto em outros países, ainda assim é um desafio para as empresas de água fornecer água com níveis de PFAS abaixo desses limites”. “Em última análise, são as empresas de água e os consumidores que pagam a conta para tentar gerenciar essa água contaminada, e não os poluidores. São necessárias ações e investimentos urgentes.” https://www.theguardian.com/environment/2023/nov/28/forever-chemicals-found-in-drinking-water-sources-across-england

 

- Ainda nos PFAS, a Vertex Environmental, dos EUA, divulga que o Adsorvente Fluoro-Sorb já é considerado eficiente para a remediação de áreas contaminadas por PFAS por meio de mistura de solo e abordagens de aplicação de injeção direta. A CETCO, fabricante do Fluoro-Sorb, agora possui versões injetáveis do produto. Os testes piloto de injeção foram concluídos no outono passado em Kentucky pela AST Environmental, provando que o Fluoro-Sorb pode ser misturado com água potável e injetado como uma suspensão particulada usando tecnologia proprietária. Agora a Vertex Environmental Inc. concluiu a primeira injeção mundial de Fluoro-Sorb em uma área no norte de Alberta para tratar uma pluma de PFAS em águas subterrâneas. O monitoramento pós-injeção está atualmente em andamento para avaliar a eficácia e a longevidade do tratamento. Com base nas vantagens do Fluoro-Sorb em relação aos produtos à base de carvão ativado em pó e coloidal e na necessidade de uma alternativa sustentável para sistemas de bombeamento e tratamento caros, de longo prazo e contínuos, há grandes expectativas de que este se tornará o novo padrão em remediação in situ de PFAS em águas subterrâneas. Foi um trabalho conjunto da Vertex Environmental, AST Environmental, Inc. e CETCO. É a propaganda da própria empresa, mas é interessante sabermos que existe e pesquisarmos mais a respeito. https://www.linkedin.com/posts/patrick-o-neill-79997066_insitu-pfas-remediation-activity-7130926699612958721-znT_

 

- Sergio Ogihara, no LinkedIn, traz uma notícia interessante, vinda de Craig T. Liljestrand. Todo mundo deve estar sabendo da “crise dos semicondutores”, que afeta a produção de chips, sensores, celulares, tablets, computadores, e a microeletrônica de modo geral. Essa indústria usa PFAS (e TCE). Os PFAS estão próximos de serem banidos. E aí, como ficam essas indústrias? Liljestrand diz que, uma vez que as quantidades de PFAS utilizadas na fabricação de semicondutores são extremamente pequenas e os benefícios do PFAS para a indústria são tão grandes, a questão é se a indústria de semicondutores deveria ser isenta de quaisquer regulamentos de PFAS. A indústria de semicondutores se opôs fortemente às propostas de limites abrangentes de PFAS que abrange os usos de fabricação. A indústria afirma que os produtos químicos PFAS oferecem “alta durabilidade, estabilidade térmica, resistência à corrosão, não aderência e baixa constante dielétrica” para os complicados processos necessários para fabricar chips de computação avançados. O setor promete uma utilização responsável, evitando aplicações não essenciais, melhorando as tecnologias de redução e apoiando o desenvolvimento de substitutos seguros. Por exemplo, dadas as preocupações ambientais sobre a utilização de PFAS de cadeia longa, a indústria eliminou o ácido perfluorooctano sulfónico (PFOS) e está empenhada em eliminar o ácido perfluorooctanóico (PFOA) até 2025. No entanto, os especialistas da indústria insistem que as restrições quase generalizadas aos PFAS sem isenções comprometerão a inovação e a produtividade porque as alternativas não podem ser qualificadas com rapidez suficiente para substituir muitos produtos químicos críticos de fabricação. A professora Tina Kold Jensen, da Universidade do Sul da Dinamarca, destacou a necessidade urgente de regulamentações mais rigorosas da União Europeia para eliminar o PFAS do meio ambiente afirmando: "Os dados são claros – o PFAS continua a prejudicar a saúde dos nossos filhos, incluindo a sua função neurológica, fertilidade e desenvolvimento global. É necessária agora uma regulamentação mais rigorosa da UE para erradicar a presença de PFAS no nosso ambiente." O mesmo dilema de sempre: podemos conviver com os impactos dos PFAS para termos semicondutores eficientes? Queremos isso, como sociedade? https://www.azonano.com/article.aspx?ArticleID=6639

 

