Newsletter ECD #183

Essa é a Newsletter Especial #183, enviada em 28/01/2024 (Você piscou, janeiro acabou!!!)

 

A nossa Newsletter, junto com o nosso Podcast Áreas Contaminadas, cumpre um papel de dar poder a vocês, não um poder mesquinho e individualista, que visa vencer ou subjugar o outro, mas um poder legítimo, coletivo, de construção, um poder cooperativo, que visa criar laços e pontes e dividir as conquistas com todo mundo. Um poder pelo conhecimento!!!

Tentamos fazer isso trazendo informações, dicas, conteúdos, textos, novidades e notícias sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), mas não só sobre isso, também sobre meio ambiente, ambientalismo, economia, saúde, filmes, livros, músicas e teorias para adiar o fim da humanidade, sempre com comentários e o nosso olhar sobre essas informações.

Se alguém quiser compartilhar a nossa Newsletter com alguém, pode mandar o link para preenchimento do formulário de inscrição, que é esse: https://forms.gle/wJoFfUzv9vSkw19g7 .

Algumas das Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br).

Graças ao nosso amigo José Gustavo Macedo, nossa Newsletter está sendo publicada também no site do Sigesp – Sindicato dos Geólogos do Estado de São Paulo, o que é motivo de muita honra para nós!!!! Vejam lá a Newsletter #180 e algumas anteriores

https://sigesp.org.br/noticias/newsletter-ecd-180

 

Nessa semana, tivemos mais 1 nova inscrição aqui na Newsletter. Bem-vinda, Emilie. Temos agora 780 assinantes nessa Newsletter, 780 leitores e leitoras que muito nos orgulham por ceder um pouco da sua atenção para ver a curadoria que fazemos das notícias mais importantes da semana. Para mim é um número muito expressivo, são muitas pessoas querendo saber o que temos para dizer, ouvir as nossas histórias, as nossas indicações. É um auditório grande lotado todas as semanas!!!! Em nome da família ECD, agradeço demais a companhia de vocês, que nos dão a força que precisamos para fazer esse trabalho todas as semanas.

 

Gostaria de lembrar que temos uma campanha no “Apoia.Se”, que é muito importante pra gente, pois ela nos ajuda a manter gratuitos os nossos canais de divulgação científica nessa Newsletter e no Podcast Áreas Contaminadas. A campanha, para quem quiser e puder contribuir voluntariamente conosco está no site http://apoia.se/ecdambiental

É simples e rápido, você faz um login na plataforma e escolhe como fazer esse pagamento, com boleto, cartão, etc. Mensalmente o Apoia.se faz essa cobrança; se for por boleto, a plataforma te envia os boletos mensalmente.

 

Aproveitando, agradeço aos 60 atuais apoiadores e apoiadoras atuais, principais responsáveis pela manutenção dos nossos canais de divulgação gratuitos. Sem a ajuda deles, dificilmente seria possível dedicar todo esse tempo à pesquisa, produção e o desenvolvimento do material gratuito do podcast e dessa Newsletter. Muito obrigado a vocês!!!

 

Ábila de Moraes, Alison Dourado, Allan Umberto, André Souza, Atila Pessoa, Barbara Grossi, Beatriz Lukasak, Beatriz Ramos, Bruna Fiscuk, Bruno Balthazar, Bruno Bezerra, Cristina Maluf, Daiane Teixeira, Daniel Salomão, Danilo Tonelo, Diego Silva, Fabiano Rodrigues, Fernanda Nani, Filipe Ferreira, Geotecnysan, Gilberto Vilas Boas, Guilherme Corino, Heraldo Giacheti, Hermano Fernandes, Igeologico, Jefferson Tavares, João Paulo Dantas, João Lemes, Jonathan Tavares, José Gustavo Macedo, Joyce Cruz, Juliana Mantovani, Leandro Freitas, Leandro Oliveira, Lilian Puerta, Luana Fernandes, Luiz Ferreira, Marcos Akira Ueda, Marina Melo, Nádia Hoffman, Rafael Godoy, Rafael Sousa, Renata Machado Lima, Renato Kumamoto, Rodrigo Alves, Rodrigo Gaudie-Ley, Silvio Almeida, Sueli Almeida, Tamara Quinteiro, Tatiana Sitolini, Tatianne Grilleni, Tiago Soares, Vania de Oliveira, Wagner Rodrigo, Willem Takiya, e mais 5 apoiadores anônimos.

