Essa é a Newsletter #175, enviada em 12/11/2023
A nossa Newsletter, junto com o nosso Podcast Áreas Contaminadas, cumpre um papel de dar poder pelo conhecimento, trazendo informações, conteúdos, textos, temas, dicas e notícias sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), e também notícias sobre meio ambiente, saúde, filmes, livros, músicas e teorias para adiar o fim da humanidade, sempre com comentários com o objetivo central de construir um mundo melhor para todas e todos.
Se alguém quiser compartilhar a nossa Newsletter, pode mandar o link para preenchimento do formulário de inscrição, que é esse: https://forms.gle/
Algumas das Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br).
E também, graças ao nosso amigo José Gustavo Macedo, nossa Newsletter está sendo publicada também no site do Sigesp – Sindicato dos Geólogos do Estado de São Paulo, o que é motivo de muita honra para nós!!!! Vejam lá a Newsletter #168 e algumas anteriores
https://sigesp.org.br/
Essa semana tivemos a honra de receber mais 1 nova inscrição aqui na Newsletter da ECD. Somos atualmente em 767!!!! Seja bem-vindo, Vitor!!!!
Gostaria de relembrar que temos uma campanha no “Apoia.Se”, que é muito importante pra gente, pois ela nos ajuda a manter gratuitos os nossos canais de divulgação científica nessa Newsletter e no Podcast Áreas Contaminadas. A campanha, para quem quiser e puder contribuir voluntariamente conosco está no site http://apoia.se/ecdambiental
É simples e rápido, você faz um login na plataforma e escolhe como fazer esse pagamento, com boleto, cartão, etc. Mensalmente o Apoia.se faz essa cobrança; se for por boleto, a plataforma te envia os boletos mensalmente.
Aproveitando, agradeço aos apoiadores e às apoiadoras atuais, principais responsáveis pela manutenção dos nossos canais de divulgação gratuitos. Sem a ajuda deles, dificilmente seria possível dedicar todo esse tempo à pesquisa, produção e o desenvolvimento do material gratuito do podcast e dessa Newsletter. Muito obrigado a vocês!!!
Ábila de Moraes, Alison Dourado, Allan Umberto, André Souza, Atila Pessoa, Barbara Grossi, Beatriz Lukasak, Beatriz Ramos, Bruna Fiscuk, Bruno Balthazar, Bruno Bezerra, Cristina Maluf, Daiane Teixeira, Daniel Salomão, Danilo Tonelo, Diego Silva, Fabiano Rodrigues, Fernanda Nani, Filipe Ferreira, Geotecnysan, Gilberto Vilas Boas, Guilherme Corino, Heitor Gardenal, Heraldo Giacheti, Hermano Fernandes, Igeologico, Jefferson Tavares, João Paulo Dantas, João Lemes, Jonathan Tavares, José Gustavo Macedo, Joyce Cruz, Larissa Macedo, Leandro Freitas, Leandro Oliveira, Lilian Puerta, Luana Fernandes, Luciana Vaz, Luiz Ferreira, Marcos Akira Ueda, Marina Melo, Nádia Hoffman, Paulo Negrão, Pedro Astolfi, Rafael Godoy, Rafael Sousa, Renato Kumamoto, Rodrigo Alves, Rodrigo Gaudie-Ley, Silvio Almeida, Sueli Almeida, Tamara Quinteiro, Tatiana Sitolini, Tatianne Grilleni, Tiago Soares, Vania de Oliveira, Wagner Rodrigo, Willem Takiya, e mais 7 apoiadores anônimos.
Nessa semana foi ao ar o 4º Episódio da Série Especial de GAC em Hidrocarbonetos. Essa é uma Série Especial, sobre um tema que tem muita relevância dentro do GAC no Brasil, que são os hidrocarbonetos de petróleo. Esse tema foi a porta de entrada para muitos profissionais do GAC e dá pra dizer que foi o “Big Bang” do nosso mercado. Essa série tem o grande objetivo de aproximar essa grande e importante fatia do mercado com as mais recentes técnicas, metodologias, conceitos e abordagens, tentando fazer um diálogo entre a Ciência de ponta com a prática do dia a dia das investigações e remediações do GAC.