- Notícia de economia com muita relação com o GAC: No dia 11 de novembro a fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, fechou as portas após 61 anos de atividade. Parte das instalações (a área administrativa) da Toyota em São Bernardo do Campo foi vendida para a Tubos Ipiranga, fabricante e distribuidora de tubos de aço e conexões. Dá pra dizer que eles compraram a área não contaminada. Já a parte do complexo onde um dia veículos foram fabricados ainda segue sem destino. Questionada, a montadora afirma que o terreno que abrigava a área produtiva "ainda segue em processo de venda". Deve haver, ou está havendo, estudos ligados ao GAC para a validação de toda essa operação. Esse movimento, de saída das indústrias do ABC, berço da indústria automotiva no Brasil, está ocorrendo há algum tempo, com muitos reflexos sociais, econômicos e ambientais, particularmente no GAC. Vamos continuar acompanhando. https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2023/12/02/toyota-fecha-no-abc-sua-1-fabrica-fora-do-japao-qual-sera-futuro-do-local.htm

 

- Dica muito interessante do Fabiano Rodrigues: Estão abertas as inscrições para Mestrado e Doutorado em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da UNINOVE, com possibilidades de bolsas. Dentro do tema tecnologia, as Cidades Inteligentes surgem como um olhar interessante.  https://www.uninove.br/cursos/mestrado-e-doutorado/presencial/mestrado-em-cidades-inteligentes-e-sustentaveis

 

- Mais uma vez falando dos agrotóxicos, dados de uma tese revelaram um aumento de mais de 600% no número de doenças neurológicas ligadas ao uso de agrotóxicos nos municípios de Santarém, Mojuí dos Campos e Belterra, no Pará. A pesquisa, conduzida pela bióloga Annelyse Rosenthal Figueiredo, doutora em saúde pública pela Fiocruz e professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Oeste do Pará, em Santarém. analisou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, em dois recortes temporais, de 2004 a 2014 e de 2014 a 2022. Primeiro descobriu-se que nem sequer há registros completos de possíveis casos de intoxicação e de doenças derivadas de agrotóxicos, sobretudo, do glifosato. Ao buscar dados sobre os casos de intoxicação subaguda e crônica, no DataSUS, os dados de doenças neurológicas, má-formação fetal e câncer mostraram que os casos de doenças neurológicas cresceram mais de 667% em uma década. Em Belterra, havia casos de homens com 35 anos com Alzheimer. https://www.brasildefato.com.br/2023/11/05/doencas-neurologicas-ligadas-a-uso-de-agrotoxicos-crescem-600-em-cidade-paraense

 

- Em uma maravilhosa entrevista para a DW Brasil, Ailton Krenak, filósofo, escritor e ativista indígena destacou que para combater a crise climática é necessário repensar o capitalismo, que tem como lógica devorar o planeta, como estamos dizendo aqui há algum tempo. Para Krenak, o que a ministra Marina Silva chama de bioeconomia “é só um ajuste aos termos e ao gosto do capitalismo: muita grana, muito investimento, consumo, comprar equipamentos”. O ativista vê como alternativa “o propósito de fazer valer a diversidade étnica e cultural do Brasil, e inventar um tipo de economia que não fosse essa fúria modernizante, tecnológica, tecno-industrial”. Em relação à COP28, Krenak afirma que “enquanto a gente discute o clima, os senhores da guerra estão afundando pedaços de continente inteiro” e que “se a gente continuar esquentando desse jeito, vai ser uma hipocrisia discutir questão climática”. https://www.dw.com/pt-br/bioeconomia-%C3%A9-s%C3%B3-um-ajuste-ao-gosto-do-capitalismo/a-67380875

Aqui um vídeo dele falando do Antropoceno: https://www.youtube.com/watch?v=ZnuUlWA0I24

 

- Dica muito interessante do professor Enrique Gamero: Seminário transmitido pelo Youtube muito interessante, que faz parte do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação 2023: Gestão da água e segurança hídrica. Os debatedores foram: Luciana Cordeiro de Souza Fernandes – Professora da Faculdade de Ciências Aplicadas / UNICAMP, Ricardo Hirata – Professor do Instituto de Geociências / USP e Rodrigo Lilla Manzione – Professor da Faculdade de Ciências, Tecnologia e Educação / UNESP Ourinhos. Assistam: https://www.youtube.com/watch?v=nfoyxWBJrTc

 

- Luiz Ferreira indicou essa reportagem do Portal Sustentabilidade, que fala de uma pesquisa publicada que mostra um material a base de óxido de zinco capaz de degradar a sertralina, um contaminante emergente. A substância é um fármaco antidepressivo que, assim como outras drogas do tipo, tem sido identificada em águas superficiais de todo o mundo. Esse tipo de substância possui certas propriedades físico-químicas que dificultam sua remoção pelos métodos convencionais de tratamento da água. https://www.linkedin.com/posts/portal-sustentabilidade_meioambiente-sustentabilidade-agualimpa-activity-7133016332370898945-XLPo

 

 

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