 

Nessa semana, foi ao ar Episódio #177 do Podcast Áreas Contaminadas, onde conversei com Thiago L. Gomes, Engenheiro de Automação de formação, Sócio da Doxor, Ex-Presidente e atual membro da Diretoria da AESAS, Presidente da Câmara Ambiental do GAC, aliás, essa Câmara Ambiental é uma das conquistas da AESAS como entidade, do nosso mercado como um todo e uma das inúmeras batalhas que o Thiago desbravou nesses anos. O episódio ficou muito interessante e podemos meio que dividi-lo em 3 partes: na primeira, Thiago conta sua incrível história, que começa como estagiário em uma empresa de projetos de engenharia que, meio por acaso, começa a projetar e montar sistemas de uma coisa que ele nunca tinha ouvido falar: uma tal de remediação de áreas contaminadas. Um pouco depois, a empresa muda a sede e ele, com mais dois outros “jovens estagiários malucos”, decidem se aventurar e montam a Doxor, empresa especializada nos tais “sistemas de remediação”, que vai se adaptando às mudanças que vão ocorrendo no mercado de GAC e na remediação em especial. Conta também como foi o início dos projetos de remediação por processos térmicos no Brasil e como isso chega à Doxor, meio que por acaso, meio por conta da visão do Thiago de entender o que seria uma tendência de médio prazo e também como foi essa evolução dos processos térmicos. Na segunda parte, ele fala bastante da AESAS, da importância dela como entidade representativa do mercado e do seu papel nessa evolução exponencial da associação. A AESAS, hoje, é chamada por diversos atores da sociedade para debater questões ligadas às áreas contaminadas e também questões ambientais maiores, como licenciamentos, por exemplo. Nos últimos anos, travou parcerias sólidas com entidades de ensino como o SENAC, e daí vieram as Conferências, os Painéis de Debate presenciais e online, e, especialmente, os cursos de formação dos profissionais do mercado e dos órgãos ambientais. Também com Associações patronais como FIESP, Abiquim, Sinduscon, com o Poder Judiciário, com o Poder Legislativo (atuando como assessoria técnica no Projeto de Lei em tramitação na Câmara) e com vários órgãos ambientais, com destaque para o IBAMA, o MMA e a Cetesb, que topou criar a Câmara Ambiental do GAC, onde a AESAS têm a honra de ser a Presidente (a Cetesb tem a relatoria) e coordena a discussão com vários atores (construção civil, indústria, petróleo, setor financeiro e Universidades) e participa ativamente de ações como a construção do Manual do GAC, sobre o qual Thiago conta várias coisas. Na terceira parte, Thiago fala um pouco do que ele entende sobre o mercado, sobre o futuro, sobre capacitação de pessoas, certificação de empresas, coleta, tratamento, gestão, rastreabilidade e gestão de dados, novas exigências, enfim, muitas coisas, com opiniões muito interessantes que podem orientar vocês sobre o que devemos esperar para os próximos anos no GAC. Como ficou claro no episódio, Thiago é uma das pessoas que fazem acontecer, ao invés de perguntar o que aconteceu. Ouçam o episódio. Comentem, discutam, perguntem, debatam!!!! Espero que gostem.

 

Episódio no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=m_hN2jp7-fE

Episódio no Spotify: https://open.spotify.com/episode/7k8Ppq2vKFHQfQZZI7t20i?si=DW866491QPKJX1paGPHOvw

 

Não vou anunciar o próximo episódio do Podcast Áreas Contaminadas porque na semana que vem, dia 01/02, teremos uma surpresa para vocês. Uma inovação pedida por algumas pessoas durante esse último ano e que meu irmão Mauro Tanaka ajudou a implementar. Espero que vocês gostem. Não percam!!!!!

 

Como anunciamos na semana passada, agora em 2024 estamos com um patrocinador novo no Podcast, a EBP Brasil, o que nos dá muito orgulho e aumenta a nossa responsabilidade, mas contamos com a ajuda de vocês para esse desafio!!!!! Mais uma vez, bem-vinda EBP Brasil e muito obrigado por nos ajudar a esperançar as pessoas!!!!!