A grande motivação para essa série foram os relatos que temos recebido falando que os órgãos ambientais do Brasil estão fazendo exigências mais específicas para o GAC em áreas com hidrocarbonetos. Percebi também que conceitos que parecem “básicos” como: fonte, pluma, LNAPL trapeado, fase residual, saturação, molhabilidade, não estão totalmente incorporados no repertório dos profissionais do GAC que, no fim, acabam fazendo a “receita de bolo” anticientífica: instalar poções, ver se junta fase livre nesses poções, se juntar, precisa colocar um MPE, se não precisar, é monitorar fase dissolvida, restringir o consumo de água e tchau, sem realmente avaliar o problema, muito menos os reais riscos. Essa série pretende ajudar os profissionais a ter essa capacitação de modo gratuito, ao mesmo tempo reciclar os conhecimentos de quem já está no mercado há um tempo.
No primeiro episódio da Série, falei sobre a história da preocupação com a contaminação decorrente de vazamentos de hidrocarbonetos no solo. Falei sobre o programa UST dos EUA que baseou os procedimentos iniciais de reformas em postos de combustíveis e de investigação dos passivos ambientais que, no Brasil, iniciou na Câmara Ambiental do Petróleo em 1996 que culminou com a Resolução Conama 273 do ano 2000 e consequente resolução SMA 005, de 2001, que efetivamente regulamentou o licenciamento ambiental de postos de combustíveis no estado de SP, que, como sabemos, foi o Big Bang para o GAC.
No segundo episódio, falei como o hidrocarboneto efetivamente contamina o meio, solo e água subterrânea. Quais são os processos que ocorrem, tentando olhar mais para o nível micro, para os poros do solo, para ajudar todo mundo a entender porque devemos mudar o entendimento, as abordagens, e até as metodologias de gerenciamento, investigação e remediação de áreas com hidrocarbonetos.
No terceiro episódio, com a participação especial de Felipe Nareta, começamos a falar sobre o processo de investigação de áreas contaminadas pelo início, ou seja, uma Avaliação Preliminar. Felipe nos indicou quais são as fontes potenciais e suspeitas mais prováveis em um posto de combustíveis.
Nesse quarto episódio da Série Especial, falamos sobre ajudar a localizar fontes primárias (equipamento que vazou) e fontes secundárias (produto vazado e solo cujos poros está impactado pelo vazamento). Falamos de porque não devemos usar a “malha de VOC” ou Soil Gas Survey, e comentamos sobre as principais técnicas que podem ser usadas: GPR (Geofísica), amostradores passivos, poços temporários de vapor e análise em campo. Falamos também sobre os principais objetivos do screening: medir o que se quer realmente medir (sensibilidade do método), custo baixo por dado individual obtido, indicador de tendência, possibilidade de descartar áreas. Espero que gostem e que ajudem vocês no dia a dia.
Episódio no YouTube: https://www.youtube.com/watch?
Episódio no Spotify: https://open.spotify.com/
Na próxima semana, infelizmente não teremos o episódio do Podcast Áreas Contaminadas... mas é por uma boa causa. Estarei em um evento promovido pela APEAM – Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais – e pelo Conselho Regional de Engenharia do Paraná (CREA-PR), ministrando algumas aulas e participando de algumas discussões ao lado de feras de várias áreas do GAC. Segundo a organização, as mais de 120 vagas presenciais se esgotaram, sendo mais ou menos 30% de pessoas de órgãos ambientais. Estão abertas ainda algumas vagas para acompanhar online no site https://www.sympla.com.br/
O evento promete ser muito legal, com muitas discussões interessantes, mas, infelizmente não vou conseguir montar o episódio, pois, além da minha viagem, temos um feriado na quarta e outro na segunda-feira seguinte. Na outra semana, estaremos de volta com o Episódio #171, que foi uma conversa muito legal com Guilherme Tavares.
O Nosso Podcast Áreas Contaminadas tem o patrocínio Master da Clean Environment Brasil (www.clean.com.br ), e o Patrocínio Ouro do Laboratório Econsulting (http://econsulting.com.br/) e da Vapor Solutions (www.vaporsolutions.com.br)
Falando nos nossos patrocinadores, esse mês de novembro é especial, pois comemoramos 2 anos do início dessa ação (Na Newsletter passada, falei equivocadamente em 3 anos, mas são 2)!!!! Há dois anos, fomos procurados, com alguns dias de diferença, primeiro pelo Paulo Negrão, da Clean, depois pela dupla Rafael Sato e Michel Tognoli da Vapor Solutions e do Laboratório Econsulting, com a ideia das empresas deles patrocinarem o nosso Podcast!!!