 

O Nosso Podcast Áreas Contaminadas tem o patrocínio Master da Clean Environment Brasil (www.clean.com.br ), e o Patrocínio Ouro do Laboratório Econsulting (http://econsulting.com.br/), da Vapor Solutions (www.vaporsolutions.com.br) e agora também da EBP Brasil (https://www.ebpbrasil.com.br/pt-br )

 

Essa semana, “comemoramos” 5 anos da tragédia de Brumadinho, causada pelo rompimento da barragem da Vale, com a perda de pelo menos 270 vidas, entre elas, de um pessoal companheiro nosso, do mundo da sondagem. Precisamos sempre recordar para que essa enorme tragédia não caia no esquecimento e que os responsáveis sejam realmente responsabilizados. Dentre os muitos absurdos acerca desse caso, essa semana vi uma reportagem que fala sobre um estudo recém-publicado pelo Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (Nacab). A pesquisa analisou 319 processos julgados entre janeiro de 2019 e março de 2023 por 11 câmaras cíveis do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), a chamada “segunda instância”. Desse total, 75% das decisões foram desfavoráveis aos atingidos. Como um exemplo, Alcione, atingida pelo colapso e quase perdeu a vida, recebeu, em 1ª instância, 100 mil reais de indenização, que foi cortada em 80% no TJMG, após recurso da Vale. Falo rapidamente desse tipo de coisa no Episódio #175 do Podcast Áreas Contaminadas. Se em um caso desses a justiça reduz a indenização de uma pessoa atingida diretamente pelo problema causado pela empresa para R$ 20 mil (!!!!) porque “ninguém pode enriquecer em um processo”, qual é o risco de alguém ser indenizado por conta de danos à saúde decorrente de uma área contaminada? Praticamente zero, o que reduz também a quase zero o risco do negócio de um Responsável Legal que eventualmente precise fazer o processo de GAC e faz só “pra inglês ver” e essa, na minha opinião, é a origem dos problemas técnicos que discutimos aqui e dos problemas das relações trabalhistas, que também discutimos aqui. Mas, voltando ao estudo, a trabalhadora que usamos de exemplo aqui era gari, perderia o emprego um ano depois, diz ter passado 24 meses vagando pelas ruas de Brumadinho e passa por depressão tendo tentado tirar a própria vida em três ocasiões, felizmente sem sucesso. Essa é a pessoa que “não pode enriquecer com processo”. O montante de R$ 100 mil (que já é bem pouco) teve como base um Termo de Compromisso firmado entre a Defensoria Pública de Minas Gerais e a mineradora para acordos extrajudiciais, que fixa esse valor específico como compensação para danos à saúde mental dos atingidos. A mineradora recorreu e o TJMG reduziu a indenização em 80%, sob a justificativa de que a quantia de R$ 20 mil “compensa o dano moral, sem provocar enriquecimento da parte lesada”. Outro trabalhador, que era motorista no momento do rompimento e escapou por muito pouco, até agora não recebeu um centavo de auxílio, porque “não se habilitava para receber", já que, em janeiro/2019, ele morava a 14 Km da mina, em outro município, não em Brumadinho. Ele, que tem problemas psicológicos desde a tragédia, entrou com uma ação na 2ª Vara de Brumadinho. Ele perdeu a ação. Além disso, o juiz responsável pelo caso condenou Ricardo a pagar as custas do processo e mais 10% do valor da causa em honorários de advogado da Vale. Veja mais em: https://reporterbrasil.org.br/2024/01/justica-minas-corta-em-ate-80-indenizacoes-atingidos-brumadinho/ . Um problema ambiental gravíssimo, aliado a erros técnicos e negligenciamento de riscos que estão direta e intimamente ligados ao modelo econômico de busca pelo lucro, acumulação e crescimento. É preciso que a sociedade, no mínimo, regule esse “espírito Shark Tank”.

 

Vamos agora às notícias da semana:

 

Recebi essa semana, como sempre, algumas contribuições muito legais de: Manoel Riyis Gomes, Luiz Ferreira, Rafael Godoy, André Souza, Filipe Ferreira, Fabiano Rodrigues, Paulo Negrão. Obrigado, pessoal!!! Fico orgulhoso de ter tanta gente boa contribuindo com nosso “espalhamento” aqui!!!  Quem identificar erros ou falhas, ou quem tiver dicas, críticas, sugestões para dar, por favor, me mande, para rechearmos esse espaço com as ideias de vocês.

 

- Recebi, nesse início de ano, algumas vagas de emprego para divulgar: CGA (Estágio), Geoambiente-PR (Encarregado de Manutenção), Geoambiente-SJRP (Assistente da Qualidade), WSP (GAC em BH), Seequent (Engenheiro Geotécnico) Soube também de outras vagas não anunciadas em muitas outras consultorias, se você é um profissional da área, recomendo que entre no site da AESAS e entre em contato diretamente com as empresas associadas (www.aesas.com.br). As vagas que recebo ou vejo, compartilho imediatamente no nosso Canal do Telegram (https://t.me/areascontaminadas)

 

- O Centro Universitário SENAC está com as inscrições abertas por pouco tempo para o Processo Seletivo da 11ª turma do curso de Pós-Graduação em Remediação de Áreas Contaminadas (RAC). O curso tem duração de 1 ano, com aulas aos sábados (parte presencial, parte online, mais ou menos metade cada) e um dia da semana (terça ou quinta, essas aulas sempre online). Sou suspeito para falar, mas é um curso muito bom, especialmente para quem já é do mercado, tem um certo conhecimento no GAC e quer se aperfeiçoar na etapa de Remediação. Também recomendado para profissionais que têm bastante experiência com sistemas de remediação e/ou de tratamento de efluentes e querem entender “o todo” da Remediação. A coordenação é do meu amigo Rodrigo Cunha, conta com a minha participação e auxílio, e conta com um corpo docente quase todo de pessoas muito ativas no mercado de GAC, especificamente na Remediação. Informações, preços, descontos e inscrições no site https://www.sp.senac.br/pos-graduacao/pos-em-remediacao-de-areas-contaminadas

 

- A parceria AESAS/SENAC está com as inscrições abertas para um curso muito legal: é o de Sondagem, Amostragem de Solo e Instalação de Poços de Monitoramento, com aulas teóricas online e aulas práticas, presenciais, no SENAC!!!!! Algo que faz tempo que não fazemos e que nos remete ao 1º curso dessa parceria, lá em 2017. Tenho também o prazer de coordenar esse curso e dar algumas aulas, com a companhia “luxuosa” de Nilton Miyashiro, Fernando Ferraz e Larissa Macedo e as máquinas e ferramentas da Engesolos. Será na última semana de fevereiro, aulas online na segunda e quarta das 8:00-12:00 e aulas práticas no SENAC na quinta e sexta, das 8:00-17:00. Para quem quer saber mais alguns truques de sondagem, de avaliação do solo em campo, de instalação de poços, será imperdível!!!! No site www.aesas.com.br/eventos . Aproveite e confira a Agenda de Cursos para 2024, tem muita coisa legal!!!!

  

- Teremos muitos outros cursos vindo por aí, como o de Sustentabilidade Aplicada ao GAC em fevereiro, Direito Ambiental em março, e outros. Fiquem atentos, divulgaremos tudo por aqui

 

- Rafael Godoy nos indicou uma notícia muito interessante: A Microbe promoverá um webinar dia 13/02 sobre o caso de East Palestine, Ohio (ouçam o episódio #143 do nosso Podcast). Não sobre o caso em si, mas sobre a biorremediação/atenuação natural de parte do problema. O Webinar tem o título: “Assessment Of MNA As A Remedy For Toxins Released In The East Palestine, OH Train Derailment Accident” e será ministrado por Frank Loeffler and Gao Chen. Inscrições no site: https://register.gotowebinar.com/register/8718918736689541469

 

- Notícia da Sessão PFAS de hoje: A EPA publicou um documento muito interessante chamado “Subsurface Per- and Polyfluoroalkyl Substances (PFAS) Distribution at Two Contaminated Sites”, escrito por Schumacher, B., J. Zimmerman, K. Bronstein, R. Warrier, C. Lutes, E. Escobar e A. Williams (EPA/600/R-23/294, 2023). É algo um pouco diferente porque trata de um assunto pouco usual, a possibilidade de partição de PFAS para a fase vapor, e consequente intrusão de vapores. De acordo com o trabalho, certos PFAS têm pressões de vapor suficientes para serem designadas como produtos químicos voláteis, portanto, podem ser uma preocupação quanto à intrusão de vapor em ambientes fechados sobrepostos a um solo contaminado ou a uma fonte de água subterrânea contaminada. Múltiplas espécies de PFAS, tanto neutras (por exemplo, álcoois fluorotelômeros – FTOH, que tem pressão de vapor >1 mm Hg e constante da Lei de Henry >1E-5 atm.m3/mo) quanto iônicas (por exemplo, ácidos perfluoroalquil carboxílicos), foram encontradas nas águas subterrâneas, no solo, no ar do solo e no gás do ar do contrapiso. Com a presença de PFAS nestas matrizes, foi estabelecida uma via de intrusão de vapor. Este esforço inicial de pesquisa fornece aos reguladores evidências científicas que os ajudarão a decidir se a Intrusão de Vapores deve ser avaliada nas centenas de locais onde se espera que os PFAS tenham sido liberados no subsolo. Mais uma porta importante se abre nesse mundo dos PFAS. https://cfpub.epa.gov/si/si_public_record_Report.cfm?dirEntryId=359552&Lab=CEMM