De cara ficamos muito surpresos (agradavelmente surpresos), pois não imaginávamos que essas empresas gigantes, muito conhecidas e muito consolidadas no mercado do GAC pudessem ter interesse no nosso pequeno canal. Prontamente aceitamos, é claro, primeiro pela ajuda financeira que isso nos daria (e nos dá até hoje), permitindo que nós dediquemos mais horas na semana a produzir os conteúdos nos nossos canais gratuitos de divulgação científica na área do GAC. E, em segundo lugar, pela honra e responsabilidade que temos de atrelar as marcas poderosíssimas deles à nossa.
Durante as conversas, eles me contaram sobre o que os levou a patrocinar o podcast, basicamente por eles acharem que é um material de qualidade que fala diretamente com o público-alvo deles, o mercado do GAC, e seria bom também para a marca deles estar associada a esse produto de muita qualidade (palavras deles), que é o nosso Podcast Áreas Contaminadas. Com certeza isso aumentou ainda mais o nosso orgulho e responsabilidade de fazer parte desse projeto e de ter essa sinergia de marcas.
Durante esse tempo, eles não interferiram nos conteúdos que publicamos, ao contrário, nos estimularam e deram liberdade total para conduzirmos o trabalho da forma que achamos mais adequada. Isso é bom para eles, pois os isenta da responsabilidade sobre o que falamos, é excelente para nós, que temos toda autonomia para fazermos o que achamos melhor e é muito bom também para a comunidade do GAC que tem acesso a todo tipo de conteúdo com a nossa curadoria personalizada.
Portanto, em nome da Família ECD, agradeço demais à Clean Environment Brasil, à Vapor Solutions e ao Laboratório Econsulting pelos dois anos juntos. E um agradecimento especial às pessoas que fizeram isso acontecer: Paulo Negrão, Rafael Sato e Michel Tognoli. Que venham mais 200 anos!!!!!!
Gostaria de compartilhar com vocês uma frase muito interessante de um livro que estou lendo (prometo falar sobre ele no futuro, porque é uma obra excelente!!!) de Ursula K. Le Guin, chamado “Os Despossuídos”. É uma ficção científica escrita nos anos 70, com um toque social e ambientalista muito interessante. A frase que quero destacar é a seguinte: Não se mata uma ideia refutando, criticando. Ao contrário, isso faz com que a ideia cresça e se fortaleça. A ideia é morta somente quando for ignorada.
Há duas interpretações para a frase: uma delas é que, quando nos falam absurdos, ou quando absurdos são ditos nas redes sociais, a melhor forma de acabar com o absurdo é ignorando. Isso é particularmente poderoso nos tempos dos algoritmos. Tenho treinado isso de alguns anos para cá, estou melhorando...
A segunda interpretação, que, para mim, é a mais poderosa, é que devemos fazer o que temos tentado fazer aqui há 3 anos e meio: expor o maior número possível de ideias, as minhas, as dos outros, as suas, as nossas, para que essas ideias, pensamentos, reflexões, sejam discutidas, contrapostas, criticadas, enfim, que elas floresçam por aí, nas suas empresas, nas suas casas, nas suas cabeças. A circulação de ideias é algo poderoso e, acredito, uma das nossas mais importantes missões aqui na Newsletter e no Podcast. Quem tiver ideias para expor, é só me mandar também!!!! Continuaremos lançando ideias por aí. Não as deixem morrer!!!!!
Essa semana volto a indicar uma música. Não por um motivo feliz, ou mesmo agradável, mas por lembrar dela nesse momento histórico gravíssimo enquanto arranhava umas músicas com meu filho e sobrinho no violão aqui em casa. É uma música de certa forma simplória por um lado, mas muito poderosa por outro, especialmente o refrão que finaliza a música. As crianças aqui normalmente adoram, mas dessa vez as deixou pensativas, reflexivas e abaladas. Afinal, estamos vivendo um conflito com mortes diárias de crianças como nunca a minha geração viu. Nem no Afeganistão, Iraque, Síria, Ucrânia, Bósnia, nada. Talvez só em Ruanda e durante a pandeia de Covid-19. A música diz que “uma guerra sempre avança a tecnologia”, e é a pura verdade. Os “Senhores da Guerra”, aqueles que lucram com a guerra, com a venda de armas estão sempre felizes com os trilhões literalmente queimados nesses conflitos. Aliás, não sei como pode ser legal a comercialização de armas no mundo, mas isso é outra história. O fato é que realmente a guerra aumenta o PIB do país, obviamente não do país que é bombardeado ou invadido, mas do Estado invasor e dos “aliados”, imaginem isso. É bom para a economia que haja guerra, desde que o conflito seja longe da casa dos poderosos, é claro. Como temos sempre falado aqui, o modelo econômico, o sistema econômico atual é intrinsecamente prejudicial ao planeta. Afinal, “a guerra gera empregos e aumenta a produção”, da mesma forma que a mineração, as refinarias e indústrias que contaminam áreas, mas “estão em crise sazonal”, o agronegócio, a construção civil, tudo isso que “gera emprego”, como se essa fosse a atividade-fim, não a obtenção do lucro. Gerar empregos não é salvo-conduto para a degradação ambiental, muito menos para a guerra. Muito menos para um massacre de crianças.
Mas vamos à música: A Canção do Senhor da Guerra da Legião Urbana nunca foi lançada nos álbuns de estúdio, mas saiu na coletânea “Música para Acampamentos”. Ela era conhecida dos fãs por gravações “piratas” de shows e do especial da Rede Globo de 1984, mas na coletânea, ficou conhecida por essa versão mais leve, com bateria eletrônica.
A letra fala dos “outros” (as crianças? As pessoas pretas? Os pobres?) que são mandados pra lutar (e matar, e morrer) na guerra enquanto os Senhores da Guerra estão com outros velhos, contando o vil metal (misturei as músicas, mas vocês entenderam, certo?). Fala também que Deus está sempre do lado de quem vai vencer, sempre um discurso que desumaniza o outro, que temos visto muito nos últimos tempos e nesse conflito em particular. Como falei em outros textos, a desumanização tem sido, na minha opinião, um dos principais problemas que estamos enfrentando. Leiam a letra, reflitam sobre o final: “O Senhor da Guerra não gosta de crianças”:
Existe alguém esperando por você
Que vai comprar a sua juventude
E convencê-lo a vencer
Mais uma guerra sem razão
Já são tantas as crianças com armas na mão
Mas explicam novamente que a guerra gera empregos
Aumenta a produção
Uma guerra sempre avança a tecnologia
Mesmo sendo guerra santa
Quente, morna ou fria
Pra que exportar comida?
Se as armas dão mais lucros na exportação
Existe alguém que está contando com você
Pra lutar em seu lugar já que nessa guerra
Não é ele quem vai morrer
E quando longe de casa
Ferido e com frio o inimigo você espera
Ele estará com outros velhos
Inventando novos jogos de guerra
Que belíssimas cenas de destruição
Não teremos mais problemas
Com a superpopulação
Veja que uniforme lindo fizemos pra você
E lembre-se sempre que Deus está
Do lado de quem vai vencer
O senhor da guerra
Não gosta de crianças
O senhor da guerra
Não gosta de crianças
Umas das versões piratas que circulou no entre 1989-1991: https://www.youtube.com/watch?
Uma versão muito boa, cantada pelo Chorão em um tributo ao Renato Russo de 2005 ou 2006: https://www.youtube.com/watch?
Outra versão muito interessante, um especial da 89FM criticando a Guerra do Iraque e a invasão do Afeganistão pelos EUA entre 2001-2003, quando os roqueiros brasileiros tinham ainda um pouco mais de consciência social. Um destaque para o poema de Arnaldo Antunes declamado pelo próprio: https://www.youtube.com/watch?
Vamos agora às notícias da semana:
Recebi essa semana algumas contribuições muito legais de: Manoel Riyis Gomes, Lucas Venciguerra, André Souza, Filipe Ferreira, Rebeca Possel. Obrigado, pessoal!!! Fico orgulhoso de ter tanta gente boa contribuindo com nosso “espalhamento” aqui!!! Quem identificar erros ou falhas, ou quem tiver dicas, críticas, sugestões para dar, por favor, me mande, para rechearmos esse espaço com as ideias de vocês.