Download completo: https://cfpub.epa.gov/si/si_public_file_download.cfm?p_download_id=547944&Lab=CEMM

 

- Outra da Sessão PFAS, bela dica de Paulo Negrão, um estudo mostra que foram encontrados PFAS nas hortaliças. A reportagem chama: PFAS IN KALE PILOT STUDY. É um estudo piloto conduzido pela Alliance for Natural Health (ANH) dos EUA que envolveu coleta e análise de PFAS em amostras de vegetais (couve) de quatro diferentes estados dos Estados Unidos. Isso se junta a outros testes que revelaram níveis de PFAS em peixes, manteiga de amendoim, molho de macarrão, ketchup, óleos de cozinha e muito mais. Duas amostras de couve (cultivadas convencionalmente e de cultivo orgânico) foram adquiridas em cada loja, e as instruções de preservação e transporte fornecidas pelo laboratório analítico (Eurofins Lancaster) foram seguidas rigorosamente. Isto incluiu o acondicionamento de amostras diretamente em sacos de coleta sem PFAS (fornecidos pela Eurofins), colocação em sacos térmicos com gelo e envio imediato por correio para entrega no dia seguinte ao laboratório. Em geral, os níveis encontrados de PFAS Total foram maiores em amostras orgânicas versus convencionais. Apenas uma das 8 amostras não tinha níveis detectáveis, sendo esta a amostra de couve de cultivo convencional retirada da Stop & Shop em Nova York. PFBA foi a forma PFAS mais amplamente distribuída e abundante nas 8 amostras. Em resumo, estamos comendo PFAS, mesmo em cultivos orgânicos. Provavelmente vêm na água. A ANH dos EUA faz uma campanha pelo banimento dos PFAS em território estadunidense. Fico pensando, como será com os agrotóxicos? E com os fármacos? Hormônios?  https://anh-usa.org/wp-content/uploads/2023/06/230621-ANH-USA-PFAS-in-Kale.pdf

 

- Mais uma da Sessão PFAS, a empresa Aquagga anunciou a publicação de um artigo que fala, inicialmente, da subdivisão dos PFAS dentro da indústria dos resíduos nos EUA, em PFAS de cadeia longa, média, curta e ultracurta (isso faz vocês lembrarem de alguma coisa?). A seguir, eles expõem a problemáticas dos PFAS de cadeia curta nos aterros estadunidenses e algumas sugestões de “solucionática”. É interessante ver como andam esses estudos. https://swana.org/news/blog/swana-post/swana-blog/2024/01/23/sorting-through-science-unearthing-role-of-short-chain-pfas

 

- Semana passada falamos de prováveis conflitos pela água. Essa semana, André Souza nos indicou um artigo/reportagem que fala sobre esse tema e como a Black Rock, gigantesco “fundo de investimentos” está agindo para ter o controle da água em vários pontos do planeta, se antecipando a esses conflitos. A Black Rock conseguiu, por exemplo, na Bolsa de Chicago, o “direito” de negociar a água como commodity, distinguindo a água de um “direito humano”. Também em janeiro, a Black Rock anunciou a aquisição de um gigante das infraestruturas, o Global Infrastructures Partners (GIP). A transação envolveu 12,5 bilhões de dólares. A empresa é o maior gestor independente de infraestruturas do mundo, com um patrimônio de mais de 100 bilhões de dólares nos setores de energia, infraestruturas digitais, água e resíduos. Com a aquisição da GIP, a Black Rock está exercendo um forte controle sobre o capital da Suez/Engie e, portanto, sobre suas escolhas estratégicas. Atendendo ao pedido da Black Rock, a Bolsa de Chicago abriu seu mercado de derivativos mais especulativo para transações financeiras nos futuros da água, transformando a água em um ativo financeiro em todos os aspectos. Segundo o autor, provavelmente veremos um mundo financeiro privado fervilhando com água e outros recursos essenciais para a vida, no processo não apenas de tomar o controle soberano sobre o valor da água e da vida, mas também de construir uma economia planetária a serviço de uma sociedade sob o domínio de um pequeno número de novos “senhores da vida”, porque serão “donos” da ciência, da tecnologia e das finanças planetárias. Essa é a verdadeira Crise Civilizacional. https://outraspalavras.net/mercadovsdemocracia/a-black-rock-quer-o-mundo-a-seus-pes/