- Recebi, nessa última semana, algumas vagas de emprego para divulgar: CGA (Várias Vagas), Kopf (Desenhista). Soube também de várias outras vagas não anunciadas em muitas outras consultorias, se você é um profissional da área, recomendo que entre no site da AESAS e entre em contato diretamente com as empresas associadas (www.aesas.com.br). As vagas que recebo ou vejo, compartilho imediatamente no nosso Canal do Telegram (https://t.me/
- Por outro lado, recebi a triste notícia que uma grande e conceituada consultoria do nosso mercado, uma das poucas que não praticava a “analistização”, acabou tendo que demitir um grupo de pessoas, amigas da gente, por conta da queda na demanda do seu cliente, uma grande indústria petroquímica. A indústria “desinvestiu” em Meio Ambiente para 2024, que levou à queda da demanda da consultoria, que levou à demissão das pessoas. Um movimento antecipado há algumas semanas com as notícias que os amigos das empresas de sondagem sofreram um baque com a paralisação de vários projetos e consequente geração de uma crise importante nessas empresas de sondagem, que têm de fazer muitos investimentos para colocar a equipe em condições boas de prestar o serviço. A parada em muitas indústrias trouxe muitas consequências nesse final de ano, o que é estranho, porque no início de 2023, o ano parecia muito promissor no GAC, mas agora parece que estamos vendo uma reedição da crise de 2016 pré-DD-038. Vamos continuar acompanhando. Nesses momentos de incerteza, individualmente recomendo que vocês incrementem suas redes de contatos e tentem se capacitar cada vez mais para tentar “fugir do facão”. Mas, como sempre, a solução é coletiva, e mais uma vez a ideia de uma associação dos trabalhadores do GAC provavelmente ajudaria nisso.
- Semana passada eu tinha ouvido rumores dizendo que haveria, em breve, uma revisão intensa da DD-038 que, por um lado, deixaria as diretrizes técnicas no Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas, tirando da DD, e por outro lado, faria as diretrizes gerenciais ficarem mais próximas do que consta na IT-39, “promovendo” essa instrução técnica. Vi uma postagem no LinkedIn, feita por Henrique Cerreti, que trazia um texto da Cetesb praticamente pronto, mas que não foi publicado (ainda), corroborando a informação da semana passada. No entanto, nessa semana, pessoas amigas bem informadas disseram que essa revisão não vai acontecer tão cedo, e teria sido “engavetada”. Não querendo ser muito insistente, se houvesse uma Associação dos trabalhadores do GAC, provavelmente essa entidade teria um assento na Câmara Ambiental e poderia participar das discussões. Vamos continuar acompanhando, se tiverem informações, me avisem, por favor. https://www.linkedin.com/feed/
- Falando em rumores, ouvi mais dois essa semana: um relatando a iminente entrada de um grande player do setor ambiental mais ligado à energia e infraestrutura no mercado de GAC, o que seria um indicativo de aquecimento do nosso mercado, pois grandes players têm muito mais informações que nós e a entrada deles sinalizaria um aquecimento do mercado. Então, parece ser uma notícia boa de modo geral, mas, se ela se concretizar, traria mais concorrência no nosso segmento. O outro rumor é que uma grande empresa do nosso mercado estaria sendo vendida para um grupo ambiental grande que hoje não atua no GAC e passaria a atuar por meio dessa aquisição. Esse rumor vai na mesma direção, uma empresa gigante não compraria uma das grandes do nosso mercado se as informações dela apontassem para uma retração. Enfim, como eu disse acima, vamos aguardar, esse é um jogo grande demais para tentarmos entender e opinar.
- O Centro Universitário SENAC abriu as inscrições para o Processo Seletivo para a 11ª turma do curso de Pós-Graduação em Remediação de Áreas Contaminadas (RAC). O curso tem duração de 1 ano, com aulas aos sábados (parte presencial, parte online) e um dia da semana (terça ou quinta, essas aulas sempre online). Sou suspeito para falar, mas é um curso muito bom, especialmente para quem já é do mercado, tem um certo conhecimento no GAC e quer se aperfeiçoar na etapa de Remediação. Também recomendado para profissionais que têm bastante experiência com sistemas de remediação e/ou de tratamento de efluentes e querem entender “o todo” da Remediação. A coordenação é do meu amigo Rodrigo Cunha, conta com a minha participação e auxílio, e conta com um corpo docente quase todo de pessoas muito ativas no mercado de GAC, especificamente na Remediação. Informações, preços, descontos e inscrições no site https://www.sp.senac.br/pos-
- Teremos em novembro o XXI Painel de Debates do SENAC!!!! Esse evento foi idealizado por Rodrigo Cunha no Centro Universitário SENAC em 2006, com o objetivo de promover uma discussão construtiva sobre grandes temas para o mercado do GAC. Em 2017, com a parceria SENAC/AESAS, a Soldí Ambiental, empresa que faz a gestão de eventos da AESAS, passou a fazer a organização dos Painéis de Debates. Esse ano, já tivemos um Painel no 1º semestre, falando de TPH, com a participação de mais de 800 pessoas. O XXI Painel de Debates do SENAC será dia 29/11, das 14:00-17:30, no formato online. O tema será “Tecnologias no GAC”, e os debatedores serão: Calvin Iost (Cetrel), Rafael Sato (Vapor Solutions) e Thiago Gomes (Doxor). Será um evento muito marcante para mim, que participei de boa parte desses 20 painéis como plateia, como debatedor ou como staff, mas, pela primeira vez, terei a honra de ser o moderador, na 1ª vez que o Rodrigo Cunha não exercerá essa função. Claro que não tenho a pretensão de substituí-lo (seria impossível), mas farei o possível para honrar essa indicação. Espero que os 170 Episódios do Podcast me ajudem nessa missão. Inscrições gratuitas (vagas limitadas) no site da AESAS: https://www.aesas.com.br/
- Bernardo Guimarães nos alertou sobre a atualização dos Regional Screening Levels (RSLs) da EPA agora em novembro. Algumas substâncias com novos dados toxicológicos da ATSDR, entre eles o 1,2-DCE, Ni e Be. O Cr III teve seus dados alterados. Há controvérsia entre grupos de toxicólogos a respeito de alguns PFAS, como: PFUDA, PFDoDA, PFTetA e PFODA, mas a recomendação é que tenham um padrão, já que foram estabelecidos RfDs para eles. Bom, como todo mundo sabe, as alterações nos RSLs determinam todos os critérios de avaliação das áreas contaminadas, então, é fundamental que vocês consultem: https://www.epa.gov/risk/
- André Souza nos indicou um artigo muito interessante (mais um) publicado na revista NAPL Review. Escrito por Lisa Reyenga, com o título “Regulatory Update: EPA’s New Clarification on the Federal Underground Storage Tank Regulation on Free Product Removal”. Basicamente o artigo fala que a EPA recomendou ao Programa UST (que deu o start para o GAC em Postos nos EUA nos anos 80) que mude o entendimento e deixe de exigir a remoção da fase livre em poços de monitoramento até uma espessura fixa como métrica para a tomada de decisão em áreas com LNAPL. A recomendação é que seja removido o produto livre que seja realmente livre e removível. A regulamentação federal do UST foi escrita para exigir que os proprietários removam a “fase livre” em poços durante as fases iniciais de resposta a um vazamento confirmado. A intenção da EPA era mitigar o risco de migração do produto livre para porções não contaminadas da área. Os sites com LNAPL podem ter “LNAPL migratório”, “LNAPL móvel” e “LNAPL residual”. O LNAPL móvel e LNAPL residual são diferentes do LNAPL migratório porque não se espalham lateralmente e não aumentam a “pluma” do LNAPL, que na verdade é a área impactada pelo produto, ou a fonte secundária. A redução de LNAPL móvel e do LNAPL residual não seriam necessárias para atender ao requisito do UST para evitar a migração de “produto livre” para solo ou águas subterrâneas anteriormente não contaminados. Segundo a autora, remediar ativamente LNAPL não móvel não é sustentável, e não traria grandes ganhos ambientais. Se o Responsável Técnico comprovar que o LNAPL não é móvel e que não há partição, ele poderia pleitear que seja desobrigado de fazer uma remediação ativa no local, devendo apenas acompanhar, monitorar a evolução. Também de acordo com a autora, este esclarecimento da EPA tem o potencial de mudar a indústria da remediação de LNAPL nos EUA, e permitir que uma perspectiva holística e sustentável seja aplicada de forma mais ampla aos locais com LNAPL. O requisito básico da remediação é reduzir a migração e evitar uma maior propagação da contaminação. Depois disso, os requisitos para medidas corretivas adicionais podem ser definidos com base na mitigação dos riscos para a saúde humana e para o meio ambiente e na identificação de uma abordagem corretiva sustentável. https://naplansr.com/