 

- Ainda sobre a questão da água, uma dica de Fabiano Rodrigues. Uma pesquisa publicada na Nature estudou a água de 170 mil poços em 40 países, usados para abastecimento e irrigação. Entre os resultados preocupantes, estão os seguintes: Entre 2000 e 2022, os níveis de água subterrânea diminuíram em 71% dos 1.693 aquíferos estudados, sendo que em 36% rebaixaram mais de 10 cm por ano. O Aquífero Ascoy-Soplamo, na Espanha, teve a taxa de queda do nível de água mais rápida, com uma média de 2,95 metros por ano. https://iclnoticias.com.br/estudo-global-alerta-para-esgotamento-de-reservas-subterraneas-em-mais-de-40-paises/

https://www.estadao.com.br/sustentabilidade/onde-os-aquiferos-do-mundo-mais-secaram-desde-o-ano-2000-pesquisa-mapeou-veja/

 

- Outra notícia ambiental sobre Brumadinho: 5 anos após a tragédia, mais da metade dos peixes do Rio Paraopeba ainda estão contaminados com alumínio, ferro, arsênio, cádmio, chumbo ou mercúrio, de acordo com reportagem do jornal O Globo. https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/01/25/brumadinho-cinco-anos-apos-tragedia-rio-paraopeba-segue-interditado-e-mais-da-metade-dos-peixes-tem-contaminacao-alta.ghtml

 

- A EPA anunciou que atualizou o seu site Toxics Release Inventory (TRI). É um inventário de estudos de caso, artigos e outros recursos para encontrar exemplos de como organizações e indivíduos usaram dados do TRI. As instalações dos EUA em determinados setores industriais e todas as instalações federais devem reportar anualmente os seus esforços na redução da utilização de produtos químicos. Devem também comunicar as quantidades de resíduos químicos criados, bem como a quantidade que geram através da sua libertação no ambiente, tratamento, recuperação de energia e reciclagem. Estas informações são compiladas no TRI e podem ser utilizadas por empresas, agências governamentais, organizações não governamentais e pelo público para defesa de direitos, pesquisa ou melhoria ambiental. O Catálogo de usos de dados TRI coleta exemplos desses esforços e os torna pesquisáveis por palavra-chave, tipo de método de gestão de resíduos ou por tipo de foco de projeto, como prevenção da poluição, gestão de riscos ou desempenho da indústria. Muito útil em vários aspectos do GAC e do dia a dia, especialmente para Avaliações Preliminares. https://www.epa.gov/toxics-release-inventory-tri-program/catalog-applied-tri-data-uses

 

- Vídeo reportagem interessante da DW Brasil que fala sobre a famosa subsidência na Cidade do México decorrente da superexplotação do seu aquífero como pano de fundo para algo ainda mais grave: a falta de água potável para as pessoas. A capital mexicana só terá água potável suficiente para os próximos 50 anos, de acordo com as próprias autoridades. Enquanto isso, pesquisadores da Universidade Autônoma do México (UNAM) alertam que, até 2028, o acesso e a distribuição de água potável na Cidade do México não estarão totalmente garantidos. Atualmente, quase 43% da população da capital não tem acesso à água e é forçada a obtê-la de maneiras pouco ortodoxas e insalubres. Vejam o vídeo e fiquem impressionados. Enquanto isso, aqui, a tendência é “restringir o consumo de água subterrânea por 20 anos”, sem estudo, modelagem, monitoramento, nada, para que as empresas possam construir e vender seus apartamentos. https://www.youtube.com/watch?v=f7dlhehRBtI

 