- Publicação muito interessante do Grupo Moretti no LinkedIn, mostrando um trabalho de filmagem de sondagem ou poço tubular e interpretação das imagens capturadas por algoritmos de inteligência artificial para avaliar a geologia em furos de sondagem. Basicamente há uma perfuração (na rocha, claro) e a introdução de uma câmera de alta resolução em uma sonda. Essa câmera filma e um software em superfície interpreta os dados. É muito legal, vejam a postagem: https://www.linkedin.com/
- Outra publicação no LinkedIn mostrando um vídeo legal de um equipamento avançado “emprestado” de outra área. Essa é novamente uma postagem de Salvatore Scervini mostrando a recuperação de amostra de solo em uma sondagem sônica. Realmente muito legal. Mas, como dissemos semana passada, temos muito caminho a percorrer com Direct Push e Hollow antes de termos condições de usar uma sonda dessas. Mas é muito legal saber que existe e ver como funciona. https://www.linkedin.com/
- Rebeca Possel me mandou uma mensagem muito bonita e, junto com essa mensagem, nos indicou uma notícia muito importante do MMA sobre o mercúrio no Brasil e as medidas que estão sendo tomadas na Convenção de Minamata. A notícia fala que começou a 5ª COP (Conferência das Partes) da Convenção de Minamata. A convenção busca regular o ciclo de vida do mercúrio, determinando o fim da produção, importação e exportação de vários produtos que contêm o metal. O acordo prevê a proibição de novas minas e a eliminação das já existentes, além de controles de emissões para a atmosfera e das liberações no solo e no mar, entre outros pontos. A mineração de ouro artesanal e em pequena escala é a responsável pela maior utilização, emissões e liberações de mercúrio no planeta. Segundo o Pnuma, em 2015, a mineração de ouro respondia por 37% do consumo total de mercúrio. A convenção trata também das indústrias de Cloro-álcali (Cloro-soda) com tecnologia à base de mercúrio, que devem descomissionar as linhas de produção até 2025, e conduzir a destinação adequada dos estoques de mercúrio. O Brasil tem atualmente três indústrias que ainda utilizam tal tecnologia, que se comprometeram com o descomissionamento até 2025. Na reportagem, aparece uma notícia muito interessante, ligada diretamente a nós: A Secretaria Nacional de Meio Ambiente Urbano (SQA) e o CETEM firmaram também em um Termo de Execução Descentralizada (TED) de R$ 2,2 milhões para viabilizar as análises e coletas de água e sedimentos na Terra Indígena Yanomami e Unidades de Conservação próximas. Há ainda uma licitação interna no MMA para compra de kits de armazenamento ambientalmente adequado do mercúrio — equipamentos que serão usados para fiscalização e apreensão. Bem interessante, tomara que alguns de vocês participem desse trabalho (e contem pra gente). https://www.gov.br/mma/pt-br/
- Na Sessão PFAS de hoje, Anna Lennquist, no LinkedIn, chama a atenção para uma reportagem da Reuters sobre os “Forever chemicals”. Ela diz que as empresas não podem mais alegar ignorância como uma defesa viável contra possíveis responsabilidades decorrentes da presença de PFAS em seus produtos, mesmo quando esses produtos são fornecidos por outra empresa (por exemplo, embalagens ou partes de produtos adquiridas de um fornecedor). Empresas são vistas como conhecedoras e responsáveis e, portanto, estão sendo processadas cada vez mais nos EUA por parte de demandantes individuais, de associações da sociedade civil e do poder público. Então, está sendo “mais barato” para as indústrias responsáveis acabarem com o uso dos PFAS e remediar as suas áreas que arcarem com as indenizações. Isso tem incrementado o mercado do GAC nos EUA e Canadá e começando a crescer na União Europeia e Austrália. https://www.reuters.com/
- Aproveitando, a Anna Lenquist também divulga o guia da sua empresa para PFAS. É um guia introdutório que ajuda no entendimento do que são PFAS e onde são encontrados. https://pfas.chemsec.org/?trk=
- Essa semana tivemos uma triste efeméride que não podemos deixar passar, primeiro porque é algo muito relevante, segundo, porque está diretamente relacionada com o que nós fazemos no nosso cotidiano. No último dia 06/11 fez 8 anos do Desastre de Mariana pelo rompimento da barragem da Samarco (Vale e BHP). Lembramos que Cerca de 1 milhão de pessoas foram atingidas em 49 cidades ao longo do Rio Doce e muitos ainda buscam por reparação. Pior que isso, 19 pessoas perderam a vida no momento do rompimento. Mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeito foram liberados imediatamente, escorreram pelo rio Doce até encontrarem o Atlântico, na costa do Espírito Santo. É como se 1,3 milhão de contêineres marítimos cheios de lama fossem despejados numa avalanche. A missão de reparar os danos foi dada à Fundação Renova, criada em 2016 segundo um acordo entre Justiça e mineradoras. Embora a entidade afirme que tenha desembolsado R$ 32,66 bilhões em ações de reparação e compensação até agosto de 2023, a crítica de quem atua junto às comunidades é de que o atendimento está aquém das urgências. No Reino Unido, a justiça marcou para agosto de 2024 o julgamento do processo que levou aos tribunais a mineradora anglo-australiana BHP. O processo, provavelmente a maior ação coletiva da história na jurisdição inglesa, é movido pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead em nome de 700 mil atingidos. O valor exigido das mineradoras chega a R$ 230 bilhões em compensações, que seriam dadas não só a indivíduos, como também a empresas, municípios, e outras entidades que sofreram os impactos trazidos pelo desastre de Mariana. Aos pés da antiga barragem, os moradores sobreviventes do distrito de Bento Rodrigues, o mais devastado após o desastre, aguardam até hoje a conclusão do novo assentamento. O último prazo estabelecido pela Justiça para a entrega venceu em 2019. Vamos acompanhar as notícias e garantir que não seja esquecido. https://www.dw.com/pt-br/a-
- Na semana que promete ser muito, muito quente, chama a atenção a declaração da pesquisadora do INPE Luciana Gatti: “Estamos caminhando para o colapso global e de forma rápida. Acho que isso que estamos vendo é a aproximação desse colapso. Não é à toa que estamos vendo o El Niño anômalo.” Junto com essa informação, a reportagem do G1 diz que 2023 deve ser o ano mais quente em 125 mil anos (!!!!!). Os dados mostram que o último mês de outubro foi o mais quente do mundo nesse período, por larga diferença. O calor é o resultado das contínuas emissões de gases com efeito de estufa, combinadas com o El Niño, que aquece as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico e causa mais aquecimento global, em um ciclo que se retroalimenta de maneira perversa. Luciana Gatti, na reportagem, afirmou ainda que "apesar de sabermos de tudo que está acontecendo, as emissões de gases aumentam todos os anos. A humanidade sabe que isso está acontecendo e as emissões não só não diminuem como aumentam. O ser humano está caminhando para a catástrofe conscientemente". Eu complementaria dizendo que caminha conscientemente e voluntariamente para o cadafalso. Mas não é a humanidade, e sim, uma parte da humanidade, aquela que vem sendo beneficiada há séculos pela degradação ambiental. A crise, como estamos dizendo há um bom tempo, é civilizacional. A saída, mais uma vez, não será por meio de microações individuais (embora essas sejam importantes e interessantes, ainda que para conscientizar as pessoas), mas uma consciência global que o problema é causado pelo modo de vida e sistema econômico dominado por poucas pessoas, no máximo 1% da humanidade. https://g1.globo.com/meio-
- Uma notícia boa: o famoso Youtuber MrBeast, segundo consta, o maior Youtuber do mundo, com 200 milhões de inscritos em seu canal, financiou a instalação de 100 poços tubulares profundos em diversos países da África. O trabalho começou no Quênia e a seguir foi para o Zimbabwe. Claro que ele usou o trabalho para produzir vídeos, que ganharam 79 milhões de visualizações. Mas já é melhor que muitos bilionários do mundo que poderiam fazer muito mais para melhorar as condições de vida das pessoas. Obviamente o problema será resolvido com muito mais do que isso, mas pelo menos é uma ação no sentido correto. https://noticias.r7.com/
Amigas e amigos, muito obrigado pela leitura. Acessem também nosso Canal do Youtube (https://youtube.com/c/
Por hoje é isso. Aguardo os comentários, sugestões e críticas. Se tiverem dúvidas, estou à disposição.
Se alguém não quiser mais receber as minhas mensagens, é só responder esse e-mail com o texto REMOVER