- Notícia muito interessante com implicações futuras no GAC: Thiago Regis Longo Cesar da Paixão, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) e coordenador do Laboratório de Línguas Eletrônicas e Sensores Químicos coordenou uma pesquisa (apoiada pela FAPESP) que desenvolveu um sensor de baixo custo para detectar cloro livre na água de consumo. A estimativa é que o sensor custe ao redor de R$ 0,50 e permitirá aquisição de muitos dados em tempo real sobre esse parâmetro. A ideia é fazer outros sensores específicos, que já estão em desenvolvimento, como os de nitrito, nitrato, fármacos e agrotóxicos. Está também em desenvolvimento o sistema de aquisição e transmissão desses dados. Imaginem daqui a algum tempo sensores de baixo custo em tempo real de pH, ORP, OD, EC, nível de água, vazão, com transmissão, armazenamento de dados, reconhecimento de padrões, rastreabilidade, etc. Será um belo avanço para o GAC, dentro da linha que o Thiago Gomes falou no episódio #177 do Podcast Áreas Contaminadas. Agora, alguns detalhes interessantes sobre esse sensor desenvolvido pela equipe do Professor Thiago Paixão: ele é feito de papelão com ouro induzido por laser formando nanopartículas que compõem as trilhas condutoras, a base dos eletrodos de detecção do cloro. Bastante interessante, só que tem um porém: o pedaço de papelão tem um “spray impermeabilizante”... https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2024/01/27/sensor-de-papelao-e-ouro-podera-monitorar-a-qualidade-da-agua.htm

 

- Amyr Klink se tornou famoso nos anos 80-90 por suas façanhas espetaculares no mar. Recentemente ouvi uma entrevista muito interessante dele, e essa semana li outra matéria sobre ele que recomendo a vocês. Nela, ele diz que tem praticado um exercício de viver com menos, se livrar de coisas materiais que lhe dão “dor de cabeça”, como ele diz, e que atrapalham a sua liberdade. “O meu lucro foi o tempo, a paz. Eu gosto muito de paz”. Na entrevista, ele conta como eram feitos os cálculos para se localizar no mar (não havia GPS nos anos 80), como foi o processo de construção da embarcação e, claro, como preparar e “gerenciar um projeto” como esse. Imagina se ele esqueceu um parafuso importante? Da mesma forma, ele não poderia levar backup do backup. Uma passagem interessante é que Amyr jogou fora um Rolex porque ele é muito impreciso para marcar as horas, e isso “não vale nada” para um relógio. Com isso, aprendemos facilmente o que é valor de uso e valor de troca, bem como a artificialidade das marcas do capitalismo. Enfim, essas duas matérias sobre Amyr Klink são realmente muito interessantes e com muitas reflexões importantes para nós, do GAC. De tudo isso, essa frase “meu lucro é o tempo, é a paz” é algo que penso ser muito importante, essa é a verdadeira riqueza.

Reportagem: https://gamarevista.uol.com.br/semana/ta-livre/amyr-klink-ser-condutor-e-uma-das-expressoes-mais-fortes-do-conceito-de-liberdade/

Entrevista: https://www.youtube.com/watch?v=oDNqzdkTeOY&pp=ygUedHJpbGhhIGRvcyBnaWdhbnRlcyBhbXlyIGtsaW5r

 

- Para finalizar, gostaria de homenagear meu amigo e professor Rodrigo Cunha, que hoje, 28/01, comemora mais um aniversário. É um ser humano fantástico, como todos que o conhecem sabem muito bem, e além disso é certamente a pessoa mais importante do GAC no Brasil. Sem ele, não estaríamos tendo essa conversa aqui todos os domingos. Quem quiser conhecer um pouco mais da trajetória dele, fizemos uma Live em 2020 disponível em https://www.youtube.com/watch?v=IMsAA8Kjvd4&t.

Que venham muitos outros aniversários e que você continue nos ensinando todos os dias. Parabéns, Rodrigão!!!!

  

 

  

 

 

Amigas e amigos, muito obrigado pela leitura. Acessem também nosso Canal do Youtube (https://youtube.com/c/ecdtraining ), Canal do Telegram, ficado em vagas de emprego (https://t.me/areascontaminadas ) Página no Facebook (https://www.facebook.com/ecdambiental ) e Perfil no Instagram (@ecdambiental). Mais uma vez peço que acessem o https://apoia.se/ecdambiental para vocês conhecerem melhor a nossa campanha e, se quiserem e puderem, contribuírem conosco

 

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